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Estado de Minas CORONAV�RUS

2 anos de COVID: 5 aprendizados sobre vacinas, variantes e trabalho remoto

Em 11 de mar�o de 2020, a Organiza��o Mundial da Sa�de anunciou que a covid-19 era oficialmente uma pandemia. Veja como as coisas mudaram dois anos depois


12/03/2022 09:01 - atualizado 12/03/2022 09:01

Pessoas andando pela rua usando máscaras
(foto: Getty Images)
J� se passaram dois anos desde que a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) anunciou que a covid-19 era oficialmente uma pandemia.

Desde aquele 11 de mar�o de 2020, o mundo mudou numa velocidade incr�vel — desde a maneira como trabalhamos at� as formas de preven��o da doen�a.

A seguir, veja cinco aprendizados que tivemos desde o in�cio da pandemia.


Profissional de saúde prepara uma dose da vacina CoronaVac na Indonésia
Antes da pandemia, a vacina mais r�pida havia levado quatro anos para ser desenvolvida. A primeira vacina contra a covid demorou apenas 11 meses para ficar pronta (foto: EPA)

1. As vacinas de mRNA funcionam e podem ser feitas com muita rapidez

Assim que a pandemia come�ou, os pesquisadores come�aram a correr para fazer uma vacina que pudesse proteger as pessoas contra a covid-19.

 

Algumas das farmac�uticas decidiram apostar num tipo de tecnologia que nunca havia resultado em uma vacina aprovada para uso humano — o mRNA.

 

O risco compensou. A Pfizer-BioNTech e a Moderna foram capazes de desenvolver vacinas contra a covid mais r�pido do que qualquer outro laborat�rio. E elas utilizaram justamente o mRNA.

 

Mas esse investimento tamb�m abriu as portas para toda uma gama de novos tratamentos, que poder�o usar essa mesma tecnologia no futuro.

 

Em resumo, esse tipo de vacina traz um pequeno peda�o de c�digo gen�tico, o mRNA, e reveste-o em gordura. Esse material � absorvido pelas nossas c�lulas.

 

Na sequ�ncia, isso serve de "manual de instru��o" para que as pr�prias c�lulas fabriquem uma pequena parte do v�rus: a esp�cula. Essa estrutura, tamb�m conhecida como prote�na S, � respons�vel por se conectar aos receptores das c�lulas e dar in�cio � infec��o.

 

Este fragmento n�o � prejudicial � sa�de, mas o sistema imunol�gico do corpo pode reconhec�-lo e desenvolver uma resposta efetiva caso o coronav�rus tente invadir o organismo. Confira mais detalhes sobre esse processo no infogr�fico a seguir.


O que a vacina de mRNA faz no corpo
(foto: BBC)

 

Como mencionado mais acima, o mRNA tem potencial para ser usado de muitas outras maneiras.

 

Al�m de servir para o desenvolvimento de vacinas contra outros v�rus, como o HIV, o influenza e o zika, essa tecnologia ainda pode ser usada para treinar o sistema imunol�gico do corpo a atacar c�lulas cancer�genas, para criar as prote�nas que faltam nas c�lulas de pessoas com fibrose c�stica, ou ainda para ensinar o sistema de defesa de paciente com esclerose m�ltipla a parar de atacar o sistema nervoso.

 

A pesquisa sobre tratamentos baseados em mRNA est� em andamento h� d�cadas, mas as vacinas contra a covid s�o a primeira oportunidade em que essa plataforma funcionou na pr�tica. E esse sucesso vai impulsionar novas pesquisas que podem mudar a vida de milh�es de pessoas.

2. A covid se espalha pelo ar com muito mais facilidade do que pens�vamos inicialmente


Máscaras descartáveis empilhadas em uma mesa
Muitos pa�ses mudaram suas recomenda��es sobre o uso de m�scaras e passaram a exigir que elas sejam usadas em v�rios ambientes (foto: BBC)

Cerca de quatro meses ap�s as primeiras descobertas sobre a covid, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) postou no Twitter: "FATO: A covid-19 N�O � transmitida pelo ar".

 

� �poca, especialistas que representam a entidade n�o aconselhavam as pessoas a vestir m�scaras.

 

"N�o h� evid�ncias espec�ficas que sugiram que o uso massivo de m�scaras pela popula��o tenha algum benef�cio particular", declarou no in�cio de 2020 o diretor-executivo do Programa de Emerg�ncias em sa�de da OMS, Michael Ryan.

 

"N�o recomendamos o uso de m�scaras, a menos que voc� esteja doente", acrescentou Maria Van Kerkhove, l�der t�cnica da OMS sobre covid-19.

