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Estado de Minas COLUNA

Indiferen�a nos relacionamentos

A rela��o conjugal s� faz sentido se houver acolhimento. Para ser julgado, condenado, culpabilizado n�o precisamos de marido ou esposa, namorado ou namorada


16/01/2022 04:00 - atualizado 13/01/2022 10:32

Ilustração sobre relacionamentos
Todos n�s tememos, de uma forma ou outra, o desprezo, o isolamento


“A coisa que mais me machuca � o distanciamento do meu namorado quando fa�o algo que lhe desagrada. � comum, ap�s uma briga, ele ficar v�rios dias sem conversar comigo, agindo de forma seca e indiferente. Ajude-me e obrigada.”

Loraine, de Belo Horizonte

Quando crian�a e no in�cio da adolesc�ncia, o meu maior pavor era a ideia do inferno. Os padres me ensinaram que se eu morresse em pecado mortal, o castigo seria o afastamento para sempre de Deus. Eu que tinha sofrido o afastamento do meu pai, pois ele havia morrido, temia o abandono definitivo do Pai Supremo.

Todos n�s tememos, de uma forma ou outra, o desprezo, o isolamento. Quando algu�m nos ignora est� “gritando” que n�o somos importantes, que n�o somos dignos de amor, que n�o prestamos, que somos culpados, que vamos ficar sozinhos. Nas pris�es, a solit�ria � o mais temido dos castigos. Essa conduta de “gelar” o outro chama-se indiferen�a.

E � o contr�rio do amor. No amor podemos incluir at� o sentimento de raiva, mas n�o o aniquilamento emocional do outro atrav�s do abandono. O Deus torturador, vingativo e magoado, atrav�s do amor, se transforma no Pai da par�bola do filho pr�digo. Aquele que acolhe, apesar dos pecados.

A rela��o conjugal s� faz sentido se houver acolhimento. Para ser julgado, condenado, culpabilizado n�o precisamos de marido ou esposa, namorado ou namorada. Amigo � aquele que conhece nossos pontos fracos e nos ajuda a viver melhor com eles.

Existem dois tipos de sil�ncio. O sil�ncio do amor, quando o cora��o est� t�o cheio de gra�a que nada h� para falar. � o sil�ncio dos amantes, abra�ados, durante longo tempo, extasiando-se diante do pr�prio sentimento. O outro sil�ncio � o do namorado da Loraine ap�s as brigas. � o sil�ncio da m�goa, do rancor. Ele tem por objetivo criar culpa e engendrar vergonha na alma do outro. Com esse sil�ncio, tento submeter o outro a mim, aos meus caprichos, � minha domina��o. Quero o outro implorando o meu perd�o, rastejando complac�ncia.

Esse comportamento t�o comum mina as rela��es afetivas. E, com o tempo, os envolvidos permanecem juntos, mas cada vez mais separados. Instala-se a guerra fria que vai repercutir em outras �reas, al�m da fala. O sil�ncio hostil se apropria de todo o corpo e a retalia��o se manifesta na frieza sexual, na dificuldade de carinho, de elogio, da admira��o. Os dois se tornaram “ligeiramente” inimigos: inimigos �ntimos. �s vezes, quando se casam nem se olham, apesar de morar na mesma casa. O tal de dormir em quartos separados agrava mais ainda o ressentimento crescente entre eles.

As raivas v�o se acumulando, n�o s�o ditas ou s�o mal ditas, aumenta o retraimento do casal, e a hostilidade (do latim: hostis= inimigo) passa a ser a maneira usual de se relacionarem. A rela��o vai-se deteriorando, o amor desaparecendo, mesmo que o casamento permane�a. Se n�o for tratado, esse comportamento destr�i psicologicamente o casal. Aqui � que entra a necessidade do di�logo.

A leitora Loraine, em vez de aceitar passivamente, apenas sofrendo, o jogo do namorado, tem de iniciar o di�logo, come�ando por expressar toda a sua raiva e descontentamento com a “l�ngua cortada”. Somos felizes ou infelizes de acordo com a maior ou menor viv�ncia de sentimentos positivos. Toda tentativa de produzir no outro sentimentos dolorosos como culpa, vergonha, medo, ansiedade cria um clima de infelicidade e depress�o.

Se o namoro � um espa�o para alegria do casal, n�o faz o menor sentido se maltratarem, atrav�s do sil�ncio torturador, do “ficar de mal” e muito menos algum deles se arvorar em ser Deus e condenar o outro ao fogo do inferno.







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