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Estado de Minas EM MASSA

Covid-19 e gripe: 6 respostas sobre a vacina��o simult�nea prestes a come�ar no Brasil

Com chegada do outono, Brasil tem desafio de vacinar popula��o contra coronav�rus e gripe ao mesmo tempo: Qual deve ser priorizada? Brasil tem doses suficientes? Tire suas d�vidas.


05/04/2021 06:52 - atualizado 05/04/2021 08:52


Com a pandemia, a indicação oficial é dar prioridade à vacina contra a covid-19 e depois tomar o imunizante contra a gripe
Com a pandemia, a indica��o oficial � dar prioridade � vacina contra a covid-19 e depois tomar o imunizante contra a gripe (foto: Getty Images)

O Brasil viver� uma situa��o ainda mais desafiadora do ponto de vista da sa�de p�blica a partir das pr�ximas semanas: o pa�s vai realizar duas campanhas em massa de vacina��o de forma simult�nea.

De acordo com o Minist�rio da Sa�de, come�a em 12 de abril a imuniza��o contra a gripe, que acontece todos os anos a partir do in�cio do outono, quando a temperatura come�a a cair e a circula��o de v�rus que afetam o sistema respirat�rio (como � o caso do influenza, o causador da doen�a) aumentam consideravelmente.

As campanhas contra a gripe e a covid-19 acontecer�o em paralelo e j� levantam d�vidas sobre quem deve tomar as doses, qual o tempo de espera entre uma vacina e outra e como ser� a organiza��o para evitar aglomera��es nos postos de sa�de.

A BBC News Brasil consultou especialistas para tirar as principais d�vidas e entender a import�ncia de se proteger contra essas duas doen�as.

Quem pode tomar as vacinas contra a covid-19 e a gripe?

� preciso prestar muita aten��o, pois os grupos priorit�rios e a ordem em que eles ser�o atendidos muda um pouco de acordo com cada campanha.

Por enquanto, os munic�pios brasileiros est�o vacinando contra a covid-19 os profissionais de sa�de e pessoas com mais de 60 anos em diversas faixas et�rias. Muitos locais come�aram convocando indiv�duos acima de 90 anos e foram diminuindo a idade aos poucos.

A expectativa � que trabalhadores da educa��o e das for�as de seguran�a e salvamento comecem a tomar suas doses contra o coronav�rus nas pr�ximas semanas, de acordo com o cronograma de cada prefeitura.

J� no caso da vacina��o contra a gripe, os primeiros contemplados ser�o:

  • A partir de 12/04: crian�as, gestantes, pu�rperas (mulheres que tiveram filho h� pouco tempo), ind�genas e trabalhadores de sa�de;
  • A partir de 11/05: pessoas com mais de 60 anos e professores;
  • Entre 9/06 e 9/07: indiv�duos com comorbidades ou defici�ncias permanentes, caminhoneiros, trabalhadores do sistema rodovi�rio e portu�rio, for�as de seguran�a e das For�as Armadas, funcion�rios do sistema prisional, popula��o privada de liberdade e jovens de 12 a 21 anos que est�o sob medidas socioeducativas.

Geralmente, as campanhas contra a gripe se iniciam com os idosos. Mas, em 2021, eles foram transferidos para uma segunda etapa para n�o haver confus�o e conflito com o calend�rio estabelecido contra a covid-19.

A expectativa � que, a partir de maio, a maioria dos indiv�duos com mais de 60 anos esteja devidamente protegida contra o coronav�rus e fique liberada para tamb�m se resguardar contra o influenza.

"Para evitar riscos, os gestores precisar�o fazer uma �tima organiza��o com filas, hor�rios e espa�os diferentes, de modo que n�o ocorra aglomera��o de pessoas nas unidades de sa�de", sugere o epidemiologista Jose Cassio de Moraes, professor titular da Faculdade de Ci�ncias M�dicas da Santa Casa de S�o Paulo.


