
"Eu ia para a academia, pedalava, caminhava e corria. Como eu era forte e saud�vel, n�o achei que precisasse da vacina. Al�m disso, se por acaso n�o fosse segura, eu n�o teria corrido nenhum risco. Mas a verdade � que n�o consegui evitar o v�rus. Ele ainda me pegou. N�o sei como nem onde."
Bashir, que recebeu alta ap�s uma semana recebendo oxig�nio em um hospital do Reino Unido, faz quest�o de alertar outras pessoas para n�o cometerem seu erro.
"O que vivi no hospital me humilhou", diz ele. "As pessoas est�o enchendo os hospitais ao se arriscar, e isso � errado. Eu me sinto p�ssimo. Eu me sinto t�o mal por isso e espero que, falando abertamente, consiga ajudar outros a evitarem isso."
Bashir estava internado no Bradford Royal Infirmary, um hospital no norte da Inglaterra que, como muitos outros, est� vendo o n�mero de pacientes em tratamento de covid-19 voltar a subir drasticamente.
Cerca de metade dos pacientes s�o pessoas que optaram por n�o tomar vacina, conta o epidemiologista John Wright, que comanda o Instituto de Bradford para Pesquisa em Sa�de. Ele diz que, agora, muitos desses pacientes lamentam terem deixado de tomar a vacina.
No m�s passado, o n�mero de pacientes de covid-19 no hospital tinha ca�do a n�veis n�o vistos desde o ver�o de 2020. No entanto, com a variante Delta se espalhando, os n�meros voltaram a subir.
Esse movimento reflete o aumento dos casos na comunidade, que v�m subindo principalmente entre pessoas mais novas. Embora poucos ods jovens acabem no hospital, os m�dicos dizem que os pacientes t�m, em m�dia, menos idade do que nas ondas anteriores, com muitos deles na casa dos 20, 30 e 40 anos.
"Alguns j� tomaram as duas doses da vacina e, portanto, tiveram uma doen�a mais branda — mas ainda assim tiveram de receber oxig�nio de forma n�o invasiva. Sem a vacina, eles provavelmente estariam mortos", disse o m�dico Abid Aziz.
"Outros acabaram de tomar a primeira dose e, portanto, n�o est�o totalmente protegidos. � preocupante que cerca de metade dos pacientes na enfermaria hoje n�o tenham sido vacinados. Parei de perguntar a eles o motivo, porque est�o claramente envergonhados."

Abderrahmane Fadil, um professor de ci�ncias de 60 anos que tem dois filhos pequenos, � um dos que lamentam a pr�pria atitude em rela��o � vacina. Ele estava desconfiado das vacinas por causa da velocidade com que eram distribu�das. Fadil acabou na UTI por nove dias.
"� t�o bom estar vivo", diz ele. "Minha esposa tomou a vacina. Eu n�o. Estava relutante. Estava me dando tempo, estava pensando que na minha vida vivi com v�rus, bact�rias, e pensei que meu sistema imunol�gico era bom o suficiente. E eu tive sintomas de covid no in�cio da pandemia e pensei que talvez tivesse contra�do. Achei que meu sistema imunol�gico reconheceria o v�rus e eu teria defesas. Esse foi o maior erro da minha vida. Quase me custou a vida. J� tomei muitas decis�es tolas na vida, mas essa foi a mais perigosa e s�ria."
Fadil deixou o hospital h� quase um m�s, mas ainda n�o est� bem. "Eu gostaria de poder ir a cada pessoa que se recusa a receber a vacina e dizer a eles: 'Olha, isso � uma quest�o de vida ou morte. Voc� quer viver ou morrer? Se voc� quiser viver, ent�o v� e tome a vacina", diz ele.

Para muitos dos pacientes que n�o foram vacinados, ser hospitalizado com covid grave � um alerta para as consequ�ncias fatais de not�cias falsas sobre o coronav�rus e as vacinas.
Faisal admite ter sido influenciado por conversas nas redes sociais e pelas preocupa��es com a vacina na comunidade asi�tica da cidade, al�m de reportagens sobre o baix�ssimo risco de co�gulos sangu�neos com a vacina da Astrazeneca.
Cerca de tr�s quartos da popula��o adulta em Bradford, no norte da Inglaterra, recebeu a primeira dose da vacina, em compara��o com 87% em todo o pa�s.
No hospital, Wright diz que os profissionais est�o profundamente nervosos com o afrouxamento das restri��es a partir da segunda-feira (19/7) na Inglaterra.
"Como todos no pa�s, queremos recuperar nossas vidas anteriores e, embora a liga��o entre infec��es e hospitaliza��es seja claramente reduzida, ela permanece sempre presente em nossas enfermarias."
E diz que, embora agora haja muito menos mortes por covid do que antes, ainda h� algumas, e o n�mero est� crescendo novamente. Portanto, ele diz, a corrida entre a onda de vacina��o e a dissemina��o do Sars-CoV-2 continua sendo uma quest�o de vida ou morte.
Ele afirma que, se h� uma li��o do ano passado, � nunca subestimar esse v�rus.
J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Leia mais sobre a COVID-19
- Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil e suas diferen�as
- Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
- Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas
- Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?
- Os protocolos para a volta �s aulas em BH
- Pandemia, endemia, epidemia ou surto: entenda a diferen�a
- Quais os sintomas do coronav�rus?