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Estado de Minas S�O PAULO

Enterros noturnos: veja o novo normal do maior cemit�rio da Am�rica Latina

Com o aumento do n�mero de mortes, provocado pela COVID-19, Cemit�rio da Vila Formosa teve que aumentar um turno para os funcion�rios


16/04/2021 10:02 - atualizado 16/04/2021 10:26

(foto: AFP / Miguel SCHINCARIOL)
(foto: AFP / Miguel SCHINCARIOL)
Em quase tr�s d�cadas de trabalho, os coveiros mais antigos do maior cemit�rio de S�o Paulo lembram de ter feito menos de dez enterros noturnos.

Mas desde o agravamento da segunda onda da pandemia no Brasil, essa exce��o se tornou a regra.

O vertiginoso aumento de casos e mortes em S�o Paulo nos �ltimos meses obrigou a prefeitura da cidade mais rica e populosa do pa�s a adequar seu plano funer�rio para evitar um colapso: al�m de contratar mais pessoal e ve�culos para atender � demanda, turnos noturnos foram instaurados em quatro dos 22 cemit�rios municipais, onde 600 sepulturas s�o abertas todos os dias.

Um deles � o Vila Formosa, o maior do Brasil e da Am�rica Latina, e um dos cart�es-postais do custo letal da pandemia no Brasil, onde mais de 360.000 pessoas j� morreram de COVID-19.

�s 18h ocorre a troca de turno e acendem-se as duas enormes l�mpadas movidas a geradores, iluminando os t�mulos e impregnando o local com o cheiro de gasolina.

� in�cio do outono e neste cemit�rio arborizado da periferia de S�o Paulo a temperatura beira os 16 graus. Oito coveiros vestidos com macac�es brancos, m�scaras e luvas chegam em duas vans.

Eles descem e formam um c�rculo ao redor das covas, m�os atr�s do corpo, cabe�a baixa. Em sinal de respeito, eles observam um minuto de sil�ncio. Em seguida, eles v�o para as p�s e carregam o primeiro morto da noite.

"N�o h� parentes?" Pergunta um. "N�o. Pode enterrar", responde outro com os documentos do falecido em m�os.

Em maio de 2020, durante a primeira onda da pandemia, o cemit�rio mobilizou tr�s escavadeiras para abrir 60 covas por dia.

Agora, s�o seis m�quinas cavando 200 sepulturas por dia, dizem os coveiros, que estendem o trabalho at� as 22h. Tamb�m foram contratadas cerca de 50 vans para carregar os corpos, pois os carros funer�rios n�o bastavam.

A prefeitura nega que ve�culos de transporte escolar fa�am parte dessa frota, vers�o amplamente divulgada na m�dia local.

Mais de 300 enterros por dia

Pouco depois, uma van chega com outro caix�o. Um grande grupo de familiares cerca a sepultura onde o homem de 57 anos, cujos documentos atestam morte por COVID-19, ser� enterrado. Os filhos do falecido pedem para colocar uma camisa da sele��o sobre o caix�o.

"� a �nica coisa que podemos fazer", diz emocionado o coveiro segurando os documentos do enterro.

Quatro homens come�am a depositar terra avermelhada at� que, em segundos, o caix�o com o s�mbolo brasileiro � coberto.

Gritos de dor se misturam ao som de p�s e ao zumbido de geradores el�tricos. J� habituados � presen�a de jornalistas e fot�grafos, os coveiros falam, mas pedem para n�o serem identificados.

Quase todos vacinados, dizem que a pandemia atingiu mais o pessoal administrativo das funer�rias do que aqueles que trabalhavam como eles em espa�os abertos.

"Eu queria que isso acabasse r�pido, porque � muito triste. Tentamos n�o nos abater com o nosso trabalho, mas � triste, � muita gente, faz muito tempo", diz um dos coveiros.

O Vila Formosa abriga mais de 1,5 milh�o de cad�veres em seus 750.000 m2. Em mar�o, o cemit�rio atingiu o pico com 105 enterros em um �nico dia, tr�s vezes a m�dia pr�-pandemia.

No dia 30 de mar�o, a cidade de S�o Paulo bateu recorde ao enterrar 426 pessoas em um �nico dia. A experi�ncia n�o se repetiu desde ent�o, a m�dia atual � de 391 mortes e 325 enterros por dia.

A prefeitura alerta que, se a m�dia di�ria ultrapassar 400 enterros, tomar� novas medidas, embora descarte que a Vila Formosa comece a funcionar 24 horas.

O gabinete analisa a constru��o de um cemit�rio vertical na zona leste, enquanto os espa�os da Vila Formosa s�o preenchidos rapidamente.

Os coveiros estimam que em 12 meses j� tenham usado 26 lotes, uma �rea que em tempos pr�-pand�micos renderia mais de dois anos de sepultamentos.

"H� espa�o para continuar aqui", diz um dos homens. "Agora, nesse ritmo, n�o sei at� quando aguenta".

O que � um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferen�as entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restri��o de circula��o de pessoas adotadas no Brasil n�o podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?

Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.


Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.

 

 

Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.


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