Atraso na busca por refor�o contra a COVID-19 preocupa Minist�rio da Sa�de
'Aos brasileiros que j� tomaram a primeira dose, n�o deixem de tomar a segunda, porque s� assim vamos superar essa emerg�ncia sanit�ria', disse Marcelo Queiroga
Vacinas chegam ao aeroporto de Confins em uma das remessas feitas ao estado pelo governo federal
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press - 3/3/21)
Um levantamento feito pelo Estado de Minas com base nos dados do vacin�metro da Secretaria de Estado da Sa�de indica que mais de 500 mil mineiros j� poderiam ter completado o esquema vacinal contra a COVID-19, levando-se em conta o intervalo entre as doses, mas ainda n�o o fizeram. A constata��o de que a mesma situa��o ocorre tamb�m em outros estados levou o ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, a fazer um apelo ontem aos que n�o completaram o esquema vacinal para evitar que o esfor�o de imuniza��o se perca.
“Muitos tomaram a primeira dose da vacina para a COVID-19. E n�s fazemos um esfor�o muito grande para conseguir essas vacinas. � preciso que aqueles que ainda n�o tomaram a segunda dose, e s�o muitos, procurem as salas de imuniza��o dos munic�pios, para a segunda dose. Sen�o o esfor�o, que � t�o cobrado, e devidamente cobrado, se perde. Aos brasileiros que j� tomaram a primeira dose, n�o deixem de tomar a segunda, porque s� assim vamos superar essa emerg�ncia sanit�ria", disse o ministro.
O painel com dados da campanha em Minas aponta que 2,15 milh�es de pessoas receberam a primeira dose de imunizante e apenas 727.451 foram vacinados com a segunda dose. Isso significa que 1,42 milh�o de pessoas ainda precisam completar o esquema no estado. Uma parcela desse total aguarda o intervalo exigido para tomar a segunda dose, mas, como o levantamento mostrou,500.145 j� poderiam ter recebido a segunda inje��o.
Os n�meros de vacina��o no estado s�o considerados baixos se levarmos em conta a popula��o total de Minas. Dos 21,29 milh�es de habitantes – popula��o estimada em 2020 pelo Instituto de Geografia e Estat�stica (IBGE) –, 10,89% receberam a primeira dose e apenas 3,42% o refor�o, de acordo com o painel COVID-19 Brasil. Essa diferen�a entre o percentual dos vacinados com a primeira dose e o n�mero dos que receberam a segunda pode significar um absente�smo, ou seja, o n�o comparecimento aos postos de vacina��o.
Muitas pessoas ainda n�o tomaram a segunda dose devido ao intervalo necess�rio entre uma dose e outra. Para a Coronavac, produzida pelo laborat�rio chin�s Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, o prazo indicado para completar o esquema vacinal � de at� 28 dias. Para a vacina da Astrazeca/Oxford, que tem parceria com a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), o prazo � maior, de 90 dias.
Metodologia
Para fazer o levantamento, a reportagem considerou a aplica��o da Coronavac, que representa 77,28% das doses envidas a Minas Gerais pelo Minist�rio da Sa�de (3,96 milh�es das 5,13 milh�es de doses recebidas). Em seguida, foram identificados os grupos priorit�rios que j� est�o com as datas liberadas para receber a segunda dose: idosos em institui��o de longa perman�ncia; ind�genas aldeados; pessoas de 80 a 84 anos; de 85 a 89; mais de 90 anos; e trabalhadores da sa�de. Em cada um desses grupos, foi calculada a diferen�a entre as pessoas que tomaram a primeira dose e as que receberam a segunda para saber quantas n�o completaram o esquema vacinal dentro do prazo.
O grupo com maior contingente � o de trabalhadores da sa�de. At� o momento, foram vacinados com a segunda dose 314.782 pessoas, de um total de 551.598 que receberam a primeira inje��inal – ou seja, o percentual de pessoas que tomaram o imunizante dentro do universo apto para receb�-lo � do. Ou seja, 236.816 ainda n�o completaram a imuniza��o, embora j� pudessem faz�-lo. Nesse grupo, a cobertura vace 82,39% na primeira e de 47,02% na segunda dose.
O segundo grupo engloba pessoas de 85 a 89 anos. Nele, 146.050 pessoas tomaram a primeira dose 61.008, a segunda. Ainda n�o completaram o esquema vacinal 85.042, o que equivale a 58,2% dos que receberam a primeira inje��o. No universo dessa faixa et�ria, a cobertura vacinal, por ora, � de 93,87% para a primeira dose e 39,21% para a segunda. Na lista de priorit�rios, o grupo com menor diferen�a entre a aplica��o das duas doses s�o os ind�genas aldeados. Apenas 508 ainda n�o receberam a segunda dose, o que representa 7,12% do total que recebeu a primeira dose.
A reportagem solicitou � Secretaria de Estado de Sa�de os dados de pessoas em Minas que ainda n�o receberam a segunda dose, mas n�o obteve resposta at� o fechamento desta edi��o.
Confira a situa��o da vacina��o contra a COVID-19 entre os grupos priorit�rios em Minas (foto: Arte EM)
Na capital
O EM tamb�m solicitou a informa��o � Secretaria Municipal de Sa�de de Belo Horizonte, que enviou uma nota. A SMS informou que a aplica��o da segunda dose segue em andamento no munic�pio. No �ltimo s�bado (10/4), cerca de 13,5 mil pessoas de 76 e 75 anos receberam a segunda dose da vacina contra a COVID, o que representa 50% do p�blico. A aplica��o da segunda dose para esse p�blico continuava sendo feita ontem.
Ainda h� idosos a partir de 77 anos recebendo a segunda dose e outros, que foram imunizados com a Oxford, que v�o completar o esquema vacinal em maio. Desta forma, ainda n�o � poss�vel ter dados para c�lculo da cobertura vacinal, visto que a imuniza��o prev� aplica��o das duas doses.
A nota informou ainda que o registro de aplica��o das vacinas � feito no sistema do Minist�rio da Sa�de, cuja estratifica��o por faixa et�ria contempla grupos em momentos distintos de vacina��o. Al�m disso, os registros ainda est�o sendo atualizados em fun��o da instabilidade do sistema de informa��es.
Entre os idosos de 75 a 79 anos, por exemplo, a cobertura vacinal da segunda dose est� em 22,6%, ou seja 77,4% ainda n�o tomaram a segunda dose. "A vacina��o ainda est� em andamento, portanto, o dado ainda n�o pode ser considerado como indicador de absente�smo", afirmou a SMS.
A secretaria ainda informou que, para garantir que a popula��o complete o esquema vacinal, a prefeitura, por meio das equipes de sa�de, tem refor�ado as orienta��es e feito contato com as fam�lias, para alertar sobre a data da vacina��o.
O que � um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferen�as entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restri��o de circula��o de pessoas adotadas no Brasil n�o podem ser chamadas de lockdown.
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.