
� de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, o primeiro caso da variante indiana do coronav�rus identificado no estado. No pa�s, at� agora, j� existem pacientes portadores da cepa chamada B.1.617 no Maranh�o, no interior Rio de Janeiro, al�m de casos em investiga��o no Esp�rito Santo e no Distrito Federal. A nova linhagem do coronav�rus foi primeiro constatada na �ndia, em outubro de 2020.
O paciente hospitalizado em Juiz de Fora chegou da �ndia, est� internado na Santa Casa de Miseric�rdia da cidade e, segundo a Secretaria Municipal de Sa�de, est� sendo monitorado. Com o in�cio da manifesta��o dos sintomas, material biol�gico foi analisado em exame de sequenciamento gen�tico, que aferiu a presen�a da variante.
O paciente, cujo estado cl�nico n�o foi divulgado, esteve trabalhando na �ndia embarcado em um navio. Conforme a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), a pessoa chegou ao Brasil pelo Aeroporto Internacional de S�o Paulo, em Guarulhos, no dia 18 de maio, e foi de carro at� Juiz de Fora.
O Governo de Minas informou que "o paciente teve contato apenas com sua esposa, que est� assintom�tica, em isolamento domiciliar e sendo monitorada".
Depois da �ndia, logo a variante chegou ao Reino Unido e come�ou a se disseminar, o que acende o sinal de alerta pelo mundo. � um tipo do coronav�rus originado por muta��es e pode ser um risco ainda maior para contribuir negativamente com a terceira onda da doen�a, que vem sendo esperada.
A variante indiana � mais agressiva e j� era esperado que chegasse ao Brasil, segundo o m�dico infectologista e professor em�rito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Dirceu Greco. Ele explica que o v�rus � altamente mut�vel, e � poss�vel que outras variantes ainda surjam, na medida que mais pessoas s�o infectadas a cada dia e continuam em circula��o, ainda mais em se tratando de um microrganismo facilmente transmitido pelo ar.
"Com mais pessoas expostas, maiores as chances de ocorrer mais muta��es do coronav�rus. Mesmo assim, n�o h� motivo para p�nico. Importante mesmo � n�o deixar de tomar todos os cuidados: distanciamento, sair de casa s� quando estritamente necess�rio, m�scaras e higieniza��o das m�os. Al�m disso, a import�ncia de agilizar os processos de vacina��o", recomenda.
Mas o que se sabe sobre a variante indiana at� agora?
A linhagem indiana se manifesta em tr�s varia��es, que j� foram identificadas em quase 50 pa�ses: s�o as chamadas B.1.617.1, a B.1.617.2 e a B.1.617.3. A diferen�a est� no tipo de muta��o apresentada.
S�o muta��es nos genes que codificam a por��o da estrutura do agente patog�nico localizada em sua superf�cie, parte que se conecta aos receptores das c�lulas humanas, iniciando a infec��o - � a fun��o do que se conhece como a esp�cula do v�rus.
O receio entre as autoridades m�dicas e sanit�rias � de que a B.1.617 seja mais transmiss�vel do que as cepas anteriores. Mas nada ainda � cravado com certeza. A capacidade de contamina��o precisa ser melhor quantificada.
Um questionamento recorrente � se o potencial para ser mais transmiss�vel ou mais transmitido parte do comportamento pr�prio do v�rus ou pela postura dos hospedeiros - ou seja, se os seres humanos continuam sem seguir as orienta��es sobre preven��o.
N�o est� comprovado se a variante indiana influencia para um �ndice maior de quadros severos da COVID-19 ou na incid�ncia de mortes. Tamb�m n�o h� consenso se a linhagem escapa da prote��o provacada pelas vacinas que se t�m at� o momento, ou acerca de uma poss�vel imunidade obtida por uma primeira infec��o.
O que se tem entre os estudiosos � que os imunizantes at� agora conseguem tamb�m barrar a dissemina��o da nova linhagem - a chegada da nova variante n�o significa nenhuma contraindica��o �s vacinas.
Sobre os caminhos que o v�rus percorre desde que entra no organismo e os mecanismos da doen�a, � tudo similar, n�o importa qual seja o tipo do coronav�rus. Certas caracter�sticas influenciam mais mesmo � no maior poder de transmissibilidade.
Vers�es anteriores precisavam de maior quantidade de v�rus para causar a infec��o. Para as novas variantes, a carga viral um pouco mais baixa j� pode causar a doen�a e, nesse ponto, isso � um dos perigos. Mesmo sem a certeza sobre uma forma mais grave da COVID-19, o grau de transmissibilidade, nessa an�lise, pode ocasionar uma maior quantidade de indiv�duos infectados.
A possibilidade de novas cadeias de transmiss�o, com potencial para elevar o n�mero de pacientes que precisar�o de um atendimento nos hospitais, o que aumenta a exig�ncia por leitos nas enfermarias e nas unidades de terapia intensiva (UTI), � uma situa��o que inspira cuidados especialmente quanto � nova cepa.
Isso sim pode ser um risco em particular sobre as variantes: pacientes que poderiam se recuperar e morrem pela aus�ncia dos cuidados b�sicos nas unidades de sa�de, e quando se tem acesso a elas. Haja visto o que aconteceu nos primeiros meses de 2021: em v�rios estados do Brasil, a taxa de ocupa��o nos hospitais ficou bem acima da capacidade e levou a um cen�rio ca�tico.
Quanto aos protocolos para a preven��o da variante B.1.617, s�o os mesmos como at� agora amplamente propagados, assim como n�o h� diferen�a quanto aos principais sintomas da COVID-19 e formas de tratamento.
Sobre uma terceira onda que pode estar se apresentando no Brasil, isso acontece enquanto o tipo do v�rus vindo da �ndia ainda d� seus primeiros passos por aqui - n�o d� para saber como vai se comportar. N�o significa que a nova linhagem ser� uma das causadoras dessa onda que pode estar se aproximando, mas � fato que vai fazer parte de tudo isso. � hora de redobrar os cuidados.
No Google
O interesse pelo tema � grande. Segundo o Google Trends, as buscas na internet por "cepa indiana" aumentaram 6.840% entre 21 e 25 de maio. Veja:

Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
- CoronaVac/Butantan
- Janssen
- Pfizer
Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.
Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas
[VIDEO4]
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:
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