Brumadinho homenageia as v�timas da trag�dia e pede justi�a
Familiares fizeram homenagens e protestos no in�cio da tarde desta ter�a-feira (25). Tr�s anos depois do rompimento da barragem, ningu�m foi julgado ou preso
Arranjos de flores com as fotos das v�timas do rompimento da barragem, em Brumadinho (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Em mais um ano, familiares e amigos das 272 pessoas que morreram no rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, realizaram um ato para lembrar as v�timas e pedir puni��o aos respons�veis pelo desastre.
O letreiro na entrada da cidade virou um memorial para os entes queridos que se foram em 25 de janeiro de 2019. Al�m das fotos, foram espalhadas cruzes com os nomes das pessoas e arranjos de flores. Foi feita a soltura de bal�es �s 12h28, hor�rio do rompimento da barragem da Minas C�rrego do Feij�o. Em seguida, os nomes de todas as v�timas foram lidos.
Com faixas e cartazes, as pessoas seguiram para o letreiro de Brumadinho (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Foram realizadas apresenta��es musicais e discursos de familiares, que expressavam a dor da perda e tamb�m revolta contra a mineradora Vale.
“� uma dor insuport�vel. Tr�s anos e a gente clamando por Justi�a e nada foi feito at� agora, esses bandidos est�o soltos por a�, e Brumadinho continua na mesma dor. Assim que veio esse crime, veio a COVID. Todos os dias a gente perde um amigo, todos os dias a dor � a mesma. Agora veio a enchente, para culminar com o resto da tristeza. A gente est� vivendo que nem aquela m�sica ‘sem motivo, estou vivendo por viver’. Vivendo pela f�, pelos filhos que ficaram, pelos netos. Mas desestruturam as fam�lias todas. Separaram as fam�lias, muitas pessoas se mudaram”, lamenta Geralda Doroteia Almeida, 58 anos, m�e de Andr� Lu�s Almeida Santos, que trabalhava como operador da Vale.
Tamb�m estava entre os presentes Jackson Faria, pai de Camila Santos Faria. “� como se estivesse tudo acontecendo hoje de novo. N�o passa nunca na vida da gente. Sempre vamos sofrer por isso. Eu estava trabalhando quando minha irm� ligou avisando. Na hora foi um desespero, ela (Camila) estava almo�ando na hora. N�o tem justi�a nenhuma. Eles sabiam que ia morrer esse pessoal. Tem que ter justi�a”, cobrou.
Hoje, Jackson e a esposa cuidam da pequena Laura, filha de Camila, que tem 4 anos. “Ela � uma crian�a muito boa, � muita felicidade estar com ela. Ela parece muito com a m�e dela e conforta a gente. O pai dela � muito presente, sofre muito tamb�m”, comentou.
Lista com os nomes das pessoas que morreram em 2019 com o rompimento da barragem da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
Seis pessoas ainda est�o desaparecidas ap�s o rompimento da barragem. “O Corpo de Bombeiros est� aqui desde os primeiros minutos ap�s o desastre, e esteve presente aqui todos os dias, 24 horas por dia, at� hoje na data em que completa tr�s anos. O grande avan�o que tivemos ao longo dos anos n�o foi realmente na t�cnica de buscas, mas foi no sucesso que n�s temos at� o momento que � a identifica��o de todas as v�timas, com exce��o das seis. E � um compromisso do comando da corpora��o de que vai permanecer aqui at� que todas essas v�timas estejam devidamente identificadas”, disse o major Gleber Penido, do 3º Batalh�o do Corpo de Bombeiros, que coordena as buscas nesta semana.
Ind�genas Patax� H�-h�-h�e, que viviam �s margens do Rio Paraopeba, tamb�m protestaram hoje em Brumadinho. Weken� Patax�, uma das lideran�as, disse que at� hoje eles esperam um novo terreno da mineradora para onde possam se mudar e retomar seus h�bitos. ”Estamos muito tristes com a mineradora, que acabou com nosso rio (Paraopeba) e nosso territ�rio. Ele est� todo contaminado com lama de min�rio. Estamos com dificuldade de voltar para nossa aldeia, com medo de pegar doen�as por causa do solo contaminado. Temos crian�as. Hoje temos que ficar na linha do trem, sem nenhum destino para ir, at� ter uma resposta da Vale para nos dar outro territ�rio. Estamos esperando uma repara��o”, enfatizou. (Colaborou Cristiane Silva)