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Estado de Minas COLUNA

A agressividade infantil

Elogio, afeto, prazer e compreens�o t�m resultados muito mais r�pidos e menos estressantes do que bronca, castigo, sofrimento e indiferen�a


14/11/2021 04:00 - atualizado 11/11/2021 11:39

Lápis quebrado
Pais devem entender e lidar com a agressividade dos filhos


“Em todo o mundo, as escolas e os pais andam muito angustiados com essa quest�o do bullying e a agressividade infantil. O que fazer diante disso?

Soraia, de Betim

Karen Kaufmann Sacchetto, pedagoga e especialista em dist�rbios de aprendizagem, mestranda em dist�rbios do desenvolvimento, discorre brilhantemente sobre esse tema.

A agressividade infantil � um assunto bastante amplo e podemos notar suas ra�zes desde o in�cio das rela��es das crian�as, ainda na educa��o infantil. Precisamos, inicialmente, discernir o que � inerente a determinada faixa et�ria ou sexo e o que est� fora dos padr�es esperados pelos mesmos.
 
Na educa��o infantil, passamos basicamente por duas delas. Uma vai do nascimento aos 2 anos, e nessa fase a crian�a utiliza basicamente os sentidos para conhecer o mundo. Tudo aqui acontece por reflexos e a crian�a leva tudo � boca.

A outra fase, que vai dos 2 aos 7 anos, � quando a crian�a come�a a adquirir no��es de tempo e espa�o. Ainda n�o h� racioc�nio l�gico e as a��es para ela ainda s�o irrevers�veis.

Uma crian�a que morde o amiguinho at� 2 anos de idade n�o pode ser rotulada como agressiva. Ela ainda n�o sabe usar a linguagem verbal e a linguagem corporal acaba sendo mais eficiente. A inten��o da crian�a, ao morder ou empurrar, � obter o mais r�pido poss�vel aquele objeto de desejo, j� que n�o consegue verbalizar com flu�ncia.

Essa fase de disputa � natural, e quanto menos ansiedade for gerada, mais r�pida e tranquilamente ser� transposta. � claro que o adulto n�o deve apenas assumir a postura de observador e, sim, interferir quando necess�rio, evitando que se machuquem, e explicando que a atitude n�o � correta. Enfim, impondo limites!

� essencial saber discernir quando um comportamento agressivo � passageiro, ou se pode ser considerado como um transtorno de conduta, caso em que � necess�rio um acompanhamento de especialista para auxiliar a sanar o problema.

Se n�o dermos a devida import�ncia nesta fase, essas atitudes poder�o evoluir de forma prejudicial na adolesc�ncia e vida adulta, podendo transformar a crian�a em agente ou alvo de bullying (tipo de comportamento que sempre existiu, e que recentemente foi batizado com um nome. N�o existe uma tradu��o precisa para o portugu�s. Refere-se a todo tipo de comportamento agressivo que ocorre sem nenhuma raz�o aparente).

Muitas crian�as recebem apelidos relacionados a aspectos f�sicos e desempenho (gordinho, varapau, zarolho, burro, chato etc). Aqui, o papel do professor � essencial ao identificar e trabalhar com esses aspectos, evitando que se repitam. A dramatiza��o � uma ferramenta excepcional para fazer com que as crian�as vivenciem pap�is.

Essencial ainda � discutir sempre as experi�ncias depois de dramatizadas. Criar regras elaboradas em conjunto tamb�m � uma ferramenta eficiente. Quando as pr�prias crian�as criam as regras, elas ganham um significado maior e t�m um grande impacto nas a��es.

Deve-se tamb�m trabalhar valores morais e �ticos como solidariedade, compartilhamento, coopera��o, amizade, reciprocidade, entre outros. Se o professor cria um ambiente com atividades prazerosas durante todo o per�odo de aula, a probabilidade de que comportamentos agressivos surjam � muito menor.

Lembre-se: a agressividade s� deve ser tratada como um desvio de conduta quando ela aparecer por um longo per�odo de tempo e tamb�m se n�o estiverem ocorrendo fatos transit�rios que possam estar causando os comportamentos agressivos.

A personalidade da crian�a forma-se at� os 6 anos, e por isso toda experi�ncia e sua qualidade vividas nessa fase s�o de fundamental import�ncia. Por mais que, �s vezes, possa parecer ineficaz, elogio, afeto, prazer e compreens�o t�m resultados muito mais r�pidos e menos estressantes do que bronca, castigo, sofrimento e indiferen�a.

� muito importante detectar e combater o comportamento agressivo ainda na primeira inf�ncia, pois quando a crian�a n�o encontra obst�culos ou algu�m que a alerte mostrando que n�o � um comportamento adequado, ela percebe que consegue liderar e tirar proveito dessas situa��es e no futuro certamente tornar-se-� um agente do bullying e muito provavelmente um adulto violento.

O que as escolas podem fazer: nas escolas de educa��o infantil e ensino fundamental, os professores e supervisores podem e devem ficar atentos nas atividades em parques e intervalos, assegurando-se de que nenhuma crian�a est� sendo exclu�da ou humilhada. A dire��o da escola pode e deve chamar a aten��o de alunos que estejam praticando algum ato ofensivo ou preconceituoso e alertar tamb�m seus pais.

Para tentarmos resolver esse preocupante problema � necess�rio um trabalho em conjunto – fam�lia, aluno, escola e comunidade.

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