Conjunto de medição de fita métrica e alimentação saudável comer nutrição no prato

Conjunto de medi��o de fita m�trica e alimenta��o saud�vel comer nutri��o no prato

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O Brasil � o quinto pa�s no mundo em incid�ncia da diabetes, uma doen�a que pode provocar in�meros transtornos metab�licos e est� aumentando mundialmente. Dados da Federa��o Internacional de Diabetes d�o conta de que o n�mero de pessoas com a doen�a aumentou em 74 milh�es, totalizando 537 milh�es de adultos no mundo em 2021 - no Brasil cerca de 7% da popula��o tem a doen�a.

"Diabetes � um termo gen�rico para condi��es que envolvem n�veis elevados de a��car no sangue. Ela pode ocorrer devido a defeitos na secre��o ou na a��o do horm�nio insulina, que � produzido no p�ncreas, pelas chamadas c�lulas beta. A fun��o principal da insulina � promover a entrada de glicose para as c�lulas do organismo de forma que ela possa ser utilizada em diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua a��o resulta, portanto, em ac�mulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia. A condi��o, quando n�o controlada, pode trazer consequ�ncias negativas para a vis�o, rins, cora��o, nervos e membros inferiores, al�m de provocar desidrata��o, dificuldade de cicatriza��o e complica��es respirat�rias", explica a m�dica nutr�loga Marcella Garcez, diretora e professora da Associa��o Brasileira de Nutrologia (ABRAN). "Al�m disso, o problema, quando n�o controlado, tamb�m pode causar infertilidade e at� complica��es gestacionais", explica o especialista em reprodu��o humana, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor cl�nico da Neo Vita, Fernando Prado.

Apesar de serem diferentes, tanto a diabetes tipo 1, uma condi��o caracterizada pela defici�ncia na produ��o de insulina, quanto a tipo 2, em que h� resist�ncia � atua��o da insulina, podem interferir na fertilidade e dificultar a concep��o de um beb�. "O tipo 2 � o mais comum em incid�ncia e est� ligado a uma defici�ncia hormonal na mulher, al�m de ciclos menstruais irregulares, o que pode favorecer a infertilidade. Os horm�nios, na verdade, ficam em desequil�brio, de forma que quanto menor for a a��o da insulina, maior ser� a produ��o de horm�nios masculinos. No caso do tipo 1, �rg�os end�crinos como os ov�rios podem ser prejudicados, o que pode impossibilitar a gravidez tamb�m. Mas em ambos os casos o controle da doen�a � determinante para aumentar as chances de gravidez", destaca Fernando Prado.

No homem, o descontrole nos n�veis de insulina em pacientes diab�ticos pode alterar os n�veis de testosterona, reduzindo-os, o que dificulta a fabrica��o e matura��o de espermatozoides. "Al�m disso, pode ocorrer redu��o significativa do volume do s�men, piora na motilidade dos espermatozoides, dificultando a fecunda��o, e forma��o de um embri�o com m� forma��o por conta de espermatozoides com DNA fragmentado, o que aumenta os riscos de aborto. H� casos de disfun��es na ejacula��o, em que parte dos espermatozoides no s�men s�o lan�ados para a bexiga em vez de sair pela uretra, o que dificulta ainda mais a fecunda��o", diz o m�dico.

O especialista destaca que o controle medicamentoso da doen�a, aliado a novos h�bitos de vida, formam uma rela��o de fundamental import�ncia para aumentar as chances de gravidez - e ter mais sa�de no geral. "Os principais sinais da doen�a, que muitas vezes � silenciosa, s�o: cansa�o sem explica��o, fome e sede excessiva, perda de peso (no caso de diabetes tipo 1), ganho de peso (diabetes tipo 2), vontade constante de urinar e infec��es constantes. Mas o ideal � buscar fazer o check-up anual com o m�dico, com exames de sangue", argumento Fernando. "Quanto antes for tratado, menores as chances de desenvolver problemas metab�licos e maiores as chances de gravidez", afirma o especialista.

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Pacientes diagnosticados com o que ficou conhecido como pr�-diabetes tamb�m devem se preocupar, segundo o m�dico. "Se os exames laboratoriais mostrarem que uma pessoa tem pr�-diabetes, � sinal de que j� existem altera��es no metabolismo dos a��cares e que estrat�gias para retardar ou prevenir o aparecimento do diabetes tipo 2 s�o necess�rias. � sempre importante lembrar que diabetes � doen�a cr�nica, que pode ser controlada, mas n�o tem cura", acrescenta a m�dica nutr�loga.

No caso de pacientes pr�-diab�ticos, o melhor caminho � n�o medir esfor�os para prevenir ou retardar a doen�a. "A modifica��o intensiva do estilo de vida continua sendo a melhor maneira de reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Pode ajud�-lo a evitar ou retardar o diabetes, obter benef�cios adicionais associados � perda de peso e reduzir o risco de doen�as card�acas e derrames. Com rela��o �s mudan�as no estilo de vida, � necess�rio melhorar h�bitos alimentares, incluir exerc�cios f�sicos, melhorar h�bitos de sono, evitar alcoolismo e tabagismo. Na preven��o e tratamento da s�ndrome metab�lica, o exerc�cio f�sico � considerado de grande import�ncia. Tal interven��o, comprovadamente, melhora a toler�ncia � glicose e reduz a resist�ncia � insulina. A pr�tica moderada tanto de exerc�cios aer�bicos como de for�a � indicada para todos, mais ainda para pr�-diab�ticos e portadores de s�ndromes metab�licas, desde que seja frequente e obede�a a uma periodicidade. Atividades de flexibilidade e relaxamento, associadas �s de for�a e aer�bicas, tamb�m trazem impactos positivos. O mais importante � sair do sedentarismo", explica Marcella Garcez.

Com rela��o � dieta para a melhora da condi��o do pr�-diab�tico, independente da pr�tica de atividades f�sicas, o ideal � limitar o consumo de calorias, carboidratos simples como a��cares e farin�ceos refinados, gorduras, sal em excesso, alimentos ultraprocessados e bebidas alco�licas. "� recomendado consumir mais carboidratos complexos, aqueles que t�m maior quantidade de fibras, prote�nas e gorduras saud�veis, nutrientes respons�veis por diminuir os picos de glicose no sangue. Exemplos de alimentos com alta quantidade de fibras s�o frutas (como abacate, mam�o, ameixa, mel�o e melancia), vegetais (agri�o, alface, ab�bora, aipo, aspargo e beterraba), gr�os (arroz integral e aveia) e leguminosas (feij�o e ervilha). Al�m disso, tamb�m � indicado ingerir micronutrientes, principalmente as vitaminas, minerais e subst�ncias com atividades antioxidantes, respons�veis por combater os radicais livres induzidos pelo excesso de a��car no sangue", diz a m�dica.

Fernando Prado enfatiza que, mesmo com todos os cuidados com a sa�de, muitos casais em que um dos parceiros � portador de diabetes tipo 2 precisam recorrer a um especialista em reprodu��o assistida, com o objetivo de engravidar, e ter um acompanhamento ginecol�gico pr�-natal para minimizar o risco de outros problemas metab�licos para a m�e e que afetam o desenvolvimento saud�vel do beb�.