
“Ant�nio Roberto, na semana passada, num almo�o em fam�lia, fui desaprovada por algumas atitudes que tenho tomado em minha vida. Apesar de adulta, casada, com 46 anos, fiquei muito chateada. Por que preciso tanto da aprova��o alheia?"
Aqueles que gostarem, n�o estar�o gostando verdadeiramente de n�s, mas de nossa simula��o. Quando, ao contr�rio, somos n�s mesmos, existir�o pessoas que aprovar�o e outras que desaprovar�o. Com uma vantagem, por�m, os que aprovarem estar�o gostando realmente de n�s. Precisar compulsivamente da aprova��o externa significa, no fundo, achar que a opini�o alheia � mais importante do que a nossa pr�pria. � uma forma sutil de autorrejei��o, que se manifesta em v�rios comportamentos destrutivos.
A mensagem continua a mesma: n�o confie na sua capacidade de resolver seus problemas, na sua capacidade de auto-geni. Confira sempre com algu�m. A teimosia das crian�as, da qual os pais sempre reclamam, como por exemplo, n�o querer comer, tomar banho, escovar os dentes e a revolta dos adolescentes parecem ser um subproduto inconsciente da educa��o dominadora. Outras institui��es, mais tarde, v�o refor�ar, de v�rias formas, a busca de aprova��o.
Nas empresas, a rela��o chefe-subordinado repete o modelo. Uma das mais terr�veis e despersonalizantes m�ximas difundida �: “manda quem pode e obedece que tem ju�zo”. A intui��o e a criatividade naturais em qualquer ser humano s�o destru�das pela necessidade de pensar igual, de ter bom senso, de ter bom gosto, de ser aprovado pela maioria. Nas rela��es ditas amorosas tamb�m in�meras mensagens foram aprendidas com a praga da depend�ncia e da submiss�o. O amor rom�ntico, infantilizado chega a confundir o verdadeiro amor com depend�ncia psicol�gica.
Nossos erros, por�m, podem e devem ser nossos aliados de crescimento. Basta desenvolver a capacidade de aprender com eles. Estaremos mudando sempre. A mudan�a cont�nua faz parte das nossas constru��es. Mudan�as feitas, por�m, a partir das consequ�ncias que a realidade nos imp�e e n�o para sermos aprovados. � bom sempre termos em mente a necessidade de assumirmos cada vez mais nossas vidas. “Eu sou o que sou e n�o o que querem que eu seja.”