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Estado de Minas PENSAR

Especial do Pensar destaca trabalho das editoras das editoras

Mulheres � frente de casas de publica��es e selos liter�rios revelam detalhes e hist�rias da produ��o de livros


30/06/2023 04:00 - atualizado 07/08/2023 17:33
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“As editoras das editoras”, edi��o especial do Pensar iniciada hoje, traz os perfis de 11 mulheres que est�o � frente de casas editoriais brasileiras com diferentes tamanhos, objetivos, estrat�gias e ambi��es. O que as une, ent�o? A busca incessante pela amplia��o do h�bito de leitura. E, claro, o amor aos livros. Leia, na primeira parte do especial, as hist�rias das mineiras Maria Mazarello
 (Mazza Edi��es), Rejane Dias (Grupo Aut�ntica), Ma�ra Nassif (Relic�rio) e artigos de Ana Elisa Ribeiro e Leticia Santana Gomes.
 
Maria Mazarello (Mazza), Rejane Dias (Autêntica), Elza silveira (Impressões de Minas), Maíra Nassif (Relicário), Simone Paulino (Nós), Maraíza Labanca (Cas'a), Maria Carolina Fenati (Chão da Feira), Leida Reis (Páginas), Clara Arreguy (Outubro), silvia naschenveng (Mundaréu), Ana Cartaxo (Tabla)
Maria Mazarello (Mazza), Rejane Dias (Aut�ntica), Elza silveira (Impress�es de Minas), Ma�ra Nassif (Relic�rio), Simone Paulino (N�s), Mara�za Labanca (Cas'a), Maria Carolina Fenati (Ch�o da Feira), Leida Reis (P�ginas), Clara Arreguy (Outubro), silvia naschenveng (Mundar�u), Ana Cartaxo (Tabla) (foto: Fotos: divulga��o e Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
 

Mulheres que editam 

 
Ana Elisa Ribeiro *
Especial para o EM
 
A bibliografia sobre hist�ria das casas editoriais no Brasil � importante, mas ainda n�o � t�o vasta. Ainda h� muito a ser feito, e uma das lacunas disso � a hist�ria das mulheres que editaram livros em tempos passados (e mesmo no presente). � poss�vel encontrar jornais editados por mulheres j� no s�culo 19. A professora Const�ncia Lima Duarte, da UFMG, tem um belo livro sobre os jornais femininos e feministas no Novecentos, e o grupo Mulheres na Edi��o, do Cefet-MG, investigou esse aspecto tanto sobre o trabalho da professora quanto em outros materiais. Quando lemos a narrativa mais conhecida sobre as casas editoriais, � claro que teremos a impress�o de que apenas homens editavam, mas isso n�o � verdade. As mulheres sempre estiveram envolvidas no trabalho de tradu��o, edi��o e revis�o, embora com muito menos reconhecimento e visibilidade. 

Nas editoras grandes, muitas mulheres dirigiram selos e curadorias, em especial na segunda metade do s�culo 20, depois de certa emancipa��o. Em um dos livros que publicamos a partir do trabalho do nosso grupo, o “Prezada editora” (Moinhos/Contafios, 2021), me aprofundei no caso, por exemplo, de Sandra Espilotro, da Globo Livros, que atua h� d�cadas.  Outra gigante � Maria Am�lia Mello, que finalmente teve sua hist�ria inclu�da na cole��o “Editando o Editor”, da Edusp. Repare-se que a cole��o teve in�cio nos anos 1990 e s� agora edita um volume sobre uma mulher. Isso n�o � acaso, mas sim resultado de uma mudan�a social e cultural – lenta, claro. 
 
 
Afora essas figuras importantes de grandes casas, � fundamental identificar e dar o devido valor a pioneiras com a Maria Mazarello, nossa Mazza, que come�ou a editar autores e autoras negros no in�cio dos anos 1980; ou Zahid� Muzart, j� falecida, que resgatou centenas de romances escritos por mulheres por meio da Editora Mulheres, j� extinta, que atuou em Santa Catarina. � preciso enxergar as bordas, e n�o apenas o centro, inclusive repensando o que chamamos de “editor”, uma defini��o que tamb�m pode excluir. Somos um grupo pioneiro nos estudos desse tema no Brasil e nossos esfor�os t�m sido reconhecidos at� fora do pa�s. Temos trocado muito com colegas de v�rios pa�ses, porque esse apagamento acontece em toda parte. Nosso pr�ximo passo � publicar uma minip�dia com mais de 100 editoras dos s�culos 20 e 21. O que se pode dizer � que � extremamente dif�cil conseguir informa��o sobre elas e seus empreendimentos, o que s� confirma a import�ncia da pesquisa e das publica��es que esclare�am essa participa��o. Se � poss�vel dizer que houve um boom depois dos anos 1980-1990, isso decorre de um caldo com v�rios ingredientes: tecnologias, mudan�as culturais, feminismos, acesso aos estudos e � vida profissional, entre muitos outros. 
 

* Ana Elisa Ribeiro � professora titular do Departamento de Linguagem e Tecnologia do Cefet-MG, escritora e editora 
 
 


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