Na Emei Vila Estrela, na Rua Primavera, cartazes indicam greve dos professores (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Mais de um ano depois, as Escolas Municipais de Educa��o Infantil (Emeis) voltam � ativa hoje em Belo Horizonte. Depois de uma semana de prepara��o, o primeiro dia de aulas para as crian�as de 0 a 5 anos � cercado de d�vidas.
Enquanto a prefeitura convoca o retorno, o Sindicato dos Trabalhadores de Educa��o da Rede P�blica de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH) orienta a categoria a continuar em greve sanit�ria. O movimento, segundo a entidade, tem como motiva��o apenas a sa�de dos servidores e da comunidade escolar, sem rela��o com o financeiro.
Ontem, a reportagem do Estado de Minas flagrou escolas de educa��o infantil com cartazes em suas portas, informado sobre a greve. Na Emei Vila Estrela, na Rua Primavera, Bairro Santo Ant�nio, Centro-Sul da capital mineira, o abandono da unidade chamou a aten��o, al�m dos comunicados sobre a paralisa��o.
J� na Emei Timbiras, no Centro, informativos tamb�m divulgavam a greve, mas, ao contr�rio da outra, a estrutura estava impec�vel para receber as crian�as hoje.
No s�bado, uma preocupa��o saltou aos olhos dos professores de educa��o infantil de Belo Horizonte. A Emei Piratininga, no bairro de mesmo nome, em Venda Nova, informou a prefeitura um caso suspeito de infec��o pelo novo coronav�rus na unidade. A servidora em quest�o teve contato com sua filha, essa sim com diagn�stico da COVID-19. Apesar disso, o Executivo municipal garantiu o retorno.
A Emei Timbiras est� preparada para volta �s aulas nesta segunda-feira
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A administra��o Alexandre Kalil (PSD) trata o caso como “positivo por crit�rio cl�nico-epidemiol�gico”. "N�o h�, por parte da Secretaria Municipal de Sa�de, orienta��o para a suspens�o das aulas na EMEI Piratininga. A situa��o n�o � configurada como surto", informou a administra��o do prefeito Alexandre Kalil (PSD). A funcion�ria ser� afastada e ficar� em isolamento social, segundo a prefeitura.
Al�m disso, a prefeitura esclareceu que vai enviar uma equipe da sa�de para orientar os funcion�rios da Emei para "minimizar riscos de cont�gio, al�m de intensificar a��es de vigil�ncia epidemiol�gica". No Instagram da Emei Piratininga, no entanto, a escola convoca a presen�a apenas das crian�as de 5 anos, resguardando as menores.
Rotina
Olga, de 3 anos, e Laura, de 5, pedem para voltar � sala de aula, mas com medo da pandemia a m�e diz que n�o vai mand�-las para a escola (foto: Arquivo pessoal
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Laiane Carolina Pereira, de 32 anos, � m�e de duas filhas, de 5 e 3. Elas estudam na EMEI Sarandi, que fica no Bairro Serrano, na Regi�o da Pampulha. "A rotina sem as aulas est� uma verdadeira tortura. Primeiramente, porque ficamos na expectativa de tudo voltar em pelo menos um ano e um ano depois a pandemia est� pior e mais aterrorizante", afirmou.
Ela relata que as crian�as pedem pela para voltar � sala de aula. "Elas ficam pedindo pra ir pra escola, o que traz mais ansiedade para mim e para elas tamb�m. A verdade � que a gente fica querendo a nossa vida de volta e n�o sabe quando isso vai ser poss�vel", acrescentou.
'''Depois eu volto a estudar'; 'depois eu me dedico mais ao meu trabalho' ou 'ano que vem eu reorganizo as coisas'. Mas esse dia nunca chega.'' Em contrapartida, ela afirma que n�o vai normalizar a vida se a pandemia n�o estiver de fato controlada. "Ent�o, se as aulas presenciais voltarem agora, eu n�o vou mandar as minhas filhas. Ainda mais depois que esse v�rus sofreu muta��o e o cont�gio em crian�as aumentou. A ansiedade � grande, mas primeiramente a seguran�a delas e de todos", disse.
Resist�ncia
Nesse primeiro momento, apenas a educa��o infantil retorna. Ou seja, as crian�as entre 0 e 5 anos e 8 meses. O an�ncio foi feito em entrevista coletiva pela prefeitura, mas sofre resist�ncia do Sind-Rede/BH. A entidade j� realizou duas assembleias para tratar sobre o retorno e em ambas a categoria decidiu pela greve sanit�ria. A prefeitura tem informado que considera a a��o leg�tima, mas lembra que a ades�o ou n�o depende de cada servidor.
Os professores da educa��o infantil de Belo Horizonte tamb�m reivindicam prioridade na vacina��o contra a COVID-19 para retornar �s escolas. Outra alternativa apontada pelo Sind-Rede/BH � o controle da pandemia, que ainda est� longe de acontecer. Como o EM mostrou em sua edi��o de domingo, o pr�prio comit� da prefeitura analisa com preocupa��o a chegada do outono e do inverno, quando a transmiss�o das viroses se intensifica.
“Definimos pelo n�o retorno ao trabalho presencial. A gente defende a manuten��o do ensino remoto. N�o � poss�vel cumprir esse protocolo da prefeitura. A pr�pria prefeitura n�o o segue, j� que os servidores terceirizados do grupo de risco, como faxineiras, est�o sendo convocados para trabalhar, o que vedado pelo protocolo”, afirma Daniel Wardil, diretor do Sind-Rede/BH.
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