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Estado de Minas COLUNA

Nostalgia do domingo

O fim de semana, as f�rias, as escapulidas do cotidiano n�o s�o para evitar a realidade, �s vezes dolorosa


21/11/2021 04:00 - atualizado 21/11/2021 08:43

Mulher olha calendário em ilustração
O final de semana �s vezes � usado como uma forma de fugir das quest�es que nos pressionam


Tenho muita ang�stia quando o domingo acaba e sei que a semana vai come�ar e com ela o trabalho, os estudos, os problemas. O que fa�o para evitar esse sentimento de impot�ncia e de sofrimento.”

Izabella, de Belo Horizonte

Toda ang�stia � uma sinaliza��o para nossa vida. Ela nos aponta para alguma mudan�a de rumo no modo de ver o mundo, nos nossos h�bitos, na nossa forma de viver.

A nostalgia do domingo, muito comum para in�meras pessoas, em geral, tem a ver com nossa rela��o com o trabalho e com problemas que temos de enfrentar durante a semana. O final de semana, cujo objetivo � o descanso f�sico e mental, �s vezes � usado como uma forma de fugir das quest�es que nos pressionam.
 
De certa forma, “esquecemos” as dificuldades que reaparecem, depressivamente, no domingo � tarde. � hora de nos perguntarmos: quais mudan�as devemos fazer? O que estamos adiando ou evitando no trabalho, nos estudos, no nosso dia a dia?

A ang�stia � provocada por uma tens�o entre uma situa��o atual e uma mudan�a necess�ria. Tenho insistido que a vida de todos n�s � imperfeita e, portanto, recheada de problemas. Continuamente temos de enfrentar conflitos com as pessoas e a realidade objetiva.

Desejar uma vida em alegria permanente, sempre em paz, nos faz reativos �s quest�es conflitantes. Da� a tend�ncia � fuga. O que n�o adianta, porque, mais cedo ou tarde, temos de enfrent�-las.

A sabedoria na vida consiste sempre em um equil�brio de movimentos. H� ocasi�es em que devemos nos afastar temporariamente das quest�es que nos afligem para acumularmos energia e aumentar nossa clareza.

Em outras, devemos enfrentar. O afastamento cr�nico ou o enfrentamento cr�nico nos coloca em um dos pratos da balan�a, o que traz desgaste, ang�stia e depress�o. O final de semana, as f�rias, as escapulidas do cotidiano n�o s�o para evitar a realidade, �s vezes dolorosa, mas, ao contr�rio, � um descanso no o�sis para continuarmos a travessia.

Por outro lado, n�o podemos concentrar todo nosso repouso nos dias socialmente programados para esse fim. Divertir-se enquanto trabalhamos, cultivar o bom humor nas dificuldades, levar a s�rio as coisas engra�adas da vida, n�o considerar tudo a ferro e a fogo e n�o dramatizar nossos sofrimentos s�o formas de nos economizarmos.

Diz Guimar�es Rosa que Deus, se divertindo, se economiza? Gastamos energia excessiva na nossa forma de trabalhar, de estudar. Levamos tudo muito a s�rio e nos estressamos. E uma forma disso � a nossa resist�ncia �s dificuldades. A queixa sistem�tica, a reclama��o de tudo que n�o acontece como gostar�amos s�o sintomas de nossa reatividade. Em vez de lidarmos com as situa��es como elas s�o, imaginamos como deveriam ser. � uma forma passiva e reativa em vez de desenvolveremos uma postura pr�-ativa de constri��o da nossa exist�ncia.

Ningu�m escapa dos problemas. H� momentos de dan�a e h� momentos de luta. Saber sair da dan�a e entrar na luta e sair da luta e voltar para a dan�a � o que precisamos aprender. N�o existem prazeres em dores permanentes. Nosso destino � descer vales e subir montanhas. No domingo � tardinha, em vez de lamentar a escurid�o, acendamos uma vela para o caminho de segunda-feira.

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