 

Mas o que foi aprendido desde o in�cio do surto mudou muito essas impress�es iniciais. A OMS agora diz que as pessoas devem "fazer do uso da m�scara uma parte normal da vida ao estar perto de outros indiv�duos".

 

Ao longo do tempo, surgiram evid�ncias de que o coronav�rus n�o � transmitido apenas por grandes got�culas de saliva ou muco que ficam suspensas no ar por um curto per�odo ap�s algu�m tossir ou espirrar, ou pelo contato com uma superf�cie contaminada. A OMS declarou que o pat�geno "tamb�m pode se espalhar por aeross�is" — part�culas muito menores, que permanecem "viajando" pelo ar por muito mais tempo.


Representação gráfica de um vírus que entra no corpo através do nariz e da boca
A OMS mudou as orienta��es ao entender que o coronav�rus permanece no ar por muito mais tempo do que o imaginado inicialmente (foto: Getty Images)

Em um editorial, o peri�dico especializado British Medical Journal declarou: "Em v�rias situa��es, as pessoas s�o muito mais propensas a serem expostas ao v�rus inalando-o diretamente, e n�o atrav�s de grandes got�culas que pousam nos olhos, nas narinas ou nos l�bios."

 

"A transmiss�o do SARS-CoV-2 [o coronav�rus respons�vel pela pandemia atual] ap�s o contato com superf�cies agora � considerada relativamente m�nima", continua o texto.

 

O artigo ainda trouxe exemplos de indiv�duos que tinham covid e infectaram outros que estavam a mais de 2 metros de dist�ncia, ou que pegaram o v�rus num ambiente em que uma pessoa infectada estava presente minutos ou horas antes.

 

"Em mar�o [de 2020], as pessoas estavam me ligando para perguntar quanto tempo precisavam deixar a lata de feij�o no alvejante antes de poder traz�-las para dentro de casa. Todo mundo estava hipervigilante e hiperparan�ico", lembra Paula Cannon, professora de microbiologia molecular e imunologia Escola de Medicina da Universidade do Sul da Calif�rnia, nos Estados Unidos.

 

"Desde ent�o, aprendemos que v�rus transportados pelo ar em espa�os fechados mal ventilados — emitidos durante a fala, o canto ou a respira��o de pessoas infectadas sem m�scara — � a causa prov�vel da maioria das transmiss�es e a raz�o pela qual bares e restaurantes sem ventila��o s�o t�o arriscados."

 

Lavar as m�os e limpar superf�cies ainda s�o bons h�bitos para se manter na rotina, mas agora h� muito mais �nfase no uso de m�scaras e na ventila��o dos ambientes.

3. Trabalhar em casa veio para ficar


Uma tela mostrando uma videochamada
Mesmo ap�s a covid, � prov�vel que gastemos muito mais tempo em videochamadas (foto: Getty Images)

 

Milh�es de pessoas espalhadas pelo mundo foram instru�das a trabalhar de casa durante a pandemia.

 

Essa realidade � algo que n�o seria tecnicamente poss�vel h� alguns anos, mas a covid mostrou que o uso de ferramentas como videochamadas est� acess�vel para muitos. E isso pode mudar a maneira como milh�es de n�s trabalhamos.

 

O Twitter ganhou as manchetes em todo o mundo em maio de 2020 quando anunciou: "Nossos funcion�rios agora podem trabalhar de casa para sempre. Os �ltimos meses provaram que podemos fazer isso funcionar."

 

No entanto, a gigante das redes sociais acrescentou que os funcion�rios precisam estar em "uma fun��o e uma situa��o que os permitam trabalhar de casa".

 

Mas n�o s�o apenas as empresas de tecnologia que desejam efetivar essa mudan�a.

 

Uma pesquisa da consultoria Enterprise Technology Research com 1,2 mil empresas mostrou que a porcentagem de indiv�duos em todo o mundo que trabalham permanentemente de casa deve ter dobrado em 2021.

 

E esse cen�rio � algo que muitos funcion�rios querem ver acontecer na pr�tica tamb�m.

 

Em uma pesquisa global com mais de 200 mil pessoas em 190 pa�ses, a Boston Consulting descobriu que 89% dos entrevistados esperavam poder trabalhar em casa por algum tempo. Antes da pandemia, essa taxa ficava em 31%.

 

Esse crescimento dos f�s do home office abarca, inclusive, pessoas que fazem trabalhos manuais e manufatura e esperam poder realizar pelo menos algumas das tarefas sem sair de casa.

 

Mas para muitos indiv�duos, que est�o em empregos com sal�rios baixos e pouca estabilidade, as oportunidades de trabalho mais flex�vel podem ser limitadas, o que aumenta ainda mais as desigualdades.

