
Num caf� da manh� com jornalistas realizado na �ltima ter�a-feira (13/04) em Bras�lia, o ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, disse que mais de 1,5 milh�o de brasileiros n�o voltaram aos postos de sa�de para receber a segunda dose da vacina contra a covid-19.
De acordo com o Minist�rio da Sa�de, S�o Paulo � o estado com o pior �ndice, com mais de 343 mil atrasados. Na sequ�ncia, aparecem Bahia (148 mil) e Rio de Janeiro (143 mil).
Queiroga disse que pretende refor�ar as campanhas para que todos completem o esquema vacinal. Para isso, vai contar com o apoio do Conselho Nacional de Secret�rios da Sa�de (Conass).
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A informa��o do ministro foi complementada pela coordenadora do Programa Nacional de Imuniza��es (PNI), Francieli Fantinato.
A especialista pediu que todos aqueles que tomaram a primeira dose e j� esperaram o intervalo m�nimo necess�rio retornem at� o local de vacina��o mais pr�ximo para completar o esquema preconizado.
Esse intervalo, vale refor�ar, varia de acordo com o imunizante aplicado. No caso da CoronaVac, da Sinovac e Instituto Butantan, o tempo entre a primeira e a segunda dose � de 14 a 28 dias.J� na AZD1222, de AstraZeneca, Universidade de Oxford e Funda��o Oswaldo Cruz, o per�odo de espera � de 3 meses.
Mas quais s�o os riscos que esses 1,5 milh�o de brasileiros est�o correndo ao n�o tomarem a segunda dose?
Resguardo duvidosoLeia tamb�m: Minist�rio da Sa�de prepara busca pelos que 'pularam' segunda dose da vacina contra COVID-19
A maioria das vacinas contra a covid-19 testadas e j� aprovadas necessitam de duas doses para conferir uma taxa de prote��o aceit�vel.
Isso vale para os produtos desenvolvidos por Pfizer, Moderna, Instituto Gamaleya e os dois que s�o usados atualmente na campanha brasileira: a CoronaVac e a AZD1222, como explicado nos par�grafos anteriores.
Por ora, a �nica exce��o da lista � o imunizante de Johnson e Johnson, que j� fornece uma boa resposta com a aplica��o de apenas uma dose.

Esses esquemas vacinais foram avaliados e definidos nos estudos cl�nicos das vacinas, que envolveram dezenas de milhares de volunt�rios e serviram para determinar a seguran�a e a efic�cia das candidatas.
Portanto, se algu�m tomar apenas a primeira dose de CoronaVac ou AZD1222 e se esquecer da segunda, n�o estar� devidamente protegido.
"Os dados que temos mostram que a pessoa fica resguardada com duas doses. Se ela toma s� uma, n�o completou o esquema e n�o est� vacinada adequadamente", explica a m�dica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imuniza��es.
Por mais que a primeira dose j� d� um pouco de prote��o, essa taxa n�o est� dentro dos par�metros estabelecidos pelos especialistas e pelas institui��es que definem as regras do setor, como a Organiza��o Mundial da Sa�de, o Minist�rio da Sa�de e a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria.
Outro ponto perigoso: ao receber a primeira dose (e n�o retornar para completar o esquema vacinal), o indiv�duo corre o risco de ficar com uma falsa sensa��o de seguran�a.
Ele pode at� achar, de forma absolutamente equivocada, que j� est� imune ao coronav�rus e seguir a vida normalmente, sem os cuidados b�sicos contra a covid-19.
As recomenda��es, por�m, continuam as mesmas para quem recebeu duas, uma ou nenhuma dose de vacina: todos precisam manter distanciamento f�sico, usar m�scaras, lavar as m�os e cuidar da circula��o de ar nos ambientes.
Come�ar de novo?
Ainda n�o se sabe ao certo como fica a situa��o de quem n�o completou as duas doses: esses indiv�duos precisam recome�ar o esquema vacinal do zero ou podem tomar a segunda a qualquer momento?
Isso vai depender do tempo de atraso, especulam os especialistas.
"Se o prazo para receber a segunda dose passou demais, pode ser necess�rio recome�ar o regime vacinal, pois todos os dados de efic�cia que temos s�o baseados num protocolo. Se fugirmos disso, n�o temos como garantir a imuniza��o", diz a imunologista Cristina Bonorino, professora titular da Universidade Federal de Ci�ncias da Sa�de de Porto Alegre.

Num cen�rio de escassez de vacinas, isso pode comprometer ainda mais nossos estoques e deixar na m�o um monte de gente que ainda precisa se imunizar.
Em todo caso, vale seguir a recomenda��o do Minist�rio da Sa�de e visitar o posto de vacina��o mais pr�ximo de sua casa o quanto antes para completar a prote��o contra a covid-19.
"As pessoas n�o devem atrasar, mas, se porventura tiverem algum imprevisto, � importante receber a segunda dose assim que poss�vel para obter uma boa resposta imune", refor�a Ballalai.
Bonorino, que tamb�m integra a Sociedade Brasileira de Imunologia, acredita que o governo deveria investir em campanhas de comunica��o para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de seguir direitinho os protocolos de imuniza��o do pa�s.
"Precisamos dessas informa��es sendo veiculadas na televis�o, nas redes sociais e em todos os meios, para que a popula��o n�o se esque�a de tomar a segunda dose da vacina nas datas indicadas", destaca.
E � importante lembrar que a primeira e a segunda dose devem ser do mesmo fabricante, sem nunca misturar os produtos: tem que come�ar e terminar com a CoronaVac ou com a AZD1222.
De acordo com as �ltimas informa��es do Minist�rio da Sa�de, at� o momento o Brasil vacinou um total de 27 milh�es de pessoas contra a covid-19.
O n�mero corresponde a pouco mais de 12% da popula��o do pa�s.
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