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Namoro dos filhos

N�o existe 'ci�me de m�e'. Existe ci�me de quem acha que � dono do outro, que a filha � 'filhinha' e que quer o filho para preencher os pr�prios vazios%u2019


postado em 03/11/2019 04:00 / atualizado em 02/11/2019 21:11


 
 
“Ant�nio Roberto, minha filha de 16 anos come�ou a namorar. Sinto que ela ainda n�o est� preparada para um namoro s�rio. Existe tamb�m um ci�me de m�e. Devo permitir o namoro ou devo proteger minha filhinha?”

Carmen, de Belo Horizonte
 
H� sempre uma tens�o familiar quando os filhos iniciam sua vida afetivo-sexual, principalmente para os pais. At� ent�o, as preocupa��es se situavam nos campos material, escolar, religioso e social dos filhos. Agora, aparece um novo componente, a aproxima��o da sexualidade e o aparecimento de “um estranho”, que j� chega por cima, ocupando um lugar de import�ncia e significado para o filho.
O namorado aparece como uma amea�a para a rela��o pais e filhos. Quanto mais possessivos e controladores os pais, mais sofrimento e inquieta��o nesse momento. E s�o in�meras as justificativas para esconder o ci�me – “Voc� n�o est� preparada para namorar” – “Esse rapaz � muito novo ou muito velho pra voc�” – “N�o gostei desse rapaz, ele usa piercing” etc. Tudo isso mostra como a maioria dos pais e filhos desconhecem o verdadeiro sentido do namoro.
Qual seria o objetivo fundamental do namoro? Primeiramente, � o autoconhecimento. Quando nos relacionamos com algu�m, principalmente na intimidade, nossas caracter�sticas positivas ou negativas aparecem, o outro se constitui num limite para n�s, j� que n�o podemos funcionar como uma crian�a, que imagina ser o centro do universo e que tem o mundo a seu servi�o.
A partir do relacionamento, temos de levar em conta o desejo, a opini�o e o sentimento do outro. A decorr�ncia disso � que qualquer relacionamento mais significativo nos leva ao crescimento como pessoa, se estivermos dispostos a mudar alguns tra�os de comportamento que se encontravam protegidos pela fam�lia. Sob esse aspecto, o namoro � muito importante do ponto de vista do crescimento emocional e de rela��o.
 
O segundo objetivo do namoro � aprender a amar: respeitar o outro como indiv�duo, ficar alegre com a alegria dele, partilhar o pr�prio ser com o outro, incluindo aqui o partilhamento do pr�prio corpo, afetiva e sexualmente. A crian�a, inicialmente, brinca sozinha, ela pesquisa a si pr�pria e � ensimesmada. Ao crescer um pouco, ela brinca com outras crian�as, mas prefere aquelas que se parecem mais com ela, ou seja, as do mesmo sexo. Menino brinca com menino e menina brinca com menina. E, finalmente, na adolesc�ncia, chega o momento de arriscar no relacionamento: “brincar” com algu�m do outro sexo. Assim, todo namoro deve ser s�rio desde cedo. N�o no sentido de que dois jovens de 16 anos tenham que se casar imediatamente, mas entrar para o rol dos que querem aprender a amar, a se relacionar, a lidar com a pr�pria sexualidade, que querem construir a mais sagrada das rela��es, que � a rela��o homem e mulher.
 
Os pais devem ter um pouco de paci�ncia nas primeiras escolhas dos filhos. Tudo na vida � um processo, nada est� pronto, nada est� terminado. No campo amoroso tamb�m � assim, cada relacionamento afetivo � um aprendizado para o pr�ximo.
 
Aprende-se a namorar namorando. Cada pessoa tem de atravessar, por si pr�pria, esse caminho. O papel dos pais � ensinar o filho a escolher e enxergar e n�o escolher e enxergar no lugar deles. N�o � impor a pr�pria percep��o e “fazer de tudo para que o filho termine o namoro indesejado”. � ajudar o filho a enxergar, � ajud�-lo a ter a pr�pria escolha, � falar com ele das suas experi�ncias e deixar que ele pr�prio tome as suas decis�es. N�o h� m�rito e nem aprendizado no fato de o filho terminar um namoro porque os pais n�o gostam do namorado. O m�rito est� no pr�prio filho perceber a inadequa��o da escolha na constru��o da pr�pria felicidade e escolher, por conta pr�pria, terminar com consci�ncia o relacionamento. Os pais devem focar dois aspectos priorit�rios: a felicidade do filho e sua capacidade de decis�o.
 
O respeito � liberdade do filho sugere que a responsabilidade de ser feliz � dele. Di�logo, orienta��o, respeito � autonomia dos filhos � garantia de adultos respons�veis pela constru��o da pr�pria felicidade. Os pais que tratem do pr�prio ci�me e deixem os filhos crescerem no caminho do amor.
N�o existe “ci�me de m�e”. Existe ci�me de quem acha que � dono do outro, que a filha � “filhinha” e que quer o filho para preencher os pr�prios vazios. 

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