4. A pandemia atingiu mais as pessoas vulner�veis %u200B


Um paciente sentado em uma cadeira de rodas enquanto recebe oxigênio através de uma máscara em uma unidade de emergência
Pessoas de comunidades menos abastadas foram as mais atingidas durante os �ltimos dois anos (foto: Reuters)

 

O mundo � um lugar desigual e a pandemia aprofundou ainda mais essas diferen�as.

 

No Reino Unido, um estudo do UK Biobank descobriu que, na parte mais carente do pa�s, 11,4% das pessoas tiveram covid. J� nas �reas mais abastadas, essa taxa ficou em 7,8%.

 

A equipe de pesquisadores tamb�m descobriu que as minorias foram afetadas desproporcionalmente, algo que tamb�m foi observado nos EUA.

 

Em Nova York, dados de 2020 mostraram que hisp�nicos e negros representavam 34% e 28% das mortes por covid, respectivamente, apesar de totalizarem 29% e 22% da popula��o.

 

J� um levantamento feito na Calif�rnia mostrou que pacientes negros n�o hisp�nicos tinham 2,7 vezes mais risco de hospitaliza��o em compara��o com pacientes brancos.

 

Em outros lugares, n�o existem dados precisos sobre os efeitos sociais da covid, mas globalmente uma das maiores disparidades � revelada nas taxas de vacina��o.

 

Nos pa�ses de renda m�dia e alta, cerca de 70% da popula��o est� totalmente vacinada, de acordo com o site Our World in Data. Essa porcentagem cai para apenas 4% nas na��es de baixa renda. E, mesmo em pa�ses de renda m�dia baixa, a taxa ainda � de apenas 32%.

 

� medida que as autoridades m�dicas dos lugares mais ricos distribuem doses de refor�o para lidar com novas amea�as, como a variante �micron, as consequ�ncias mortais da lenta campanha de vacina��o em pa�ses menos desenvolvidos podem se tornar ainda mais perigosas.

5. N�o temos certeza de quando (e se) a covid deixar� de ser um problema


Equipe médica transfere um corpo para um caminhão refrigerado que serviu como necrotério improvisado
As r�pidas muta��es do coronav�rus tornaram-no um inimigo dif�cil de combater (foto: Getty Images)

A imunidade de rebanho tornou-se uma palavra-chave no in�cio da pandemia — a ideia era que, se um n�mero suficiente de pessoas desenvolvesse anticorpos contra o coronav�rus, seja pela infec��o "natural", seja pela vacina��o, a covid se tornaria uma amea�a menor.

 

Esse cen�rio parece cada vez mais dif�cil de alcan�ar. A quest�o � que a resposta do nosso sistema imunol�gico diminui com o tempo, um dos motivos que levou muitos lugares a indicar as doses de refor�o.

 

De acordo com Shabir Madhi, reitor da Faculdade de Ci�ncias da Sa�de e professor de vacina��o da Universidade de Witwatersrand, na �frica do Sul, a resposta imune ap�s a infec��o ou a vacina��o dura aproximadamente de seis a nove meses.

 

Embora as vacinas continuem eficazes na prote��o contra as formas graves da doen�a, elas n�o parecem impedir a infec��o ou a transmiss�o do coronav�rus (ainda que as pessoas n�o apresentem nenhum sintoma).

 

"Com as vacinas que temos, mesmo que a transmiss�o seja reduzida, o conceito de imunidade de rebanho n�o faz sentido", avalia o m�dico Salvador Peir�, do Instituto de Pesquisa Fisabio em Val�ncia, na Espanha, � BBC Mundo, o servi�o em espanhol da BBC.

 

E vale lembrar tamb�m que o v�rus tem uma grande capacidade de transforma��o. Com isso, surgem as novas variantes, e algumas delas s�o ainda mais transmiss�veis e conseguem escapar das vacinas.

 

As variantes tamb�m refor�aram a ideia de que provavelmente teremos que "conviver" com o v�rus � medida que ele evolui, atualizando as vacinas regularmente. Nesse cen�rio, os pa�ses altamente vacinados seguir�o em algo parecido com a normalidade, mesmo sabendo que, embora algumas pessoas adoe�am, os sistemas de sa�de n�o ficar�o mais sobrecarregados.

 

A ascens�o da �micron nos �ltimos meses mexeu ainda mais com esse cen�rio, pois at� alguns dos pa�ses com as melhores taxas de vacina��o precisaram reintroduzir medidas de distanciamento social e exigir que as pessoas recebessem doses de refor�o.

 

Em todo o mundo, n�o h� consenso sobre onde nos encontramos atualmente na pandemia. Alguns pa�ses, como o Reino Unido e a Dinamarca, abandonaram totalmente as restri��es, enquanto outros, como a China, continuam a manter uma pol�tica de n�o ter nenhum caso de covid.

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