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Estado de Minas SA�DE

COVID-19: cura de linfoma ap�s infec��o tem explica��o cient�fica

M�dico da Unifesp explica mecanismo inflamat�rio de intera��o entre dois v�rus, poss�vel justificativa para a cura do c�ncer, e pondera: '� um caso isolado'


08/04/2021 14:00 - atualizado 08/04/2021 14:32

Paciente inglês testou positivo para COVID-19 e quatro meses recebeu a notícia da remissão completa do linfoma, quadro de câncer diagnosticado antes da infecção pelo Sars-Cov-2 (foto: Pixabay)
Paciente ingl�s testou positivo para COVID-19 e quatro meses recebeu a not�cia da remiss�o completa do linfoma, quadro de c�ncer diagnosticado antes da infec��o pelo Sars-Cov-2 (foto: Pixabay)

Recentemente, de acordo com um artigo publicado no peri�dico ingl�s “British Journal of Haemathology”, um homem, de 61 anos, diagnosticado com linfoma de Hodgkin cl�ssico – c�ncer da parte do sistema imunol�gico chamada de sistema linf�tico – foi curado ap�s testar positivo para COVID-19.

Ele ficou internado para se tratar da infec��o pelo novo coronav�rus por 11 dias e recebeu alta para seguir o tratamento em casa sem qualquer administra��o de corticosteroides e imunoquimioterapia. A surpresa maior veio quatro meses depois: a remiss�o generalizada do linfoma. 

O caso, que aconteceu em uma cidade do interior da Inglaterra, tem uma poss�vel explica��o cientifica, segundo o m�dico oncologista Ramon Andrade de Mello, da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp), da Uninove e da Universidade do Algarve, em Portugal. “Na bi�psia desse homem, foi apresentada uma infec��o por um v�rus, chamado de Epstein-Barr (EBV), causador do linfoma, que � bem raro. E a� ele se infectou com um outro v�rus, o Sars-Cov-2.” 

“Temos, ent�o, como poss�vel causa dessa cura uma intera��o de mecanismos inflamat�rios cruzados. E o que isso significa? Pode ser que um v�rus tenha suprimido o outro. � como se um v�rus ‘atacasse’ o outro e, ent�o, ‘resolvesse’ o problema da neoplasia. � similar ao que chamamos de imunoterapia."

"O tratamento envolve medicamentos que ajudam o organismo a enfrentar o c�ncer. No caso do paciente citado, o organismo produziu citocinas inflamat�rias em resposta � infec��o, ativando as c�lulas T, que atuam contra os tumores”, explica. 

Por�m, Ramon Andrade de Mello alerta que esse caso se trata de um relato isolado e de baixa evid�ncia cient�fica – n�vel quatro, quando n�o h� estudos e comprova��es como no primeiro n�vel.

“N�o � uma regra. Ou seja, n�o quer dizer que se uma pessoa tem linfoma e ela testa positivo para COVID-19 ela ir� se curar do c�ncer. N�o � assim. Essa � apenas uma hip�tese, mas pode ser apenas uma coincid�ncia, pode ser, tamb�m, que ele, de fato, nem tenha se contaminado com o coronav�rus, porque n�o houve estudos aprofundados e nem se mediu as citocinas desse paciente. H� v�rias possibilidades.” 

O m�dico oncologista pondera, ainda, que h� dois outros estudos recentes que fazem uma contraposi��o de ideias e justificativas. Um deles, tamb�m citado no artigo em que o relato de caso � divulgado, no "British Journal of Haemathology", aponta para uma remiss�o completa espont�nea de um linfoma Hodgkin ap�s uma outra infec��o – essa sem qualquer rela��o com a COVID-19. 
 

"N�o quer dizer que se uma pessoa tem linfoma e ela testa positivo para COVID-19 ela ir� se curar do c�ncer. N�o � assim."

Ramon Andrade de Mello, m�dico oncologista da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp), da Uninove e da Universidade do Algarve, em Portugal

 

“Por outro lado, um outro artigo, do Jap�o, fala sobre a persist�ncia prolongada da infec��o do Sars-Cov-2 durante a quimioterapia para um linfoma de Hodgkin cl�ssico. Nesse caso japon�s, em vez da COVID-19 se resolver em 11 dias, como ocorreu no paciente brit�nico, levou mais de 30. S�o pacientes que, conforme o estudo, v�o ter uma infec��o prolongada do v�rus. Esse efeito inflamat�rio observado no relato de caso, ent�o, foi o inverso: ao inv�s de melhorar, fez piorar o linfoma”, lembra Ramon Mello. 

‘LUZ’ PARA A CI�NCIA 


O caso, segundo Ramon Mello, pode fazer uma boa contribui��o para a ci�ncia, se, em estudos mais aprofundados, o relato for reconhecido como evid�ncia. Isso porque a partir do reconhecimento da prote�na que suprimiu a a��o do v�rus causador do linfoma ou mesmo de qual prote�na da neoplasia sofreu interfer�ncia e, posteriormente, redu��o, pode-se dar in�cio a pesquisas cient�ficas diversas. 

Uma das contribui��es, inclusive, pode ter a ver com o t�o sonhado, e at� ent�o distante, tratamento para a COVID-19, pois, por meio das an�lises, pode-se entender e produzir subst�ncias capazes de combater o v�rus causador da infec��o, o Sars-Cov-2. 

“Por enquanto, n�o prova e n�o diz nada. O caso deste paciente � incr�vel, at� porque ele se recuperou r�pido, em 11 dias, mas n�o � uma regra. � uma ‘luz’ que se acende para a comunidade cient�fica, em um momento dif�cil e que as pessoas est�o preocupadas, e tudo que � ‘luz’ � v�lido. Mas � preciso mais pesquisas para comprovar essas hip�teses. Mas, de qualquer forma, esse � um relato cl�nico isolado”, refor�a o oncologista. 

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram  
 

O que � um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferen�as entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restri��o de circula��o de pessoas adotadas no Brasil n�o podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?

Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.


Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.

 

 

Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.


Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 


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