(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas COLUNA

A nova fam�lia: o que mudou

N�o h� pois que se discutir ou duvidar de que a adapta��o ao real seja a sa�da para todos estes conflitos globais que acometem as pessoas e suas fam�lias


25/07/2021 04:00 - atualizado 22/07/2021 10:27



“A fam�lia tem mudado muito. Fale dessa nova fam�lia, vejo 
muita coisa errada”

Rose, de Betim

Muito se fala da fam�lia e quase sempre com pessimismo. A fam�lia mudou? Sim e muito. Para melhor ou pior? Eu diria, para uma nova forma.

Havemos e devemos nos render �s mudan�as, ficar preso no como deveria ser como era antigamente ou na minha �poca n�o traz solu��o alguma. E quem disse que antes era o correto? A cada resist�ncia �s mudan�as mais doentes tornamos nossa fam�lia e n�s mesmos. E quem disse que a tal invers�o de valores est� errada? Novos valores, novas posturas, novos costumes!
 
J� n�o seria a hora de pararmos de reclamar e aproveitar para mudar e enriquecer um pouco com os jovens naquilo de novo que eles nos trazem?

Tenho percebido que o medo da mudan�a � que nos faz abrirmos exce��es constantes em busca da perman�ncia do velho em detrimento do novo. A sedu��o dos pais na conquista dos filhos evitando as frustra��es e buscando o amor dos mesmos a qualquer pre�o, lutando contra o real, penso eu, � que tem acarretado tantos conflitos.

A nova fam�lia � a da conduta do companheirismo, da participa��o, da escuta, o pai maior e dono da verdade j� caiu em desuso. As posturas pedag�gicas j� envelheceram, as escolas massificantes deram errado, j� � hora de a pedagogia do empreendedorismo, da busca pelo potencial, pelo aproveitamento da capacidade individual. Com realidade digital n�o podemos esquecer o caminho do g�nio Steve Jobs! Ap�s esse exemplo, temos que nos perguntar: O que quer o ser humano? Para onde caminha sua fam�lia e seus valores?.

Segundo Jorge Forbes, "nesse movimento, a fam�lia ganha novo status. Em vez de ser o lugar onde se ganham coisas – semanadas, carros, presentes os mais diversos–, o que se ganha mesmo, a maior heran�a, � a castra��o, um dos nomes do real”. Em algum lugar, Lacan chegou a dizer que n�o adianta ningu�m trocar de fam�lia, especialmente de pais, imaginando que ter� seus problemas resolvidos. Eles reapareceriam iguaizinhos se isso fosse poss�vel.

Fam�lia � daquilo que todo mundo se queixa – boa defini��o – e se o fazemos � porque ela n�o oferece o que dela, especialmente dela, gostar�amos de receber: o nome do desejo. Isso fica mais evidente em um mundo despadronizado. Insisto, seja ela como for constitu�da: por cama, ou proveta; h�tero ou homossexual; parceira ou monoparental, fam�lia � a institui��o humana que tem a capacidade de fazer com que nos confrontemos ao real da nossa condi��o: a falta de uma palavra j� pronta, pr�t-�-porter, que nomeie o desejo de cada um.

Se um dia a psican�lise promoveu o di�logo compreensivo e humanizador, as mudan�as dos tempos nos exigem um esfor�o a mais no sentido de uma renova��o. Pai � quem tem um sentimento sagrado por um filho. Sagrado vem de sacrif�cio. Pai � quem tem um amor radical – sem explica��o – e que pode morrer por um filho.

� esse ponto de amor radical que � detectado pelo filho e sobre o qual ele se apoia na inven��o singular de sua vida. Um filho sabe que ali ele conta, que dali ele pode contar sua vida, dar-se � exist�ncia. N�o nos surpreendamos que pais e filhos possam trabalhar melhor juntos agora que no passado. Fora do eixo imagin�rio da domina��o, pais e filhos convivem bem como nunca nesse amor radical que possibilita express�es distintas, diversas e divertidas, com a marca de uma mesma fam�lia. N�o faltam exemplos: Coppolas, Ver�ssimos, Holandas, Douglas, Cravos e, seguramente, muitos mais.

N�o h� pois que se discutir ou duvidar de que a adapta��o ao real seja a sa�da para todos estes conflitos globais que acometem as pessoas e suas fam�lias. Trocar a cr�tica pela busca do conhecimento, pela pergunta e pela compreens�o e afeto. 

Abandonar o discurso arcaico de que o mundo est� perdido � uma nova maneira de se situar e se inserir neste real de mudan�as t�o dolorosas para muitos, pois s� assim nos tornaremos capazes de ocupar um lugar que faz a diferen�a.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)