Saiba por que usar a m�scara PFF2 � mais eficaz no combate � COVID-19

Nos �ltimos tr�s meses, os primeiros de 2021, os �ndices de infectados e �bitos por COVID-19 no Brasil voltaram a crescer de forma exponencial. Concomitantemente, houve um aumento consider�vel na busca, no Google, por termos como PFF2 e N95.

Mais eficazes na prote��o contra o coronav�rus e, inclusive, recomendadas como acess�rio indispens�vel na prote��o de profissionais de sa�de que atuam na linha de frente do combate � pandemia, esse tipo de m�scara tem mais benef�cios quando comparada �s “tradicionais” m�scaras de pano.

Segundo Estev�o Urbano, infectologista, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI) e membro do Comit� de Enfrentamento � Pandemia de COVID-19 em Belo Horizonte, a efici�ncia e filtragem s�o alguns motivos que levam � essa escolha.

“As m�scaras N95 s�o feitas normalmente de poli�ster e fabricadas industrialmente com fibras extremamente justas entre si, de forma que elas t�m um alto poder de filtragem. Al�m disso, esse modelo tem um filtro que consegue reter at� 95% das part�culas, incluindo as mais dif�ceis de filtra��o, por serem muito pequenas, as chamadas aeross�is.”

Enquanto isso, de acordo com o especialista, as m�scaras de pano, geralmente feitas de algod�o, n�o t�m a mesma justaposi��o das fibras entre si das chamadas PFF2 e nem cont�m filtros especiais para a filtra��o de part�culas especialmente pequenas. “As m�scaras N95, como o pr�prio nome diz, tem uma capacidade de filtra��o de at� 95% das part�culas, enquanto as de pano, quando bem feitas, com camada dupla ou tripla e bem ajustadas ao rosto, tem uma capacidade de filtra��o de 30%”, justifica.

Nesse cen�rio, um dos maiores benef�cios e motivos para que a m�scara N95 seja usada � que ela cria uma esp�cie de barreira ainda mais eficiente que as m�scaras feitas artesanalmente e com tecido. Al�m disso, em situa��es de risco, como em filas ou conv�vio com pessoas infectadas, essas m�scaras s�o as melhores op��es.

Para al�m da melhor filtragem e efici�ncia, o fato de elas serem melhor ajustadas ao rosto, sem espa�os para entrada de got�culas, o que normalmente ocorre com as feitas de pano em caso de uso err�neo, tamb�m contribui para que a preven��o seja maior com o uso das N95.

Ainda, de acordo com a Ag�ncia Nacional de Sa�de (Anvisa), ao contr�rio do que muitos pensam, esse modelo de m�scara pode sim ser reutilizado. Isso, claro, com os devidos cuidados de higieniza��o. 

� importante tamb�m, na hora de escolher a m�scara ideal, ter em mente que h� o risco de desabastecimento para os profissionais de sa�de, uma das maiores preocupa��es do uso cotidiano das PFF2.

Por�m, Estev�o Urbano alerta: “Para atividades simples, como ir � padaria, a m�scara de pano � suficiente”.

A PFF2 � considerada uma escolha eficiente para proteger grupos de risco, e ainda quando existe exposi��o a riscos maiores, que n�o podem ser evitados, como em viagens, ingresso no transporte p�blico ou estar em ambientes fechados com outras pessoas. 

A virologista do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Jordana Alves Coelho dos Reis, lista algumas diferen�as entre as m�scaras similares � N95 e as feitas em pano.

Segundo a especialista, � uma m�scara projetada para conter micropart�culas, como as got�culas de saliva, principais respons�veis pela dissemina��o do Sars-CoV-2, al�m de micro aeross�is (part�culas ainda menores que as got�culas, que permanecem suspensas no ar por algumas horas e podem tamb�m conter o v�rus e transmiti-lo pela respira��o).

"As m�scaras profissionais s�o desenhadas para maior prote��o. S�o mais fechadas no nariz, tem uma veda��o mais eficiente, principalmente nas extremidades (as de pano n�o vedam tanto), n�o deixam buracos, al�m do fato de que os el�sticos por tr�s da cabe�a tamb�m melhoram a prote��o. De forma geral, isolam mais o nariz e a boca do ambiente externo. Tudo comprovado cientificamente em testes de engenharia biom�dica", explica Jordana.

A virologista lembra, no entanto, que nem por isso as m�scaras de pano n�o s�o eficazes. "Pelo contr�rio. Pesquisas indicam que tamb�m s�o eficientes, com a��o na diminui��o do n�mero de casos", pontua. Jordana cita estudos comparativos entre grupos de pessoas que v�m usando ou n�o as m�scaras. "O n�mero de infectados em regi�es que respeitam o uso das m�scaras � bem menor. Importante � que se fa�a o uso adequado".

Um por�m, conforme a virologista, � que os modelos similares � N95 s�o os mais recomendados para os profissionais de sa�de e quem est� na linha de frente e, se disseminado o uso para a popula��o em geral, h� receio sobre a escassez da m�scara para os grupos priorit�rios.

"Em algumas situa��es, pode acontecer o uso sem tanta necessidade, como uma pessoa que sai para caminhar sozinha, por exemplo. Se todos come�arem a usar essa m�scara o tempo todo, no momento em que o hospital, a farm�cia, o posto de sa�de precisar comprar, pode faltar, ou o pre�o aumentar muito. � a rela��o demanda e oferta. A indica��o � priorizar profissionais da linha de frente. Lembrando que as m�scaras de pano tamb�m t�m seu valor", pondera.

Nesta ponta, as m�scaras de pano v�m sendo preconizadas para o p�blico comum, como indica��o da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e os Centros para o Controle e Preven��o de Doen�as dos Estados Unidos (CDC). Conforme orientam os �rg�os, quem for de grupo de risco pode recorrer a m�scaras cir�rgicas se for necess�rio sair de casa.

Artigo da revista cient�fica Aerosol Science and Technology, de dezembro de 2020, coordenado por especialistas do CDC, d� conta de que as m�scaras fabricadas com tr�s camadas de tecido de algod�o conseguem barrar 51% dos aeross�is que o indiv�duo eventualmente expele ao tossir, enquanto para uma m�scara cir�rgica esse �ndice � de 59%.

Sobre as variantes do coronav�rus, Jordana Coelho cita a maior capacidade de ocasionar infec��o depois de encontrar as c�lulas da mucosa. "Para a pessoa ser infectada, os aeross�is e as got�culas precisam alcan�ar o rosto. O v�rus atua da m�scara para dentro, por isso m�scara e distanciamento s�o importantes."

O que se sabe sobre o uso de m�scaras contra o coronav�rus

Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.