
O design gr�fico � um ramo dedicado a transmitir significados e sentidos atrav�s de cores e formas, por�m, faz sentido para quem? A partir desse questionamento, a designer Paula Leal criou o conceito “design ancestral” e o curta “Cores em Di�spora”, que ser� lan�ado no pr�ximo s�bado (04/06).
Paula � dona da Cria Preta, ag�ncia em que se guia pelo conceito de “design ancestral” baseado em tr�s pilares: escuta ativa, constru��o ancestral e proje��o para o mundo.“As cores s�o um dos elementos principais de forma��o de identidade. As cores t�m essa pot�ncia, de formar quem a gente �, do que aquilo significa”, conta Paula.
Constru��o cultural das cores
A designer explica que o livro de refer�ncia no uso das cores no design � o “Psicologia das Cores”, de Eva Heller, que se baseia em pesquisas realizadas na Alemanha, uma realidade diferente da encontrada no Brasil.
Paula conta que uma amiga, que � uma mulher negra, procurou designers para fazer a divulga��o de um trabalho. Por�m, ela n�o se reconheceu na proposta apresentada, deu sugest�es de cores com as quais se identificava, mas ouviu que as ideias n�o faziam sentido. Paula foi procurada pela amiga que perguntava se realmente n�o fazia sentido.
“O que faz sentido na Alemanha n�o faz nenhum sentido para o povo negro que vive em di�spora aqui no Brasil. � outra rela��o, � outra refer�ncia. E a� nasceu o “Cores em Di�spora”, para que eu pudesse falar de como as cores s�o para o povo preto aqui", afirma.
Produ��o a muitas m�os
Segundo a designer, o curta-metragem “Cores em Di�spora” parte da jun��o da situa��o vivida com a amiga, a rela��o dela com a fam�lia - por ser algo forte em sua forma��o como pessoa - e do “Design Ancestral” para falar da rela��o das cores no continente africano.
A produ��o foi realizada de forma coletiva . Toda a equipe � formada por pessoas negras, que acreditam na coletividade e se aquilombaram para realizar esse projeto. Ela destaca que s�o "m�os de pessoas negras produzindo imagens de pessoas negras enquanto realeza."
“As coisas n�o precisam ser somente de mercado, eu bato muito de frente com o mercado, porque ele � muito violento. Quando eu consigo fazer um projeto dessa dimens�o sem deslocar um Real, a gente traz outro significado para a humanidade, para a coletividade. Os quilombos n�o tinham dinheiro, era tudo na base do afeto. Por isso, a gente precisa se aquilombar”, diz Paula.
SERVI�O:
Lan�amento do curta “Cores em Di�spora”
Exibi��o do filme, conversa com a diretora, roda de samba e discotecagem
Data: 4 de junho (s�bado)
Hor�rio: a partir de 15h
Local: Toca do Vinil Club Bar (Rua Jerib�, 216, Diamante - Barreiro)
Ingressos: bit.ly/coresemdiaspora_3anoscriapreta (Sympla)
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