
"Por medo de perder quem amo, tenho aceitado tudo que ele imp�e. Estamos juntos h� cinco anos, mas sinto-me presa e infeliz. J� larguei meu emprego inclusive, o que me deixou supermal. Eu o amo, mas n�o quero viver assim mais.”
Lourdes, de Belo Horizonte
O grande objetivo de qualquer um de n�s, de maneira consciente ou inconsciente, � ser feliz. Pela pr�pria natureza, tendemos ao bem-estar, ao prazer, � alegria e � paz interior. A felicidade, no entanto, n�o ocorre milagrosamente, por acaso e nem num passe de m�gica.
Ela � fruto de uma constru��o dif�cil, principalmente em uma sociedade que nos convida o tempo todo para pensamentos, sentimentos e a��es que nos afastam do equil�brio e da felicidade.
Ela � fruto de uma constru��o dif�cil, principalmente em uma sociedade que nos convida o tempo todo para pensamentos, sentimentos e a��es que nos afastam do equil�brio e da felicidade.
Alguns ingredientes s�o necess�rios na constru��o dessa estrada. Al�m da autonomia, da autoestima, do compromisso com a alegria, a maneira como nos relacionamos pode determinar nossa felicidade ou nosso sofrimento.
Em outras palavras, qualquer relacionamento, principalmente os relacionamentos mais intensos, como � o caso do casamento, s� faz sentido se estiver alinhado com nossa aspira��o fundamental e basilar de sermos felizes.
Nenhum relacionamento sadio poder� se estruturar em opress�o, em restri��o � liberdade individual, em empecilho para os sonhos, o crescimento enquanto pessoa, para a satisfa��o das necessidades naturais, sociais, espirituais do indiv�duo.
O conte�do fundamental do amor � querer que o outro desabroche suas potencialidades, �nico caminho verdadeiro para o prazer e para a alegria. Infelizmente, tudo o que aprendemos sobre amor, namoro, casamento vai na contram�o disso.
O conte�do fundamental do amor � querer que o outro desabroche suas potencialidades, �nico caminho verdadeiro para o prazer e para a alegria. Infelizmente, tudo o que aprendemos sobre amor, namoro, casamento vai na contram�o disso.
Quanto sofrimento, depress�o, ang�stia nos relacionamentos afetivos, por t�-los constru�dos em cren�as e valores que solapam a individualidade, a autonomia e o crescimento dos parceiros. Movido pelo ci�me, � comum um parceiro querer resolver a pr�pria inseguran�a atrav�s da submiss�o e aniquilamento do outro. � o caso da leitura acima.
A primeira ideia do marido dela, ao se casar, foi isol�-la do mundo, confin�-la em casa, impedindo seu crescimento como pessoa e como profissional. Os parceiros ciumentos exigem como prova de amor que o outro se afaste dos amigos, da profiss�o, da fam�lia, enfim, de todas as fontes que o outro tem de alegria e prazer.
Mas tamb�m pudera. Ensinavam-nos o absurdo de que amar �... renunciar. A leitora caiu nessa armadilha. Ela pr�pria confunde amor com submiss�o. Ela diz: “Por am�-lo muito, aceitei as condi��es que ele me imp�s”.
Mesmo que essas condi��es me entriste�am?
Mesmo que me fa�am perder dignidade, ou mesmo que me fa�am perder a individualidade, mesmo que eu sofra?
O amor e sua institucionaliza��o no casamento � feito de duas pessoas livres, competentes na capacidade de serem felizes e de compartilhar juntas o seu estado de gra�a. Obviamente, existem regras comuns no relacionamento, acordadas e aceitas pelos parceiros. Os acordos e normas s�o necess�rios para uma viv�ncia harmoniosa.
Nenhum acordo ou regra, por�m, pode ser aceito se implicar sofrimento, degrada��o, humilha��o do outro. Para companheiro devemos querer pessoas que consigam ver, com alegria, nossas sementes brotarem, nossas flores abrirem e nossos frutos aparecerem. Amigo � aquele que deseja meu crescimento, que me incentiva na busca das minhas alegrias e dos meus “sagrados”.
Nenhum acordo ou regra, por�m, pode ser aceito se implicar sofrimento, degrada��o, humilha��o do outro. Para companheiro devemos querer pessoas que consigam ver, com alegria, nossas sementes brotarem, nossas flores abrirem e nossos frutos aparecerem. Amigo � aquele que deseja meu crescimento, que me incentiva na busca das minhas alegrias e dos meus “sagrados”.
Ningu�m � encarregado de fazer o outro feliz. Isso n�o existe e � imposs�vel. O parceiro amoroso � aquele que n�o atrapalha o outro na busca individual da pr�pria felicidade. Querer ser feliz � custa do sacrif�cio do outro, � custa da infelicidade do outro, da paralisa��o do outro como pessoa � a mais equivocada forma de amar que nos ensinaram.
Qualquer ren�ncia, mesmo em nome do amor, � caminho certo para a infelicidade, para cobran�as sem fim e para o fracasso de qualquer casamento.
Qualquer ren�ncia, mesmo em nome do amor, � caminho certo para a infelicidade, para cobran�as sem fim e para o fracasso de qualquer casamento.
Casamento � uma brincadeira, onde os parceiros t�m direitos absolutamente iguais.



