Gestantes estão no grupo prioritário da vacinação contra a gripe
Gestantes est�o no grupo priorit�rio da vacina��o contra a gripe (foto: Getty Images)

Qual das vacinas deve ser priorizada?

Os dois imunizantes s�o essenciais e ajudam a evitar complica��es respirat�rias que exigem interna��o e podem at� levar � morte.

Se voc� fizer parte do p�blico-alvo das duas campanhas em algum momento nos pr�ximos meses, a prioridade deve ser dada � vacina contra a covid-19.

"Essa � a recomenda��o do Programa Nacional de Imuniza��es (PNI) do Minist�rio da Sa�de e tem a ver com o fato de estarmos no meio de uma pandemia", esclarece a m�dica Maria de Lourdes de Sousa Maia, coordenadora da Assessoria Cl�nica de Bio-Manguinhos, da Funda��o Oswaldo Cruz (FioCruz).

Mas a prioridade n�o deve ser confundida com exclusividade: � importante se vacinar contra a gripe na sequ�ncia, respeitando o prazo orientado pelos especialistas, como voc� ver� a seguir.

Posso tomar as vacinas contra a covid-19 e a gripe juntas, no mesmo dia?

N�o. � preciso esperar 15 dias entre uma vacina e outra, segundo as orienta��es das autoridades em sa�de p�blica.

Mas qual a raz�o desse intervalo de duas semanas?


O imunizante AZD1222, de AstraZeneca e Universidade de Oxford, é envasado e distribuído no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz
O imunizante AZD1222, de AstraZeneca e Universidade de Oxford, � envasado e distribu�do no Brasil pela Funda��o Oswaldo Cruz (foto: Getty Images)

"N�s ainda n�o temos os estudos de co-administra��o, que permitiriam saber a resposta do sistema imunol�gico � aplica��o conjunta dos dois imunizantes, contra a gripe e contra a covid-19", explica a m�dica Patricia Mouta, profissional da farmacovigil�ncia de Bio-Manguinhos/FioCruz.

Como as pesquisas a respeito do tema ainda n�o foram feitas, o Minist�rio da Sa�de optou pela prud�ncia, para evitar qualquer efeito colateral inesperado ou uma diminui��o na efetividade dos imunizantes.

Vamos a exemplos de como esse esquema vai funcionar na pr�tica: voc� pode tomar a primeira dose da Coronavac e aguardar de 14 a 28 dias para receber a segunda dose desta mesma vacina.

Da� � necess�rio esperar mais duas semanas para ser vacinado contra a gripe (que exige apenas uma dose para conferir prote��o).

J� no caso do imunizante AZD1222, de AstraZeneca e Universidade de Oxford, a ordem de vacina��o muda, pois o prazo entre a primeira e a segunda dose � de tr�s meses.

Voc� ent�o pode tomar a primeira dose da AZD1222 e aguardar duas semanas para receber a vacina contra a gripe.

Na sequ�ncia, basta esperar os dois meses e meio restantes para completar a prote��o contra a covid-19 com a segunda dose da AZD1222.

Qual a import�ncia de se vacinar contra essas duas doen�as?

Tanto gripe quanto covid-19 s�o enfermidades que afetam o sistema respirat�rio, podem trazer complica��es ou sequelas e at� matar.

Do ponto de vista individual, portanto, a vacina��o diminui os riscos � sa�de.

J� na perspectiva coletiva, imunizar-se � uma atitude que protege toda a comunidade, pois quebra as cadeias de transmiss�o viral e impede a lota��o de hospitais e unidades de terapia intensiva.

Em outras palavras, ao tomar as suas doses, voc� n�o protege s� a si, mas tamb�m a sua fam�lia, amigos, vizinhos e todos ao redor — at� aqueles que, por um motivo ou outro, n�o podem tomar a vacina.

