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Estado de Minas CHECAMOS

N�o h� evid�ncias cient�ficas sobre a necessidade de trocar escova dental ap�s caso de covid-19

Especialistas explicaram que as infec��es secund�rias decorrem da condi��o de sa�de geral do paciente, e n�o de sua escova dental


05/06/2021 21:45 - atualizado 06/06/2021 11:29


Captura de tela feita em 4 de junho de 2021 de uma publicação no Facebook
Captura de tela feita em 4 de junho de 2021 de uma publica��o no Facebook
Publica��es compartilhadas mais 129 mil vezes desde, pelo menos, agosto de 2020 recomendam que pacientes que tiveram covid-19 troquem suas escovas de dentes a fim de evitar infec��es secund�rias. No entanto, a recomenda��o n�o � baseada em evid�ncias cient�ficas. Especialistas explicaram � AFP que as infec��es secund�rias decorrem da condi��o de sa�de geral do paciente, e n�o de sua escova dental. 

 

“Troque sua escova! Se voc� esteve com Covid-19, � preciso trocar sua escova dental que usou neste per�odo, porque a saliva cont�m uma grande quantidade de v�rus e bact�rias que podem causar uma inflama��o secund�ria”, diz o texto de uma imagem compartilhada no Facebook (1, 2, 3), no Instagram (1, 2) e no Twitter.

Infec��es secund�rias e sa�de bucal

De acordo com as publica��es, uma escova de dentes usada durante a contamina��o pelo coronav�rus deve ser trocada pelo paciente para evitar uma “inflama��o secund�ria”. A afirma��o � creditada a uma dentista, com n�mero de inscri��o no Conselho Regional de Odontologia de S�o Paulo (CRO-SP). 

 

O CRO-SP, entretanto, afirmou � AFP por meio de sua assessoria de imprensa que apesar de a profissional estar registrada como cirurgi�-dentista no conselho, ela “n�o � membro de nenhuma comiss�o de c�mara t�cnica do CRO-SP” e que, portanto, n�o se manifestou representando a institui��o.  

 

O AFP Checamos consultou especialistas, que se referiram � possibilidade de “infec��es secund�rias” decorrentes de uma queda da resposta imunol�gica. Eles alertaram que isso pode acontecer ap�s qualquer quadro viral, n�o precisando ser necessariamente por covid-19. 

 

“As infec��es secund�rias geralmente surgem depois de uma infec��o viral. Por exemplo, com um quadro de gripe, a imunidade baixa e, depois da gripe, pode-se evoluir para uma infec��o secund�ria, que seria uma pneumonia por uma bact�ria. Isso � conhecido em v�rias manifesta��es, n�o est� ligado somente � covid-19”, explica o pneumologista Tadeu Monteiro, coordenador da Comiss�o Cient�fica de Infec��es da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). 

 

“Os cuidados com a higiene dental devem ser para todos os pacientes, independente da doen�a. A cavidade oral � a porta de entrada para v�rias infec��es, ent�o gengiva e dentes sempre precisam estar bem cuidados”, ressalta Monteiro. 

 

Segundo Juliana Bertoldi Franco, integrante da C�mara T�cnica de Odontologia Hospitalar do CRO-SP, as evid�ncias cient�ficas indicam que a condi��o bucal de um paciente interfere na sua condi��o de sa�de geral. 

 

“Hoje se sabe que essa rela��o entre sa�de bucal e preven��o de doen�as � bem forte. Durante a interna��o, em enfermaria ou CTI, h� protocolos de higiene, porque a boa sa�de bucal � mandat�ria para prevenir pneumonias bacterianas e infec��es oportunistas”, afirma a dentista.

 

Em rela��o � covid-19, Franco lembra que “o SARS-CoV-2 tem uma forte liga��o com tecidos da mucosa oral, com a saliva e com a gengiva” e que, por isso, quando uma pessoa est� contaminada “a sua escova e a sua pasta dental devem ser separadas do restante da fam�lia, porque, naquele momento, pode haver uma contamina��o cruzada com os demais integrantes da fam�lia”.

