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Estado de Minas COMPORTAMENTO

O lado ruim de elogiar crian�as por sua beleza

Coment�rios sobre a apar�ncia vindos de familiares e amigos podem causar inseguran�as ao longo da vida


29/08/2022 10:00 - atualizado 29/08/2022 10:00

Menina de vestido em frente a espelho
Pesquisas indicam que a percep��o do corpo e da aceita��o social s�o moldadas nos primeiros anos (foto: Getty Images)
Imagine a cena: uma garotinha experimenta um vestido cintilante, d� uma volta e, toda feliz, alisa o tecido. Os adultos ao seu redor ecoam a felicidade dela e dizem como est� bonita. Mais tarde, ela pega seus livros favoritos e v� pessoas magras e animais esguios em aventuras emocionantes, enquanto personagens mais gordas s�o retratadas como lentas ou desajeitadas. �s vezes, ela percebe que seus pr�prios pais se preocupam com seu peso ou apar�ncia.

Na adolesc�ncia, seus pais podem temer a forma como os influenciadores de rede social est�o afetando sua imagem corporal.

Mas pesquisas indicam que, na verdade, sua percep��o do corpo e sua aceita��o social ter�o sido moldadas muito antes disso, naqueles primeiros anos.

Quando pensamos na nossa rela��o com nosso corpo, muitas vezes � dif�cil identificar com precis�o de onde vem nossa satisfa��o ou insatisfa��o.

Se fizermos uma retrospectiva da nossa inf�ncia, no entanto, podemos nos lembrar de uma s�rie de coment�rios ou observa��es inadequadas. 

Nenhum deles pode parecer extremamente impactante por si s�. E, ainda assim, seu efeito cumulativo pode ser surpreendentemente poderoso.

A escritora Glennon Doyle ainda se lembra de como sua apar�ncia na inf�ncia rendia elogios dos adultos ao seu redor. "Podia ver no rosto deles... Eles se iluminavam, e ent�o eu aprendi que isso � como uma moeda", diz ela em seu podcast. Mas quando cresceu e foi considerada menos bonita, a venera��o parou — e foi, segundo Doyle, como se o mundo tivesse virado as costas para ela.

Seja na forma de elogios ou cr�ticas, este tipo de destaque �s formas do corpo pode estabelecer cren�as e inseguran�as dif�ceis de eliminar.

As consequ�ncias podem ser tremendamente prejudiciais, como mostram as pesquisas, com atitudes familiares e coment�rios depreciativos sobre peso ligados a problemas de sa�de mental e dist�rbios alimentares.

Leia tamb�m: Botic�rio: pesquisa destaca impacto da paternidade na educa��o das crian�as.

Al�m disso, a estigmatiza��o mais ampla das crian�as com excesso de peso aumentou — afetando sua autoestima e, claro, sua imagem corporal.

Dado o qu�o cedo esta consci�ncia do corpo ideal come�a, o que os pais e cuidadores podem fazer para ajudar as crian�as a se sentirem confiantes em rela��o a si mesmas — e mais solid�rias com os outros?

A vergonha do corpo � ensinada, e n�o inata

Os ideais f�sicos diferem enormemente ao longo do tempo e das diferentes culturas — uma r�pida olhada em qualquer pintura de Peter Paul Rubens, ou at� mesmo na estatueta de 29.500 anos conhecida como "V�nus de Willendorf", revela de forma exuberante como os humanos abra�aram caracter�sticas curvil�neas.

Mas hoje, apesar de um crescente movimento de positividade corporal que celebra todas as formas e tamanhos, a ideia de que um corpo magro � o ideal continua dominante nas redes sociais, na m�dia tradicional, na televis�o, no cinema e na publicidade. A consci�ncia do corpo ideal come�a cedo e reflete a experi�ncia das crian�as com o mundo ao seu redor.

Em um estudo, crian�as de tr�s a cinco anos foram solicitadas a escolher uma forma de corpo — a partir de uma s�rie de formas que variavam de muito magras a grandes dimens�es — para representar uma crian�a com caracter�sticas positivas ou negativas.

Elas foram questionadas, por exemplo, sobre quais crian�as seriam malvadas ou gentis, quais seriam provocadas pelas outras e quem elas convidariam para seu anivers�rio. As crian�as tenderam a escolher as formas maiores para representar as caracter�sticas negativas.