O Brasil tem doses garantidas para proteger a popula��o contra a covid-19 e a gripe?

A situa��o varia bastante. No caso das vacinas contra a gripe, a preocupa��o com uma eventual escassez � menor, quase inexistente.

Isso porque o Brasil � autossuficiente nesse quesito: a fabrica��o fica a cargo do Instituto Butantan, que nem depende mais da importa��o do insumo farmac�utico ativo (IFA) para entregar, todos os anos, 80 milh�es de doses ao Minist�rio da Sa�de.

O Butantan possui a maior f�brica de imunizantes contra o influenza de todo o Hemisf�rio Sul.

J� quando o assunto � covid-19, o assunto complica um pouco.

Nosso pa�s depende das remessas de IFA que v�m de China e �ndia para finalizar o envase das doses da Coronavac, no Instituto Butantan, e da AZD-1222, na FioCruz

Em raz�o da demanda mundial pelo produto, desde janeiro de 2021 as entregas t�m sofrido atrasos e imprevistos, que chegaram at� a paralisar as campanhas de vacina��o contra o coronav�rus em algumas cidades.


A importação de insumos para fazer as vacinas contra a covid-19, como a Coronavac, está sofrendo sucessivos atrasos
A importa��o de insumos para fazer as vacinas contra a covid-19, como a Coronavac, est� sofrendo sucessivos atrasos (foto: Getty Images)

"Para acelerar a imuniza��o das pessoas, precisamos ter mais doses de vacinas dispon�veis", aponta a epidemiologista Carla Domingues, que foi coordenadora do PNI entre 2011 e 2019.

Nos �ltimos dias, tanto Butantan quanto FioCruz t�m conseguido ampliar a entrega de novos lotes de vacinas contra a covid-19, o que promete dar mais previsibilidade aos governos estaduais e municipais.

Al�m disso, a partir dos pr�ximos meses devem chegar outras vacinas que j� tem acordo de compra com o Minist�rio da Sa�de, como aquelas produzidas por Pfizer e Johnson & Johnson.

O c�lculo provis�rio do minist�rio � que o Brasil j� teria mais de 500 milh�es de doses garantidas para 2021.

Quais s�o os desafios de realizar duas campanhas simult�neas?

Al�m das quest�es de organiza��o e log�stica, os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil chamam a aten��o para o desafio de fazer uma boa comunica��o �s pessoas sobre as campanhas simult�neas.

E, na avalia��o deles, o Brasil vai mal neste quesito.

"Eu n�o posso dizer que a comunica��o est� p�ssima porque isso significaria que existe algo sendo feito. A comunica��o � ausente. N�o h� nenhum tipo de an�ncio ou campanha oficial", critica Moraes.

Por ora, o Governo Federal veiculou poucas propagandas ou outros conte�dos nos meios f�sicos e digitais para falar sobre os p�blicos-alvo, quando as pessoas devem se vacinar ou quais documentos s�o necess�rios.

"O que temos visto apenas s�o an�ncios sobre compras de vacinas. � preciso explicar para a popula��o sobre a necessidade de tomar as duas doses, respeitar os intervalos, entre outras coisas. Essa comunica��o n�o est� sendo feita", observa Domingues.

A BBC News Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa do Minist�rio da Sa�de para ouvir a vers�o deles sobre esse ponto, mas at� a publica��o desta reportagem n�o obteve resposta.

Maia, que foi coordenadora do PNI entre 1995 e 2005, destaca que, por mais experi�ncia que o Brasil tenha em imuniza��es, � preciso se adaptar � nova realidade.

"Fazer campanhas de vacina��o � se reinventar a todo o momento. Ficar no mesmismo � a receita para o fracasso", pensa a m�dica.

"� preciso entender o momento que vivemos e estimar o impacto que as not�cias falsas e as correntes de WhatsApp podem ter na aceita��o das vacinas. Vamos ter que lidar e superar isso", completa.


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