
“Preciso viajar com meu marido. Estou estressada, preciso de divers�o na companhia dele. Trabalhamos muito, s� pensamos em ganhar dinheiro e quase n�o nos divertimos. Fale da import�ncia do lazer para o casamento.”
Efig�nia, de Belo Horizonte
A ideia de sucesso, traduzido em fama, riqueza, prest�gio e status, est� arraigada at� a medula dos nossos ossos. A sociedade enfatiza de tal forma essa ideia que outras dimens�es da vida t�o ou mais importantes s�o relegadas a segundo plano, quando n�o s�o esquecidas completamente.
Em todos os casos graves de estresse, vamos encontrar pessoas que se tornaram incapazes de descansar e se divertir. A ludicidade, ou seja, a compet�ncia de brincar, � que energiza nossa vida, dando-lhe flu�ncia, leveza e alegria. Os gregos davam a esse aspecto da vida uma import�ncia t�o grande a ponto de supervalorizar o teatro, a m�sica e outras formas de lazer.
Em todos os casos graves de estresse, vamos encontrar pessoas que se tornaram incapazes de descansar e se divertir. A ludicidade, ou seja, a compet�ncia de brincar, � que energiza nossa vida, dando-lhe flu�ncia, leveza e alegria. Os gregos davam a esse aspecto da vida uma import�ncia t�o grande a ponto de supervalorizar o teatro, a m�sica e outras formas de lazer.
Todos n�s temos dois lados: o lado direito do trabalho, da luta, do sucesso social, da competi��o, da imagem, e o lado esquerdo da alegria, da poesia, da dan�a, da divers�o, da criatividade e do cora��o. Esses dois lados n�o s�o contradit�rios e o equil�brio vital exige a satisfa��o de ambos.
Todos n�s, principalmente os homens, temos dificuldade nessa s�ntese. H� uma carga cultural muito forte que nos encaminha para um excesso de responsabilidade e obriga��es.
Todos n�s, principalmente os homens, temos dificuldade nessa s�ntese. H� uma carga cultural muito forte que nos encaminha para um excesso de responsabilidade e obriga��es.
Ainda h� muito preconceito com rela��o � alegria, o ficar � toa, o descanso e o lazer. Tamb�m n�o � para menos. Quantas vezes fomos martelados com o famoso: “Primeiro as obriga��es, depois as devo��es”.
A f�bula de La Fontaine mais famosa entre n�s � a da formiga e da cigarra, onde a primeira � compensada com opul�ncia e tranquilidade por uma �rdua vida de trabalho � exaust�o e a cigarra � castigada com fome e desalento no inverno por ter cantado no ver�o. At� quando teremos de escolher entre ser formiga ou ser cigarra?
A f�bula de La Fontaine mais famosa entre n�s � a da formiga e da cigarra, onde a primeira � compensada com opul�ncia e tranquilidade por uma �rdua vida de trabalho � exaust�o e a cigarra � castigada com fome e desalento no inverno por ter cantado no ver�o. At� quando teremos de escolher entre ser formiga ou ser cigarra?
Antigamente, eu entendia a palavra respons�vel apenas como aplic�vel �quela pessoa que cumpria fielmente as suas obriga��es. Hoje, eu a defino como aquela pessoa que responde tanto �s suas obriga��es quanto �s suas necessidades. H� uma passagem no evangelho que contrasta com a moralidade laborativa de La Fontaine.
De certa vez, estando Jesus visitando as duas irm�s Marta e Maria, foi interpelado por Marta, que se queixava de trabalhar muito nos afazeres dom�sticos, ao passo que Maria se dedicava apenas a escutar o Mestre. A resposta de Jesus foi clara: “Marta, voc� anda muito preocupada com muitas coisas. Maria escolheu a melhor parte e esta nunca lhe ser� tomada”. Por mais dif�cil que seja, temos de sintetizar Marta e Maria, a formiga e a cigarra, em nossas vidas.
De certa vez, estando Jesus visitando as duas irm�s Marta e Maria, foi interpelado por Marta, que se queixava de trabalhar muito nos afazeres dom�sticos, ao passo que Maria se dedicava apenas a escutar o Mestre. A resposta de Jesus foi clara: “Marta, voc� anda muito preocupada com muitas coisas. Maria escolheu a melhor parte e esta nunca lhe ser� tomada”. Por mais dif�cil que seja, temos de sintetizar Marta e Maria, a formiga e a cigarra, em nossas vidas.
A rela��o conjugal se comp�e de tr�s espa�os fundamentais. O espa�o do marido enquanto indiv�duo e, portanto, com direito �s pr�prias escolhas e a um tempo pessoal que ele vai estruturar da maneira que melhor lhe aprouver.
O espa�o da esposa, que, semelhantemente ao marido, tamb�m deve usufruir da pr�pria autonomia, nela incluindo um tempo pessoal com atividades de livre escolha. Um terceiro espa�o que constitui propriamente o casamento, onde os dois, constantemente, vivem a rela��o.
O espa�o da esposa, que, semelhantemente ao marido, tamb�m deve usufruir da pr�pria autonomia, nela incluindo um tempo pessoal com atividades de livre escolha. Um terceiro espa�o que constitui propriamente o casamento, onde os dois, constantemente, vivem a rela��o.
Esse espa�o, se falta, enfraquece o la�o amoroso conjugal e torna rotineira a rela��o. Enganam-se aqueles que acham que pelo fato de estar casados n�o precisam de um tempo pr�prio do casal. Esse espa�o deve prioritariamente ser preenchido pela brincadeira: passeios, lazer, conversas descontra�das, sexo etc.
Mesmo tendo filhos, o casal n�o pode abrir m�o de um espa�o temporal s� deles. Se o objetivo do casamento � a administra��o da alegria do casal, n�o tem sentido estruturar o tempo apenas em torno das obriga��es, dos problemas e das preocupa��es.
Mesmo tendo filhos, o casal n�o pode abrir m�o de um espa�o temporal s� deles. Se o objetivo do casamento � a administra��o da alegria do casal, n�o tem sentido estruturar o tempo apenas em torno das obriga��es, dos problemas e das preocupa��es.
Mais que de obriga��es, o casamento se consolida e � prazeroso a partir das devo��es. Muita ansiedade, muitas brigas, muito estresse presente na rela��o conjugal v�m pelo fato de que, uma vez casados, os amantes perdem a capacidade de se divertir como faziam quando namorados.
� na brincadeira que vamos buscar energia, prazer e �nimo para dar conta tamb�m do trabalho e das tarefas que tanto nos assoberbam no dia a dia.