Mulher colocando fita métrica no rosto de uma menina
Desde cedo, as crian�as s�o influenciadas pelas opini�es dos pais sobre a apar�ncia f�sica (foto: Getty Images)

Crucialmente, este vi�s foi influenciado por outros: por exemplo, as atitudes e cren�as de suas pr�prias m�es em rela��o aos tipos de corpo afetaram o resultado.

Al�m disso, as crian�as mais velhas apresentaram um vi�s mais forte do que as mais novas, o que indica mais uma vez que foi aprendido, e n�o inato.

As descobertas "sugerem que os ambientes sociais das crian�as s�o importantes no desenvolvimento de atitudes negativas e positivas em rela��o ao peso", concluem os pesquisadores. "Vemos os padr�es pelos quais as crian�as est�o atribuindo as caracter�sticas positivas aos corpos mais magros, e caracter�sticas negativas �s formas maiores", diz Sian McLean, professora de psicologia da Universidade La Trobe, em Melbourne, na Austr�lia, especializada em insatisfa��o corporal.

"Elas est�o desenvolvendo isso muito cedo, o que � uma preocupa��o porque potencialmente t�m a chance de internalizar essa percep��o, de que ser maior � indesej�vel e ser mais magro ï¿½ desej�vel e associado a recompensas sociais".

Embora os pais desempenhem um papel importante na forma��o das atitudes e pontos de vista dos filhos, deve-se enfatizar que eles est�o longe de ser a �nica influ�ncia a que os jovens est�o expostos — e muitas vezes podem ter um efeito positivo capaz de neutralizar mensagens de outras fontes.

Mas as pesquisas mostram que a opini�o dos pais importa. Outro estudo sugeriu que crian�as a partir de tr�s anos eram influenciadas pela atitude dos pais em rela��o ao peso. Com o passar do tempo, as associa��es negativas das crian�as com corpos maiores e a consci�ncia de como perder peso aumentavam.


Pés de alguém com meia listrada colorida se pesando em uma balança
Algumas mulheres adultas ainda sofrem com o estigma do peso vivenciado na inf�ncia (foto: Getty Images)

Muitas vezes, h� um elemento de g�nero nestas percep��es, com os filhos sendo mais afetados pelas opini�es dos pais, e as filhas pelas atitudes das m�es.

O uso de dieta para controlar o peso foi observado at� em meninas de cinco anos. Neste caso, os principais fatores foram a exposi��o � m�dia, assim como conversas sobre apar�ncia.

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Os estudos mostram qu�o cedo as crian�as assimilam as percep��es sociais das pessoas ao seu redor, prestando muita aten��o em como os adultos se comportam e falam sobre corpos e comida. Esse padr�o continua e pode at� piorar � medida que crescem.

Uma pesquisa que avaliou o n�vel de insatisfa��o corporal e consci�ncia em rela��o � dieta em crian�as de cinco a oito anos mostrou que "o desejo de magreza surge nas meninas por volta dos seis anos".

A partir desta idade, as meninas classificaram seu corpo ideal como significativamente mais magro do que seu corpo de fato.

Mais uma vez, a percep��o das crian�as sobre a insatisfa��o corporal de suas m�es predisse se as meninas tamb�m se sentiam insatisfeitas com seus pr�prios corpos.

"Uma propor��o substancial de crian�as pequenas internalizou cren�as sociais sobre a forma ideal do corpo e est�o bem cientes da dieta como meio de alcan�ar este ideal", conclu�ram os autores.

O perigo da provoca��o

Muitos pais podem ficar chocados ao saber que suas pr�prias inseguran�as — que podem, no fim das contas, ser completamente involunt�rias e n�o algo que eles desejam transmitir — podem ter este tipo de impacto. Mas alguns membros da fam�lia tamb�m ampliam este efeito por meio de coment�rios depreciativos.

Em um estudo sobre os efeitos das provoca��es feitas por familiares na insatisfa��o corporal e nos dist�rbios alimentares, 23% dos participantes relataram provoca��es relacionadas � apar�ncia por um dos pais — e 12% afirmaram terem sido provocados por um dos pais por estarem acima do peso.

Mais participantes disseram ser provocados pelos pais do que pelas m�es. Esta provoca��o paterna foi um preditor significativo de insatisfa��o corporal, assim como de comportamentos bul�micos e depress�o, e tamb�m aumentou as chances de ser alvo de provoca��es de um irm�o.

