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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Pregui�a de tudo

N�s somos respons�veis pelas nossas decis�es, cabe a n�s decidir se a suposta crise ir� afetar nosso rendimento profissional, nossas rela��es, nossa vida


05/12/2021 04:00 - atualizado 05/12/2021 07:29


“Minha vida est� muito dif�cil e sofrida: �s vezes, penso em desistir. J� n�o sei o que fazer. As pessoas pr�ximas me dizem que reclamo demais, mas os problemas n�o terminam nunca. Gostaria de sua ajuda”
Carmelita, de Belo Horizonte

caminho


A realidade humana � trabalhosa, cheia de altos e baixos. Limitados pela transitoriedade de tudo, pela necessidade de supera��o das dificuldades, pela nossa imperfei��o, somos todos n�s chamados a construir nossa pr�pria vida, que n�o � f�cil apesar de ser extremamente divertida.

Sempre teremos problemas a resolver, sempre teremos conflitos a serem superados, sejam conflitos com a doen�a, com as perdas, com o social, com o financeiro, com o caminho religioso etc.

� imposs�vel a constru��o da exist�ncia sem suor e sem esfor�o. Ser feliz � sofrer o menos poss�vel. Acontece que para fugirmos dessa realidade, aprendemos alguns mecanismos que n�o resolvem a quest�o, ao contr�rio, a torna mais penosa. O principal deles � a idealiza��o de como o mundo deveria ser. A mente perfeccionista, ou seja, o desejo de que a vida fosse f�cil, sem problemas e sem luta, � uma mente que pode nos dar um certo conforto tempor�rio, mas que, mais cedo ou mais tarde, nos arremete para a frustra��o e a depress�o.

A energia dispendida na reclama��o sistem�tica, na queixa cont�nua, na resist�ncia � realidade imperfeita de tudo mina nossa alegria e � desperdi�ada. Nossas energias t�m de ser usadas no aprendizado de como lidar melhor com as dores necess�rias. Nos nossos del�rios de onipot�ncia, bancamos a v�tima ou o her�i. Na posi��o de v�tima, quase que desistimos da nossa responsabilidade diante da vida.

Sentimo-nos injusti�ados, colocamos a culpa de nossa incompet�ncia em lidar com “os negativos” em tudo e em todos. N�s como bons e perfeitos, o mundo � que n�o presta. Ele que nos massacra e nada podemos fazer.

Desistimos do prazer que a vida nos disponibiliza e nada fazemos para aumentar a compet�ncia emocional e queremos ser protegidos. � quase o uso da dor, da doen�a, da situa��o financeira, das separa��es como moeda de troca. A v�tima parece gritar, com seus comportamentos de pobre coitada: Amem-me, ajudem-me, reconhe�am-me porque estou sofrendo. � uma rela��o de submiss�o e acomoda��o. Ela n�o quer aprender a viver. Quer justificar seu pessimismo e controlar o sentimento das outras pessoas.

A posi��o de her�i, embora aparenta ser o contr�rio da v�tima n�o o �. Bancar o her�i � querer dar conta de tudo, ser o m�ximo e conseguir, como a v�tima, controlar e mudar o mundo para n�o sofrer. O her�i � um revoltado, r�gido e autorit�rio. Sempre em estado cr�nico de luta, se imagina poderoso e capaz de ser mais do que ele �. Inflex�vel, deseja submeter o mundo aos seus desejos, desafia as leis da realidade e quer ir al�m do poss�vel.

N�o reconhece sua fragilidade humana e finge ser Deus. N�o pode fraquejar, n�o pode ceder, n�o pode chorar, n�o pode deixar, de vez em quando, a peteca cair, n�o pode assumir a sua semelhan�a humana com as outras pessoas. Enquanto a v�tima tenta resolver seus problemas com a vida, fugindo da realidade, o her�i possui um enfrentamento cr�nico, ensimesmado em uma for�a que s� existe na sua fantasia de super-homem ou supermulher. Mais cedo ou mais tarde migrar� para a postura da v�tima.

Recebi h� pouco tempo de um amigo uma hist�ria que ilustra brilhantemente esses comportamentos. Uma filha estava se queixando a seu pai sobre sua vida. Estava cansada de lutar, combater e queria desistir. N�o se conformava com seus problemas. Seu pai, um chef de cozinha, levou-a ao fog�o, encheu tr�s panelas com �gua e colocou cada uma delas em fogo alto. Em uma, colocou cenouras, em outra colocou ovos e na �ltima, p� de caf�. Deixou que tudo fervesse. A filha estava impaciente. Vinte minutos depois ele retirou as cenouras e as colocou em um prato. O mesmo fez do caf�.

Ele perguntou � filha: “O que voc� est� vendo”.? “Cenouras, ovos e caf�”, respondeu ela. Ele pediu que ela experimentasse as cenouras. Ela notou que as cenouras estavam macias. Pediu que quebrasse o ovo e ela verificou que o mesmo endurecera com a fervura e finalmente pediu que ela tomasse um gole do caf�.

“O que voc� est� querendo, pai”? Ele explicou que cada um daqueles elementos havia enfrentado a mesma adversidade, a �gua fervendo, mas que cada um reagia de maneira diferente. A cenoura entrara forte, firme e inflex�vel, mas depois de ter-se submetido � �gua fervendo amolecera e se tornara fr�gil. Os ovos eram fr�geis – sua casca fina havia protegido o l�quido interior, mas depois de terem sido fervidos, seu interior se tornara rijo. O p� de caf�, por�m, era incompat�vel: depois de colocado na �gua fervente, havia mudado a �gua.

O pai perguntou para a filha: “Qual deles � voc�”? Voc� � como cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade voc� murcha, torna-se fr�gil, perde sua for�a e desiste? Ou voc� ser� como o ovo que come�a com um cora��o male�vel, mas que depois de alguma perda ou decep��o se torna mais duro, apesar de a casca parecer a mesma? Ou ser� que voc� � como p� de caf�, capaz de transformar adversidade em algo melhor ainda do que ele pr�prio?

N�s somos os respons�veis pelas nossas pr�prias decis�es, cabe a n�s somente decidir se a suposta crise ir� ou n�o afetar nosso rendimento profissional, nossas rela��es, nossa vida. Em vez de reclamarmos das dificuldades, devemos saber que damos conta de resolv�-las. Todos temos compet�ncia e tenacidade para enfrentar os desafios. Nessa primeira semana, quando tomarmos um caf�, vamos lembrar da nossa capacidade de nos transformarmos diante da adversidade e assim ajudarmos tamb�m na transforma��o do mundo.

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