Bebê lambuzado comendo chocolate

Beb� lambuzado comendo chocolate

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As f�rias de julho est�o chegando e � nessa �poca em que as crian�as saem um pouco da rotina, inclusive alimentar. Atire a primeira pedra quem nunca comeu um chocolate longe dos filhos ou usou o mesmo como moeda de troca se ele almo�asse tudo. Uma das recomenda��es dadas aos pais em nome do bem-estar dos pequenos � evitar o consumo de a��car, algo que parece f�cil na teoria, mas � dif�cil na pr�tica.

Para a nutricionista Priscila Costa, do Grupo Prontobaby, o a��car branco � caloria vazia e n�o tem nenhum nutriente importante para o organismo. "Quando em excesso, aumenta a chance de obesidade, diabetes, c�ncer e v�rias outras doen�as cr�nicas. Entre um ano e meio e tr�s anos de idade, o apetite dos pequenos diminui e eles entram numa fase chamada 'mini adolesc�ncia'. Muitos 'param de comer' ou tornam-se seletivos. Aqueles acostumados a comer a��car, certamente, enfrentar�o muito mais dificuldades nesse per�odo e a fam�lia sofrer� mais", pontua a especialista.

O Minist�rio da Sa�de orienta que, nos dois primeiros anos de vida, frutas e bebidas n�o devem ser ado�adas com nenhum tipo de a��car, seja branco, mascavo, cristal, demerara, a��car de coco, xarope de milho, mel, melado ou rapadura. Tamb�m n�o devem ser oferecidas prepara��es que tenham o ingrediente, como biscoitos, doces e geleias.

A nutricionista Ellen Joyce Pereira comenta que, quanto mais alimentos ado�ados artificialmente forem oferecidos aos pequenos, mais eles v�o preferir esse tipo de comida e dif�cil ser� introduzir outros ingredientes. "O a��car mascara o sabor original do alimento e o beb� tende a recus�-lo quando oferecido de forma natural", diz a especialista.

Ainda de acordo com o Minist�rio da Sa�de, ingredientes ricos em sacarose, seja o de adi��o ou o que est� presente nos ultraprocessados, apresentam uma composi��o nutricional desbalanceada e um maior teor energ�tico, com baixa qualidade nutricional, que pode levar ao ganho de peso excessivo, ao surgimento de placa bacteriana e c�rie nos dentes, por exemplo. Al�m disso, a presen�a dos sabores doces na inf�ncia contribui para a constitui��o do paladar que pede mais a��car depois.

H�bitos alimentares s�o constru�dos desde o in�cio da introdu��o alimentar. Portanto, meninos e meninas que n�o t�m contato com doces, costumam n�o tolerar o paladar adocicado. Na escola, � sempre bom esclarecer os h�bitos e intoler�ncias da crian�a.

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"Mesmo em festas, o ideal � desde cedo saber realizar boas escolhas. Durante as f�rias, por exemplo, procure selecionar as vers�es mais saud�veis que tenham algum valor nutricional agregado. Bolo de cenoura, smoothies, waffle, crepioca com pasta de avel� caseira e picol�s de fruta s�o algumas op��es", orienta Priscila Costa.

A oferta dos alimentos nos dois primeiros anos de vida merece uma aten��o especial e deve ser feita com cautela. A nutricionista Ellen Joyce Pereira assegura que a fam�lia desempenha o papel de "modelo alimentar" das crian�as em rela��o a comer com qualidade, variedade e quantidade, al�m do n�mero e dura��o das refei��es e ambiente tranquilo. � essencial identificar e respeitar os sinais de fome e saciedade.

"A crian�a pode parar de comer quando est� saciada, por estar distra�da com o ambiente ou por querer descansar, voltando a comer em seguida. O importante � n�o for��-la, al�m de associar pr�mios ao raspar o prato, ceder a chantagens ou trocar refei��es por lanches ou guloseimas. H�bitos estabelecidos na inf�ncia ser�o o alicerce da alimenta��o saud�vel ao longo da vida", aponta Ellen Joyce Pereira.