Alta da COVID-19 em Minas deve durar mais um m�s, diz secretaria de Sa�de
Governo de Minas confirma proje��es de especialistas de que a doen�a pode se multiplicar no pr�ximo m�s no estado caso n�o haja vacina��o em massa e isolamento
Ritmo de chegada de vacinas n�o tem sido suficiente para atender a demanda e Minas dever� seguir apresentando alta de casos e mortes, segundo proje��es de especialistas (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
Sem citar os dados de suas proje��es ou expectativa de novo pico, a Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) afirma que periodicamente realiza proje��es de casos e �bitos pela COVID-19.
"De acordo com as �ltimas proje��es realizadas, estima-se que continuar�o aumentando o n�mero de casos observados e o n�mero de �bitos", informa a SES-MG, mas que ressalta n�o aconselhar "a compara��o puramente dos resultados com outras pesquisas, sem levar em conta a metodologia de constru��o dessas proje��es e os par�metros utilizados nas modelagens. Ressalta-se a necessidade de ter cautela no uso das estimativas encontradas".
As proje��es usadas pela reportagem s�o do modelo Geocovid MapBiomas, de cinco universidades p�blicas, ONGs e empresas de tecnologia. Traziam a expectativa para o dia 13 de maio deste ano. Atualizando essas previs�es, tendo em vista os dias que transcorreram at� a resposta da SES-MG, observa-se ligeiro agravamento da taxa de evolu��o de casos, de 4,47% para 6,29%, e de manuten��o na taxa de evolu��o de mortos, em alta de 42,27%.
Na perspectiva da SES-MG, o aumento de casos e �bitos � decorrente de uma combina��o de fatores. "O afrouxamento do distanciamento social, a diminui��o da aten��o aos protocolos sanit�rios no final de 2020 e in�cio de 2021, al�m da circula��o de novas variantes do coronav�rus em territ�rio mineiro. O efeito dessas variantes ainda est� sendo investigado, mas parte dos estudos j� indicam uma maior virul�ncia e transmissibilidade", informa.
Para o m�dico diretor da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do comit� de enfrentamento da COVID-19 na Prefeitura de Belo Horizonte, Carlos Starling, sem uma vacina��o ampla e eficiente, a perspectiva � sim de aumento dos casos e mortes sem vacina��o e isolamento.
“Muito provavelmente, com esse ritmo lento de vacina��o, vamos demorar uns dois anos para se ter um impacto relevante. Poucas vacinas chegam aos poucos. At� h� uma perspectiva de chegarem mais vacinas no segundo semestre deste ano, a� pode ser que em meados do pr�ximo ano tenhamos uma melhora consistente. Para este ano � irreal uma melhora s� com vacina��o”, prev� Starling.
A SES-MG destaca como medidas j� tomadas para frear a epidemia no estado e restabelecer a capacidade de assist�ncia hospitalar. "O Governo decretou ao longo do m�s de mar�o e abril maiores restri��es de circula��o, por meio do que foi intitulado “Onda Roxa”.
As regras incluem ainda a proibi��o de circula��o de pessoas sem o uso de m�scara de prote��o, em qualquer espa�o p�blico ou de uso coletivo, ainda que privado; a proibi��o de circula��o de pessoas com sintomas gripais, exceto para a realiza��o ou acompanhamento de consultas ou realiza��o de exames m�dico-hospitalares; proibi��o da realiza��o de qualquer tipo de evento p�blico ou privado que possa provocar aglomera��o, ainda que respeitadas as regras de distanciamento social".
Destacou, ainda, que trabalhou desde o in�cio da pandemia e continua atuando "arduamente" para a readequa��o e amplia��o de sua rede assistencial para conseguir abarcar um maior n�mero de internados.
"Os indicadores s�o monitorados diariamente, e avaliados semanalmente para todas as regi�es do estado de modo a embasar a tomada de decis�o acerca das medidas de conten��o da pandemia do novo coronav�rus".
O modelo Geocovid MapBiomas um esfor�o de cinco organiza��es acad�micas (UEFS, UFBA, UESC, UNEB e IFBA), empresas emergentes de base tecnol�gica (GEODATIN e SOLVED) e o MapBiomas, que criaram essa ferramenta para monitorar o avan�o da COVID-19 no Brasil.
Com�rcio est� limitado, mas para especialistas solu��o seria o lockdown e a vacina��o (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
Lockdown e vacina - Al�m de uma cobertura mais ampla e veloz pela vacina��o, o m�dico diretor da Sociedade Mineira de Infectologia e membro do comit� de enfrentamento da COVID-19 na Prefeitura de Belo Horizonte, Carlos Starling, sugere o lockdown como uma ferramenta eficiente.
“Uma coisa que pode ser feita � um lockdown em uma ou outra cidade para o sistema de sa�de n�o entrar em colapso. Isso deve, sim, ser avaliado e feito sempre que necess�rio”, observa o diretor da Sociedade Mineira de Infectologia.
“Minas Gerais � do tamanho da Fran�a. H� regi�es melhores e muito piores. O manejo da epidemia em MG � diferente, at� mesmo a forma onde a epidemia est� em pico, em uma determinada regi�o, e em outra est� melhor”, avalia Starling. Segundo o m�dico, n�o h� medida �nica.
“Deveria ter sido feito um lockdown de 14 a 21 dias em todo o pa�s para se ter uma queda importante nos n�meros. Mas essa medida n�o foi considerada pelo governo federal e vamos viver, de agora para frente, com a epidemia indo e vindo. Se as pessoas relaxarem muito o isolamento, isso aumenta a mobilidade e a epidemia volta com tudo. A�, alguns locais se fecham e a epidemia recua de novo. Era preciso ter uma coordena��o nacional”, avalia.
O que � um lockdown?
Saiba como funciona essa medida extrema, as diferen�as entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restri��o de circula��o de pessoas adotadas no Brasil n�o podem ser chamadas de lockdown.
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.