A provoca��o materna foi um preditor significativo de depress�o.

Ser provocado por um irm�o em rela��o � apar�ncia teve um impacto negativo semelhante na sa�de mental e na autoestima, e aumentou o risco de dist�rbios alimentares.

Os autores sugeriram que entender o hist�rico familiar de provoca��es ajudaria os profissionais de sa�de a identificar aqueles que correm risco de "dist�rbios alimentares e de imagem corporal e mau funcionamento psicol�gico".

Outra pesquisa com crian�as de sete a oito anos mostrou que os coment�rios das m�es sobre peso e tamanho corporal t�m sido associados a dist�rbios no comportamento alimentar dos filhos.

Da mesma forma, as meninas "cujas m�es, pais e amigos as encorajaram a perder peso e ser magras" eram mais propensas a endossar cren�as negativas sobre o peso dos outros, conhecidas como "estere�tipos de gordura".

Isso � especialmente alarmante, dado o aumento da estigmatiza��o e do bullying relacionados ao peso. At� mesmo mulheres adultas ainda podem sentir a dor do estigma do peso vivenciado na inf�ncia, constatou um estudo, com as participantes indicando sobretudo suas m�es como fonte de tal estigma. Foi "a coisa mais dolorosa que j� vivi", disse uma participante.

O estudo cita relatos de mulheres em seus 40, 50 e 60 anos, que descreveram mem�rias v�vidas de serem envergonhadas por suas fam�lias por causa do peso, e a profunda tristeza que ainda sentiam.

"As constantes cr�ticas da minha m�e sobre meu peso levaram a problemas de autoconfian�a com os quais lutei toda a minha vida", contou uma participante.

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"Meu pai e meus irm�os costumavam cantarolar a m�sica 'baby elephant walk' ('beb� elefante andando', em tradu��o literal) quando eu tinha entre oito e 11 anos", disse outra.

"Ainda tenho problemas para comer na frente da minha m�e", afirmou uma participante de 49 anos. "Ela sempre criticou minha alimenta��o e meu peso desde que eu tinha seis anos. Talvez at� antes."

Uma entrevistada lembrou que a m�e a botou para fazer dieta aos 10 anos: "Meus sentimentos em rela��o � minha falta de atratividade provavelmente nunca ir�o embora e estiveram comigo por toda a minha vida, mesmo quando eu era mais magra. � muito doloroso."

No entanto, algumas entrevistadas tamb�m disseram que sentiam que suas m�es projetavam suas pr�prias inseguran�as — e talvez tivessem a inten��o de que os coment�rios e conselhos fossem �teis, em vez de maldosos.

Al�m da fam�lia

H� uma raz�o pela qual a influ�ncia dos pais � t�o forte.

Rachel Rodgers, psic�loga da Northeastern University, nos EUA, diz que quando um pai ou uma m�e est�o preocupados com sua pr�pria imagem corporal, eles v�o reproduzir comportamentos que mostram que "isso � importante". 

"Mesmo que n�o mencionem a apar�ncia f�sica da crian�a, eles ainda est�o agindo de uma maneira que sugere � crian�a: 'Isso � algo que me incomoda, isso � algo que me preocupa', e as crian�as percebem isso."

Al�m disso, muitos pais tendem a comentar sobre o que as crian�as est�o comendo, vestindo ou sobre sua apar�ncia, muitas vezes de maneira bem-intencionada, e isso pode aumentar a preocupa��o com a apar�ncia e o peso.

A "idealiza��o da magreza" resultante — uma prefer�ncia por corpos magros — leva as crian�as a acreditar que seu "valor social est� condicionado � sua apar�ncia f�sica, e isso vai lev�-las a investir nela em termos de autoestima, assim como seu tempo e energia", diz Rodgers.

� claro que os pais n�o s�o a �nica fonte de estigma corporal, especialmente � medida que a crian�a cresce. Seus colegas e a m�dia tendem a assumir um papel maior com o passar do tempo.

At� certos brinquedos, como bonecas, t�m influ�ncia. Um estudo com meninas de cinco a nove anos mostrou que, quando brincavam com uma boneca extremamente magra, isso mudava seu tamanho ideal do corpo no sentido de ser mais magra. A menos que sejam combatidas, estas influ�ncias podem refor�ar umas �s outras.

