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Estado de Minas MUTA��O

Nova cepa descoberta em BH refor�a alerta sobre o coronav�rus

Ao identificar variante em BH, pesquisadores da UFMG e do Grupo Hermes Pardini insistem em restri��es coordenadas no pa�s e na amplia��o para o sequenciamento


08/04/2021 06:00 - atualizado 08/04/2021 12:30

Laboratório do ICB/UFMG, que ainda terá de pesquisar o nível de resistência da cepa à resposta imunológica e às vacinas(foto: Fred Bottrel/EM/D.A Press - 25/3/20)
Laborat�rio do ICB/UFMG, que ainda ter� de pesquisar o n�vel de resist�ncia da cepa � resposta imunol�gica e �s vacinas (foto: Fred Bottrel/EM/D.A Press - 25/3/20)

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do laborat�rio Hermes Pardini identificaram ontem nova variante do coronav�rus em Belo Horizonte. Ainda n�o � poss�vel saber se a nova cepa, que apresenta at� 18 muta��es, � significativa ou n�o para aumentar o ritmo de transmiss�o do v�rus. Tamb�m n�o est� claro se ela tem ou n�o maior resist�ncia do ponto de vista da resposta imunol�gica, inclusive quanto aos efeitos das vacinas que est�o sendo usadas no pa�s.

O surgimento da nova variante requer duas medidas emergenciais, segundo especialistas ouvidos pelo Estado de Minas. De um lado, seria necess�ria uma coordena��o nacional, a partir do governo federal, que implemente o fechamento total das atividades econ�micas (o lockdown) em todos os estados para frear a circula��o do v�rus. De outro, demandaria a amplia��o dos trabalhos de sequenciamento de genoma do Sars-CoV-2 em Minas Gerais, principalmente na Grande BH, para monitorar a nova cepa. Hoje, esse estudo � realizado praticamente s� na UFMG.
 
“A grande preocupa��o � o surgimento de uma variante que pode evadir da resposta imune da vacina, por exemplo. A gente acredita que ela j� est� circulando em Minas Gerais. De in�cio, parece que o apelido dela ser� P4. Mas, a gente n�o sabe ainda qual o impacto”, afirma o infectologista Una� Tupinamb�s, da UFMG e integrante do Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da prefeitura de BH.
 
Diante desses pontos de interroga��o, Una� Tupinamb�s defende o fechamento total das atividades econ�micas como medida para reduzir os riscos de contamina��o e garantir a efic�cia das vacinas. Nesta semana, a prefeitura chegou a estudar uma reabertura, mas desistiu. “Da� a import�ncia do lockdown. Se eu n�o tiver v�rus circulando, eu n�o vou dar chance para novas muta��es. A popula��o e o governo federal t�m que enxergar que essa � a �nica sa�da, mesmo com o avan�o da vacina”, afirma o infectologista.

"Da� a import�ncia do lockdown. Se eu n�o tiver v�rus circulando, eu n�o vou dar chance para novas muta��es" - Una� Tupinamb�s, infectologista da UFMG e do Comit� de Enfrentamento � COVID-19 de BH (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 5/6/20)

 
A nova muta��o atesta, mais uma vez, o Brasil como celeiro de novas variantes do coronav�rus. Ao menos outras tr�s cepas significativas j� circulam no pa�s: a P1, descrita em Manaus; a P2, do Rio de Janeiro; e a B.1.1.28, tamb�m identificada no Amazonas. A UFMG acredita que as duas mapeadas em BH s�o fruto dessa �ltima, que circulou na primeira fase da pandemia na capital mineira.
 
Estudos gen�ticos demonstram que os novos genomas da cepa apresentam muta��es em diversas de suas regi�es, incluindo novas altera��es nas posi��es E484 e N501. Foram nessas mesmas coordenadas do v�rus que as outras cepas de maior risco apresentaram mudan�as, o que amplia o sinal de alerta. “N�o existem evid�ncias de liga��o epidemiol�gica entre ambas, como parentesco ou proximidade geogr�fica entre os infectados, o que refor�a a plausibilidade de circula��o dessa nova poss�vel variante”, afirma o professor Renato Santana, do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas (ICB) da UFMG.
 
O bi�logo e divulgador cient�fico Atila Iamarino destaca que sem um plano de a��o federal, v�rus mais transmiss�veis e com maior poder de reinfec��o est�o sendo selecionados. “Enquanto o plano de a��o federal for promover o cont�gio, o que coloca vulner�veis, curados e vacinados em contato com o coronav�rus, teremos variantes sendo geradas. Evolu��o � implac�vel e estamos selecionando v�rus mais transmiss�veis e que reinfectam”, disse em postagem no Twitter. 
 
Outra especialista que se manifestou a respeito da nova variante foi a biom�dica e neurocientista Mellanie Fontes-Dutra. Ela alerta para o fato de as variantes estarem se adaptando e diz que � preciso controlar a transmiss�o. 
 
Amostras A nova variante foi detectada a partir de 85 amostras do coronav�rus colhidas entre 28 de outubro do ano passado e 15 de mar�o �ltimo, portanto incluindo o per�odo em que a capital verificou aumento dos �ndices de transmissibilidade do micro-organismo na cidade. O auge do cont�gio em BH ocorreu entre os dias 11 e 19 de mar�o, de acordo com os boletins da prefeitura, quando o n�mero de transmiss�o por infectado variou entre 1,22 e 1,28.
 
O estudo � feito pelo Instituto de Ci�ncias Biol�gicas da Universidade Federal de Minas Gerais e o Setor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Pardini, em colabora��o com o Laborat�rio de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
 
(foto: Arte: Soraia Piva)
(foto: Arte: Soraia Piva)
 
 
Os resultados do trabalho demonstram, ainda, aumento progressivo das variantes que preocupam na Grande BH. Nos genomas sequenciados, foram encontradas as linhagens P.1 (30 amostras ou 35,29%, de Manaus), P.2 (41/48,23%, do Rio de Janeiro), B.1.1.28 (oito/9,41%, do Amazonas), B.1.1.7 (tr�s/3,53%, do Reino Unido), e uma de cada uma das seguintes cepas: B.1.1.143, B.1.235 e B.1.1.94.

*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Marta Vieira

Por dentro das muta��es


Em reportagem especial sobre o per�odo completo de um ano ap�s o primeiro caso de COVID-19 no Brasil, a epidemiologista Ethel Maciel explicou ao EM como as muta��es do coronav�rus ocorrem. “O v�rus sobrevive fazendo c�pias dele mesmo. Quando isso ocorre, ele pode 'errar' e fazer muta��es, que s�o naturais desse tipo de v�rus. O problema � o v�rus fazer mudan�as que d� a ele vantagens sobre n�s”, disse a especialista. Ethel tamb�m ressaltou na entrevista que in�meras cepas do coronav�rus est�o espalhadas pelo mundo. Por�m, a maioria delas n�o traz nenhuma mudan�a significativa ao combate � pandemia. Ou seja, apesar de diferentes, elas n�o aumentam a transmiss�o nem s�o mais dif�ceis de ser combatidas do ponto de vista imunol�gico.

O que � um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferen�as entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restri��o de circula��o de pessoas adotadas no Brasil n�o podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?

Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.


Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.

 

 

Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.


Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:



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