
Esse foi o valor comercializado em novembro de 2019, antes da pandemia, mas representaria um crescimento de 1,49% em rela��o ao ano passado. "O com�rcio j� se recuperou dos dois anos de isolamento mas o setor de servi�os ainda est� recompondo as perdas", afirma Marcelo de Souza, presidente da CDL/BH.
O ano de 2022 come�ou bem: o primeiro trimestre foi de ganhos, e as expectativas subiram. Mas, a partir de junho, o cen�rio de infla��o, desemprego e alta taxa de juros jogaram um balde de �gua fria na economia. As vendas n�o s� deixaram de crescer, mas ca�ram na varia��o mensal.
“A gente estava acompanhando uma recupera��o desde o come�o do ano. Bons resultados na P�scoa, Dia das M�es, Dia dos Namorados. A expectativa era que o Dia dos Pais tamb�m voltasse [aos n�veis pr�-pandemia], mas n�o voltou. Assustou um pouco. Mas j� vimos, agora em outubro, um in�cio de recupera��o. Isso aumentou as expectativas para esse �ltimo trimestre. O m�s de dezembro � o melhor m�s de vendas do ano”, disse Marcelo, estimando que, se os ventos soprarem na dire��o correta, � poss�vel fechar o ano com crescimento de 2,5% a 3% em rela��o ao ano passado.
A favor desse otimismo est� a redu��o do desemprego e da infla��o. Os consumidores tamb�m est�o menos pessimistas em rela��o a esses dois indicadores, de acordo com a pesquisa do �ndice de Confian�a do Consumidor, do Ipead/UFMG. Mas, mesmo assim, a pretens�o de compra em outubro � menor que no mesmo m�s do ano passado: de 43,10, ela caiu para 42,73 pontos, em uma escala de 0 a 100. Ou seja, tem menos gente disposta a gastar.
Marcelo entende que a causa desse fen�meno � o endividamento e o aperto rec�m superado. As fam�lias passaram por um longo per�odo com a renda achatada; est�o respirando um pouco agora, e vai levar um tempo para aumentar a disposi��o a gastar. “Apesar do ambiente melhor, elas est�o endividadas e t�m um p� atr�s. Tem um gap para aumentar a seguran�a”, comenta. Elas querem saber se essa melhora veio pra ficar, ou n�o.
Digital X f�sico
O aumento do volume do com�rcio eletr�nico � uma preocupa��o adicional para o varejo de lojas f�sicas. S� em 2021, o crescimento foi de 26,9%, alcan�ando R$ 161 bilh�es de faturamento – e a evolu��o trimestral em 2022 manteve a tend�ncia. Manter boas vendas fisicamente tem exigido boas estrat�gias dos lojistas, mas, segundo Marcelo, um fator cultural tem jogado a seu favor.
“O mineiro tem uma caracter�stica que � a exig�ncia de confiabilidade. Ele quer ir na loja, ver o produto, a cor, a embalagem. Se o pre�o for o mesmo do digital, ele fecha o neg�cio ali mesmo”. O presidente da CDL comenta ainda que lojas descentralizadas ganharam for�a na pandemia, com maior proximidade com os clientes de uma regi�o e uma rela��o de maior confian�a. “Vou ali na loja que est� perto da minha casa, n�o tenho o trabalho de me deslocar. Essa descentraliza��o est� acontecendo e as lojas de bairro est�o tirando proveito disso”, ressalta.
Favoritos
Os itens de vestu�rio ser�o os mais procurados nesta Black Friday, no dia 25 de novembro. � o que os lojistas est�o prevendo – eles responderam a uma pesquisa da CDL/BH que roupas (37,3%), cal�ados (17,2%) e acess�rios (7,8%) ser�o os itens mais vendidos. Essa tamb�m � a previs�o dos consumidores: em pesquisa do Ipead/UFMG, eles responderam que entre os produtos que pretendiam comprar em outubro, 24,29% eram itens de vestu�rio e cal�ados.
Uma coisa que os lojistas querem descobrir nesse ano � o quanto o perfil das compras de Natal e Black Friday se misturaram. Marcelo afirma que durante a pandemia, o que eram datas diferentes se tornaram uma coisa s�. “Na Black Friday, via de regra as pessoas compram para consumo pessoal. No Natal, para dar de presente. Por causa da pandemia, muita gente j� comprou os presentes de Natal na Black Friday, de uma vez s�. Nesse ano vamos tentar medir essa separa��o, se ela volta ou se a compra conjunta veio pra ficar”.
Com menor impacto de vendas, e dependendo de quantas rodadas o Brasil vai jogar na Copa do Mundo, est�o os itens relacionados � Sele��o Brasileira. Os empres�rios da capital esperam vender em especial bandeiras (43%), apitos, buzinas e vuvuzelas (43%), bonecos (23%), bolas (20%), alimentos tem�ticos (17%) e, s� por �ltimo, camisas da sele��o (17%).
*Estagi�rio sob supervis�o