Muitos estudos mostram que a exposi��o � m�dia contribui para os ideais de apar�ncia — meninas que assistiram a clipes de m�sica ficaram mais focadas em sua apar�ncia depois, por exemplo.

Se os amigos tamb�m falam sobre peso e apar�ncia, este efeito pode ser ampliado.

"A maneira como os ideais da m�dia s�o refor�ados e endossados %u200B%u200Bpor seus colegas/amigos foi um fator mais crucial do que a pr�pria exposi��o direta � m�dia", explica Jolien Trekels, psic�loga que estuda imagem corporal na KU Leuven, na B�lgica, que liderou pesquisas sobre o papel que os amigos desempenham nos ideais de apar�ncia.

Por outro lado, isso pode significar que os jovens n�o est�o apenas � merc� dos ideais da m�dia, mas podem moldar coletivamente suas pr�prias respostas a eles.

O perigo da 'inspira��o � magreza'

O tipo de plataforma e atividade social tamb�m desempenham um papel nisso. Uma revis�o de 2022 mostrou que o Instagram e o Snapchat (ambos extremamente visuais) estavam mais negativamente ligados � imagem corporal do que o Facebook, enquanto tirar e manipular selfies era mais prejudicial do que public�-las.

Sem surpresa, o conte�do "thinspiration" que promove a magreza e a dieta tamb�m mostrou efeitos negativos (devido a autocompara��es negativas), assim como as postagens promocionais de fitness categorizadas como "fitspiration".

Embora a visualiza��o de posts sobre exerc�cios tenha demonstrado aumentar a pr�tica de atividade f�sica entre as mulheres adultas, tamb�m internaliza os ideais de magreza, de acordo com um estudo de 2019.

Isso significa que esse efeito inspirador inicial n�o � necessariamente duradouro, como observa o estudo: "� medida que o tempo passa, e as mulheres n�o veem grandes efeitos da dieta e do exerc�cio, elas podem ficar frustradas, o que pode, consequentemente, resultar em insatisfa��o corporal."

Uma imagem corporal negativa � problem�tica por v�rias raz�es.

"A autoestima est� muitas vezes interligada com a autopercep��o corporal", explica Trekels.


� o caso especialmente de mulheres e meninas. Uma vez que uma imagem corporal negativa se desenvolve, � um alto preditor para transtornos alimentares e depress�o. 

As estat�sticas revelam um quadro preocupante. As estimativas sugerem que at� metade das meninas pr�-adolescentes e adolescentes relatam insatisfa��o corporal. Uma imagem corporal negativa na inf�ncia tamb�m tende a persistir na adolesc�ncia.

Uma pesquisa recente realizada com adultos pela Funda��o Butterfly, que oferece suporte baseado em evid�ncias para transtornos alimentares, descobriu que daqueles que desenvolveram insatisfa��o corporal cedo, 93% disseram que piorou durante a adolesc�ncia.

As meninas correm mais riscos?

Embora as meninas muitas vezes pare�am ser mais afetadas por preocupa��es com a imagem corporal, isso pode ser em parte devido ao fato de que h� mais pesquisas feitas com meninas, assim como a forma como o corpo feminino ï¿½ objetificado e sexualizado desde cedo.

Pesquisas recentes com meninos mostram um n�vel semelhante de insatisfa��o, embora seus ideais corporais tendam a ser um pouco diferentes, com um foco maior em querer ser musculoso, por exemplo.

"Realmente todo mundo em um corpo pode experimentar insatisfa��o corporal, n�o importa como voc� se parece por fora, � como voc� est� pensando e se sentindo por dentro", diz Stephanie Damiano, que trabalha na Butterfly.

Trekels observa tend�ncias semelhantes: "Geralmente, encontramos mais efeitos ou mais fortes no caso das meninas do que dos meninos. No entanto, isso n�o significa que os meninos n�o sejam vulner�veis %u200B%u200Ba sofrer essas influ�ncias tamb�m."


Menino e menina brincando com blocos de madeira
Focar mais nos interesses da crian�a do que na apar�ncia pode melhorar a sensa��o de autossatisfa��o (foto: Getty Images)

Uma raz�o pela qual o efeito � mais forte para as meninas pode ser porque, desde cedo, a socializa��o de meninas e meninos se d� de maneira diferente.

De acordo com Rodgers, as meninas s�o frequentemente informadas de que seu valor social est� em qu�o atraentes elas s�o. "Que seus corpos s�o feitos para serem vistos, que devem ser contidas, d�ceis e n�o ocupar muito espa�o", explica.

