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Estado de Minas GEOPOL�TICA

O coronav�rus e a globaliza��o econ�mica

N�o h� d�vida de que a circula��o de pessoas est� por tr�s da difus�o global da doen�a, fazendo o movimento de pessoas a causa e a v�tima da COVID-19


"O mundo sem trag�dias n�o foi projetado pela globaliza��o" (foto: Pixabay)

No outono chin�s de 2019, na cidade de Wuhan, epicentro da pandemia, surgiram as primeiras evid�ncias da COVID-19, originada do v�rus SARS-CoV2. De origem ainda incerta, segundo o relat�rio divulgado, em mar�o de 2021 pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), o v�rus faz parte da fam�lia do coronav�rus, que provoca doen�as simples como resfriados at� as s�ndromes respirat�rias agudas graves.

� medida que a enfermidade se espalhava, o mundo assombrado via os dois pilares da globaliza��o: a livre circula��o de pessoas e mercadorias sendo afetadas com a r�pida propaga��o da doen�a. As viagens dom�sticas e internacionais e a circula��o de mercadorias foram muito alteradas, principalmente nos primeiros meses da pandemia, e, at� hoje, n�o houve uma retomada da normalidade. 

No caso dos brasileiros, o contexto � ainda mais desolador. Fomos, praticamente, transformados em p�rias do mundo com a forma como a pandemia foi e est� sendo conduzida no pa�s. O negacionismo reinante no alto escal�o do poder, as mentiras difundidas como verdades absolutas, a disputa de egos e a aus�ncia de a��o coletiva tiveram, como consequ�ncia, o nosso isolamento pela quase totalidade dos demais pa�ses e suas fronteiras foram fechadas � nossa presen�a. 

Obviamente, n�o h� d�vida de que a circula��o de pessoas est� por tr�s da difus�o global da doen�a, fazendo o movimento de pessoas a causa e a v�tima da COVID-19. A variante brasileira � temida externamente, explicando, em parte, a resist�ncia em nos receber. 

Nesse cen�rio, a globaliza��o da economia entrou, de certa forma, em julgamento. A pandemia, inegavelmente, servir� de base para questionar cren�as que estavam profundamente arraigadas no conceito de ver o mundo. 

Esse processo, que muitos acreditam, tenha se iniciado com as Grandes Navega��es encontra defensores que afirmam que, em cada momento da hist�ria humana, com os recursos dispon�veis, o homem vivenciou um sistema globalizado, desde a Antiguidade. O avan�o dos meios de transportes e telecomunica��es, a partir dos anos 70 do S�culo XX, permitiu a humanidade atingir o padr�o atual de intensa interdepend�ncia entre a na��es. 

A princ�pio, acreditava-se que a abertura dos mercados nos anos 90, com o esfacelamento da Uni�o Sovi�tica e os novos padr�es econ�micos recomendados pelos “papas da economia dos pa�ses do Norte”, os quais articularam os princ�pios do Consenso de Washington, geraria uma onda de prosperidade entre as na��es nunca alcan�ada, rompendo as limita��es das d�cadas anteriores impostas pela bipolaridade econ�mica. Era a Nova Ordem Mundial. 

Pensava-se em um mundo mais coeso e mais pr�spero. Entretanto, o que se percebeu, d�cadas depois, � que a globaliza��o de fato se restringiu basicamente na busca pela desregulamenta��o financeira e localiza��o industrial com custos salariais baixos. 

Quando o v�rus da COVID-19 come�ou a se disseminar pela costa leste da China, no final de 2019 (at� alcan�ar todos dos demais continentes), impondo � OMS o reconhecimento da primeira pandemia do s�culo XXI, em 2020, ficou clara a fragilidade das rela��es econ�micas estabelecidas pela chamada Nova Ordem.

A pandemia exp�s, entre outras coisas, que n�o existe uma comunidade internacional verdadeira, capaz de atuar em cen�rios como os impostos pelo Sars-CoV2. Bill Gates j� havia alertado para esse fato em 2017, ap�s a �ltima crise promovida pela epidemia do Ebola, no continente africano, que o mundo n�o estava preparado para uma pandemia. 
 
Percebeu-se, com a pandemia deflagrada em 2020, que n�o havia nenhum sistema multilateral (G20, OMC, ONU, OMS etc.) capaz de agir de forma operacional conjunta para uma atua��o ampla, global e imediata no controle do maior desafio enfrentado por todos os Estados h� d�cadas. 

O mundo sem trag�dias n�o foi projetado pela globaliza��o. Quando o contr�rio se instalou n�o havia uma log�stica de como lidar de forma eficiente e cir�rgica. A globaliza��o n�o se preparou e, provavelmente, n�o considerou esse cen�rio.
 
Talvez seja o momento de repensar a depend�ncia do Ocidente da China. N�o questionar a China! Ela age dentro dos princ�pios defendidos pelo modelo adotado no planeta. � um momento de questionar nossa postura frente a essa depend�ncia. N�o existe mais uma globaliza��o feliz e isso est�, como nunca, mais evidente. Seria ingenuidade n�o considerar outras formas de atuar e de agir. 

A ocasi�o � agora! � o momento de buscar corrigir as falhas, os erros cometidos at� o presente momento.  �, talvez, chegada a hora de criar um sistema operacional global de coopera��o s�lida entre os governantes para alertar, organizar medidas preventivas e tratamentos diante a possibilidade de novas pandemias. A Iniciativa Covax Facility, criada pela OMS, pode evoluir para um projeto mais amplo e eficiente no futuro. 

H�, tamb�m, a necessidade de “esverdear” ainda mais os setores produtivos no campo e na cidade, reciclar mais, desperdi�ar menos, desenvolver meios de transporte mais eficientes e “descarbonatar” os setores energ�ticos. 

Pr�ticas essas que t�m que ser generalizadas.  N�o pode um adotar e o outro n�o.  A coletividade das a��es resultar� em um mundo melhor. No momento, h� que se buscar parar a pandemia e os meios para evitar um colapso da economia e do social. Na sequ�ncia, orquestrar um novo mundo. 

� um momento hist�rico.

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