
O quarto confinamento imposto aos moradores de Melbourne, capital do Estado, vem depois de um cen�rio em que a vida havia voltado a ser "quase normal", segundo a descri��o dos arquitetos paulistas Fabio Borges, de 39 anos, e Juliana Moraes, 38 anos, que vivem na cidade.
"O que aconteceu � que est�vamos sem casos havia v�rios meses, e a� era quase vida normal. S� precisava usar m�scara em transporte p�blico e fazer o check-in com QR code (no celular) em restaurante e caf�", conta Borges, que vive l� h� quase tr�s anos.
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Agora, no entanto, o governo j� registrou um total de 60 novos casos na regi�o, segundo os dados mais recentes, e alertou que a variante est� se espalhando de forma mais r�pida.
Borges destaca a diferen�a da gest�o da pandemia em rela��o ao Brasil. Ele aponta que chama aten��o a implanta��o de um lockdown em um cen�rio com um total de novos casos que � pequeno se comparado � situa��o do Brasil, que oficialmente registra atualmente uma m�dia m�vel de mais de 60 mil casos di�rios de covid-19. (Entenda aqui como a testagem insuficiente e desorganizada deixa Brasil no escuro para controlar a pandemia.)
"Como estava zerado (o n�mero de casos), o governo fica em cima para n�o perder o controle. Aparece um caso e eles fazem algo para n�o alastrar", diz ele, que apoia a medida restritiva para controlar a transmiss�o.
O governo decretou confinamento em todo o Estado em 27 de maio, depois de ter registrado seus primeiros casos em quase tr�s meses. Agora, uma semana depois, estendeu o per�odo do confinamento em Melbourne, com pequenas mudan�as, at� 10 de junho.
"Eu sei que esta n�o � a not�cia que todos querem ouvir, mas considerando os casos que temos... o governo n�o teve escolha", disse o primeiro-ministro interino, James Merlino.
"Se n�o fizermos isso (lockdown), essa coisa vai escapar. Essa variante de preocupa��o se tornar� incontrol�vel e as pessoas v�o morrer."
Agora, os habitantes de Melbourne est�o obrigados a ficar em casa, exceto para sa�das com prop�sito de trabalho essencial, compras, exerc�cios, assist�ncia m�dica ou para tomar vacina contra a covid-19.
Fora da capital do Estado, as restri��es ser�o relaxadas, com reuni�es limitadas ao ar livre e a reabertura de restaurantes.

No entanto, Merlino alertou as pessoas para permanecerem cautelosas e disse que o governo rastreou mais de 350 lugares onde as pessoas podem ter sido expostas ao v�rus.
Borges e Moraes, por exemplo, receberam por mensagem de texto do governo um alerta para checarem a lista de locais e hor�rios em que pessoas infectadas passaram pela regi�o em que eles moram para verificar se podem ter se encontrado.
O surto atual come�ou, segundo as autoridades, com um viajante que testou positivo dias ap�s terminar a quarentena no sul da Austr�lia.
"Ningu�m, ningu�m quer repetir o inverno passado", disse Merlino, referindo-se � segunda onda de Melbourne no ano passado, que causou mais de 90% das mortes em todo o pa�s.
O Estado promoveu um confinamento de quase tr�s meses para levar a taxa de casos de volta a zero.

Vacina��o lenta
O novo surto em Victoria chama aten��o para o baixo n�vel de vacina��o entre os australianos - tarefa que � de responsabilidade do governo federal.
Cerca de 15% da popula��o da Austr�lia recebeu pelo menos uma dose da vacina, o que deixa o pa�s fora do grupo dos 100 que mais vacinaram, segundo o ranking do Our World in Data. A Austr�lia aparece na posi��o 106 de 215 pa�ses, segundo dados de 1°/6.
A taxa de pessoas completamente vacinadas na Austr�lia � de 2%.
Borges e Moraes dizem que, se por um lado entendem e apoiam a necessidade do confinamento, lamentam o ritmo de vacina��o.
"Tem que fazer esse abre e fecha at� todo mundo ser vacinado. Acho que � essa a inten��o. Mas � dif�cil entender por que n�o aceleram a vacina", diz Borges.
Moraes completa: "A sensa��o � assim: tem a vacina, a gente n�o precisava estar passando por isso agora."

O casal relata uma sensa��o de que o controle da pandemia no pa�s parece ter levado alguns australianos a ansiarem menos pela vacina��o em compara��o a outros pa�ses.
"� outra realidade aqui. No Brasil, todo mundo conhece algu�m que morreu. Aqui, n�o. A pessoa n�o tem familiar ou amigo que faleceu ou caso pr�ximo. Ela fica tranquila, v� zero casos e escuta falar em rea��o da vacina", diz Borges.
Escassez de suprimentos e problemas de entrega v�m sendo apontados como respons�veis %u200B%u200Bpelos atrasos. E embora medidas tenham sido tomadas para acelerar o programa - como implanta��o de centros de imuniza��o em massa e investimento na produ��o local -, o governo australiano est� vendo seu sucesso no combate � covid-19 afetado por seu lento esfor�o de vacina��o.
O desempenho da vacina��o na Austr�lia contrasta, pelo menos at� agora, com a gest�o da pandemia em outros aspectos no pa�s. A Austr�lia evitou, em grande parte, o n�vel de mortes por covid visto em outros pa�ses desenvolvidos devido a um sistema rigoroso de bloqueio r�pido, controles de fronteira e restri��es de circula��o.
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Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
- CoronaVac/Butantan
- Janssen
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Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?
Os chamados passaportes de vacina��o contra a COVID-19 est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses.
O sistema de controle tem como objetivo garantir o tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar o turismo e a economia.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
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Em casos graves, as v�timas apresentam
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Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:
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