"Os meninos s�o socializados para entender que seus corpos s�o funcionais, que s�o fortes, o que � uma mensagem muito diferente."

Dado o qu�o onipresentes estas mensagens s�o, o que pais e m�es podem fazer para combat�-las, e nutrir uma imagem corporal mais generosa, positiva e empoderadora?

Em primeiro lugar, como as evid�ncias mostram, a maneira como os adultos falam sobre o corpo em torno das crian�as � importante.

"N�s encorajamos os pais ou educadores a n�o fazer coment�rios sobre a imagem corporal, mesmo que sejam positivos", diz McLean.

Em vez disso, os pais devem se concentrar no que as crian�as gostam de fazer e est�o interessadas, "valorizando mais quem elas s�o e suas habilidades e talentos especiais, e focando menos em sua apar�ncia", afirma Damiano.

Isso ajuda as crian�as a terem um senso de satisfa��o e autoestima que n�o est� vinculado � sua apar�ncia. Tamb�m pode significar trabalhar em nossa pr�pria autopercep��o e autoestima, j� que as pesquisas mostram como � f�cil transmitir nossas inseguran�as.

O apoio da fam�lia faz a diferen�a

Damiano tamb�m recomenda que os pais evitem falar sobre peso ou dizer constantemente �s crian�as que comam alimentos mais saud�veis. "Quanto mais focarmos no peso mais alto como um problema, ou em certos alimentos como 'ruins', mais culpa, vergonha e insatisfa��o corporal as crian�as v�o sentir provavelmente."

Em vez disso, os pais podem falar sobre a pr�tica de exerc�cio como sendo importante para a sa�de e o bem-estar geral, em vez de uma maneira de perder peso.

As fam�lias tamb�m podem normalizar o consumo de refei��es saud�veis, em vez de falar explicitamente sobre determinados alimentos serem ruins para voc�. Afinal de contas, todos n�s gostamos de uma guloseima — ent�o parece contraproducente ensinar as crian�as a se sentirem culpadas por comer uma.


Menina olhando dentro da geladeira, onde está um prato de salada e um prato com cupcake
Existem v�rias formas de estimular uma alimenta��o saud�vel (foto: Getty Images)

Na verdade, desfrutar de guloseimas � reconhecido como essencial para uma atitude saud�vel em rela��o ao peso. Assistir a programas de culin�ria na TV com receitas de comida saud�vel tamb�m pode sutilmente incentivar as crian�as a comer alimentos mais saud�veis.


As rela��es familiares podem desempenhar um papel positivo importante: um estudo mostrou que uma boa rela��o entre m�es e filhos adolescentes pode atenuar os efeitos negativos do uso de redes sociais na insatisfa��o corporal.

Limitar o tempo das crian�as nas redes sociais pode reduzir as "compara��es de apar�ncia", al�m de melhorar a sa�de mental.

"A maneira como os pais d�o sentido ao que a crian�a est� vendo" tamb�m � muito importante, diz Rodgers, pois pode ajudar a crian�a a decodificar o que as imagens realmente mostram.

E, claro, nem toda m�dia social � ruim — tamb�m pode ser uma fonte de comunidade e incentivo. Os pais podem achar �til se aliar �s escolas. O programa Butterfly Body Bright, na Austr�lia, ajuda crian�as do ensino fundamental a desenvolver uma imagem corporal e escolhas de estilo de vida positivas.

Em um programa piloto, a imagem corporal das crian�as melhorou ap�s uma aula. Programas de interven��o que focam na constru��o da autoestima tamb�m t�m se mostrado bem-sucedidos.

Refletir sobre estes programas e suas mensagens pode at� ajudar os pais a analisar suas pr�prias ideias em rela��o ao corpo e ao peso e abandonar antigas cren�as prejudiciais.

Quanto ao que podemos implementar em casa, uma mudan�a f�cil pode ser fazer uma pausa sempre que estivermos prestes a elogiar a apar�ncia de uma crian�a e pensar em outra coisa que gostamos nela e queremos que ela saiba. Em vez de falar "adoro seu vestido", poder�amos simplesmente sorrir e dizer a elas como � bom v�-las e qu�o divertidas elas s�o.



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Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-62645968

Leia a vers�o original desta reportagem (em ingl�s) no site BBC Future.

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