Abrasel reclama que bares e restaurantes de BH seguem fechados aos domingos

No pr�ximo domingo (09/5), quando se celebra o Dia das M�es, bares e restaurantes de Belo Horizonte continuar�o fechados.

Conforme anunciado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) nesta quinta-feira (6/5), apenas supermercados e padarias poder�o voltar � atividade na data.

A medida gerou grande insatisfa��o na Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG), entidade representativa do setor, e em donos dos estabelecimentos.

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Quebrando expectativas da volta do funcionamento do setor neste domingo de feriado, o  prefeito informou, em coletiva de imprensa realizada nesta manh�, que os bares e restaurantes devem permanecer abertos somente de segunda a s�bado, com permiss�o para venda de bebidas alco�licas. No entanto, o hor�rio para a atividade foi estendido de 11h �s 16h para mais tr�s horas, �s 19h.

O pequeno avan�o no relaxamento das restri��es para o setor n�o foi bastante para Matheus Daniel, presidente da Abrasel-MG. Nesta quarta-feira (05/5), a entidade havia apresentado um protocolo ao munic�pio para que o hor�rio de funcionamento dos estabelecimentos fosse ampliado at� 22h, especialmente aos domingos.

“Essa flexibiliza��o at� �s 19h n�o atende o setor de bares e restaurantes. � um total desconhecimento do comit� de como funciona um restaurante. O que eles t�o fazendo n�o adianta, n�o ajuda de forma alguma. Nosso pleito n�o caiu. Ficar mais 14 dias para esperar por uma nova flexibiliza��o � invi�vel para o setor, declarou o presidente em entrevista ao Estado de Minas. 

Para Matheus Daniel, a restri��o dos hor�rios de bares e restaurantes incentiva, ainda mais, a popula��o da cidade a se aglomerar em locais em que n�o h� um controle de cumprimento das medidas sanit�rias, e assim causando uma piora nos �ndices de contamina��o pela COVID-19. 

“A gente precisava de flexibilizar para atender �s pessoas. O pr�prio infectologista Carlos Starling afirmou na �ltima entrevista, anterior a esta, que as pessoas que est�o se aglomerando em casa � mais contagioso que os transportes coletivos e que manteria os bares abertos. Era prefer�vel deixar os restaurantes abertos em hor�rios estendidos para dividir o fluxo e as pessoas terem op��es de ir aos lugares que seguem os protocolos. Deixar as pessoas em casa � aumentar a contamina��o”, disse o presidente.

O presidente da Abrasel refor�ou que o com�rcio gastron�mico enfrenta grandes dificuldades para se manter durante a pandemia. Mesmo com expectativas mais moderadas, o Dia das M�es, data que tradicionalmente movimenta o setor, era aguardado pelos donos dos estabelecimentos como mais uma chance para tentar recuperar os preju�zos financeiros durante o tempo em que a cidade esteve fechada para atividades n�o essenciais. Em mar�o, os hospitais de BH estavam com 100% de ocupa��o de leitos de UTI.

“Temos que lembrar que 91% do setor conseguiu sequer pagar o sal�rio no m�s passado. Est� todo mundo quebrado. Manter os restaurantes fechados, mesmo com os �ndices caindo e com toda Regi�o Metropolitana aberta mostra que a promessa do prefeito que ‘a hora � de ajudar’ � uma mentira. Ele n�o est� ajudando em nada”, declarou Matheus Daniel.

O presidente da entidade tamb�m apontou que falta uma melhor sintonia entre os gestores municipais das cidades metropolitanas. Segundo ele, uma a��o feita dentro de uma cidade acaba afetando as demais. Portanto, pol�ticas p�blicas realizadas em conjunto � a melhor forma de tentar combater o coronav�rus na regi�o e proteger os moradores.

“Enquanto os pol�ticos n�o entenderem que tem que haver uma a��o coordenada entre todas as cidades da Regi�o Metropolitana, a gente n�o vai avan�ar. A pandemia � uma s�. A pandemia que tem aqui � a mesma que em Nova Lima, Contagem. N�o adianta Belo Horizonte continuar fechada e as outras cidades abertas ou o contr�rio. Tem que haver um trabalho em conjunto. A pol�tica n�o pode ficar acima das pessoas”, afirmou Matheus.

Aldecir Pereira, chef de cozinha e respons�vel pelo restaurante Dona Derna, localizado no Bairro Savassi, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, disse ao Estado de Minas que recebeu a not�cia sobre os estabelecimentos fechados aos domingos com preocupa��o. Segundo ele, a reabertura no dia apenas para os supermercados, padarias e feiras n�o seria t�o diferente da volta tamb�m para o setor.

“Acho que o Kalil est� certo. Mas, abrir feiras e clubes e n�o abrir restaurante n�o faz sentido. Se abriu clube � aglomera��o, se abriu feira � aglomera��o, ent�o restaurante deveria abrir tamb�m”, informou o cozinheiro.

Com mais de 30 anos de hist�ria, o Dona Derna � um dos restaurantes mais tradicionais da capital mineira. Aldecir relatou que, como impacto da pandemia, o com�rcio teve que reduzir os sal�rios dos funcion�rios e sofre dificuldades para tentar manter as contas em dia. A esperan�a agora � que at� no pr�ximo fim de semana a prefeitura autorize o funcionamento do setor aos domingos novamente.

“O impacto aqui est� sendo forte. Nosso maior movimento � de s�bado e domingo. Mesmo que tenha aumentado o hor�rio no s�bado, melhorou, mas o domingo ainda � nosso melhor dia. Creio que na semana que vem ele abrir� os restaurantes no pr�ximo domingo, deve esperar s� passar o Dia das M�es”, relata o chef de cozinha.

 

Para Fernando Batista, dono do Jeremias Arte e Bar, localizado no Bairro S�o Gabriel, na Regi�o Nordeste da capital, a gest�o da prefeitura de Belo Horizonte com os bares e restaurantes � insatisfat�ria, desde o in�cio da pandemia. Em conversa com o EM, o comerciante disse que o hor�rio atual permitido para funcionamento de bares n�o condiz com a realidade do setor. Por causa disso, mesmo com a permiss�o do servi�o presencial, optou por atender seus cliente apenas por meio de entregas delivery.

 

“Para mim isso � incoer�ncia, n�o justifica. O que est�o fazendo com o setor de bares h� mais de um ano � incompet�ncia no m�nimo. N�o existe fechar um bar �s 19h, eu abro meu bar �s 19h. Isso pode ser um hor�rio para um restaurante, mas para bar n�o”, declarou Fernando.

Conforme destacado por Matheus Daniel, presidente da Abrasel-MG, o empres�rio acha que manter os estabelecimentos fechados ter� um efeito contr�rio do esperado pelo Executivo municipal.

“Eles n�o v�o deixar de sair. V�o se reunir do mesmo jeito, a aglomera��o n�o muda. S� que ao inv�s de fazer isso em um bar com os protocolos, que eu pelo menos estava seguindo a risca, eles v�o para outras casas e s�tios onde n�o tem esse controle. Para mim um bar � mais seguro que uma resenha em casa de amigos”, afirmou.

Ainda segundo Fernando, os impactos da pandemia em seu bar foram tantos que teve que demitir todos os funcion�rios. Al�m disso, acumulou despesas com valores altos que ainda luta para tentar pagar.

“Vendi em torno de 60 mil reais de equipamentos e ainda continuo com uma d�vida de mais de 100 mil. Esse � o resultado da pandemia. Hoje o faturamento n�o chega a 5% do que tinha antes. Insisto no delivery para n�o surtar”, lamenta o empres�rio.

 

 

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