 

Esse cuidado deve se estender a outros itens de higiene e a utens�lios de uso pessoal, como talheres e roupas de cama e banho. Mas, ap�s a fase aguda da doen�a, a dentista garante que o paciente n�o precisa trocar a escova de dentes.

 

“N�o h� estudos que provem isso [que o uso da mesma escova pode levar a infec��es secund�rias]. O paciente j� criou os anticorpos de tipo IgG. Evoluir para uma infec��o bacteriana pode acontecer, mas pela sua condi��o de sa�de, e n�o pela escova de dentes”, enfatiza Franco. 

 

A troca de escova dental ap�s a covid-19, segundo a dentista, s� faz sentido em casos de interna��o hospitalar. “Se o paciente foi internado, quando ele tem alta hospitalar, a escova e a pasta dental s�o desprezadas pelo risco de contamina��o hospitalar”, observa.

 

De maneira geral, � recomendado, contudo, que todas as pessoas troquem suas escovas de dentes “ap�s dois a tr�s meses de uso ou antes disso, caso as cerdas apresentem alguma deforma��o ou mudan�a de cor”, informa Franco. 

Reinfec��o de covid-19

Embora a aten��o aos itens de higiene pessoal seja indicada durante a incid�ncia de qualquer doen�a, os especialistas consultados pela AFP afirmam que n�o h� comprova��o cient�fica de que o coronav�rus possa sobreviver na escova dental a ponto de causar uma reinfec��o. 

 

“� de bom tom que realmente tudo seja trocado quando se est� com uma doen�a infectocontagiosa, mas por uma quest�o de higiene. Nada prova que o v�rus v� sobreviver na superf�cie da escova de dentes. A vida do v�rus na superf�cie � muito ef�mera, n�o seria o caso de uma reinfec��o”, garante a pneumologista da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcolmo.

 

Monteiro concorda: “O que precisa ficar claro � que esses cuidados devem aumentar em qualquer circunst�ncia que baixe a imunidade do paciente. A troca da escova de dentes e dos aparatos de higiene tem que ser feita independente de se estar ou n�o com covid-19. Esse dado de a escova de dentes ser trocada especificamente por causa da covid-19 � um dado extremamente emp�rico e n�o faz sentido”

 

Os estudos cient�ficos indicam que os riscos de infec��o de covid-19 est�o muito mais atrelados ao cont�gio entre pessoas, e n�o por contato com o v�rus na superf�cie. 

 

Um artigo publicado em 5 de abril deste ano pelos Centros de Controle e Preven��o de Doen�as (CDC) dos Estados Unidos tamb�m revelou que a chance de contrair coronav�rus por contato com superf�cies � muito baixa, e que a transmiss�o a�rea continua sendo a principal forma de cont�gio. Segundo o texto, a chance de infec��o por contato com superf�cies � menor que 1 em 10 mil casos. 

 

No Brasil, o Minist�rio da Sa�de esclarece em seu site que “a epidemiologia do SARS-CoV-2 indica que a maioria das infec��es se espalha por contato pr�ximo (menos de 1 metro), principalmente por meio de got�culas respirat�rias”.


“A reinfec��o acontece pelo cont�gio por outra pessoa, sobretudo se for por uma nova variante”, alertou Dalcolmo.

 

Estudos indicam que pessoas que contra�ram a covid-19 podem sofrer uma reinfec��o, com possibilidades de evolu��o para casos graves. A infec��o pela mesma variante acontece porque o paciente n�o teria criado uma mem�ria imunol�gica. No caso de uma outra cepa, ela “escaparia” da mem�ria do sistema imunol�gico.

 


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?

 

Os chamados passaportes de vacina��o contra a COVID-19 est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses.

O sistema de controle tem como objetivo garantir o tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar o turismo e a economia.  


Especialistas dizem que os passaportes de vacin��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.


Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.

 

 

Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas

[VIDEO4]

 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

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