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Estado de Minas PANDEMIA

COVID: por que ventilar ambientes � mais importante do que limpar compras

A chance de o contato com uma superf�cie contaminada levar a uma infec��o � de 1 em 10 mil, segundo artigo do CDC, dos Estados Unidos. Especialistas v�m destacando desde o ano passado a necessidade maior foco nas condi��es de ventila��o dos ambientes.


13/04/2021 09:29 - atualizado 13/04/2021 10:20


(foto: Getty Images)
(foto: Getty Images)

A chance de o contato de uma pessoa com uma superf�cie contaminada pelo coronav�rus resultar em uma infec��o � menor que 1 em 10 mil, segundo o Centro de Controle e Preven��o de Doen�as (CDC, na sigla em ingl�s), ag�ncia de sa�de p�blica dos Estados Unidos.

O �rg�o atualizou neste m�s (05/04) as informa��es sobre transmiss�o do coronav�rus por superf�cies e reconheceu que o risco � baixo — uma constata��o que alguns pesquisadores v�m apontando desde o ano passado.

"� poss�vel que as pessoas sejam infectadas pelo contato com superf�cies ou objetos contaminados, mas o risco � geralmente considerado baixo."

Segundo o CDC, o risco relativo de transmiss�o do SARS-CoV-2 por superf�cie "� considerado baixo em compara��o com contato direto, transmiss�o por got�culas ou transmiss�o a�rea".

O risco de cont�gio pelo ar varia muito, dependendo de fatores como quantidade de pessoas, ventila��o, tempo de exposi��o e uso de m�scaras adequadas. Veja os graus de risco de cont�gio em atividades cotidianas, segundo a Associa��o M�dica do Texas (TMA, na sigla em ingl�s).

A atualiza��o da ag�ncia dos EUA � o mais recente epis�dio do debate sobre o grau de import�ncia dado � higieniza��o de superf�cies durante a pandemia, em compara��o a outras medidas preventivas.

Em 2020, ao mesmo tempo em que o coronav�rus come�ou a se espalhar, o h�bito de lavar todas as embalagens logo depois de fazer as compras no mercado se popularizou. A orienta��o de limpeza dos produtos reflete a tentativa de evitar a contamina��o quando algu�m toca uma �rea ou objeto contaminados e depois leva a m�o ao rosto.

No entanto, conforme os cientistas foram conhecendo melhor o comportamento do v�rus, muitos especialistas come�aram, ainda em meados de 2020, a alertar sobre o que consideravam um foco exagerado na transmiss�o por superf�cie contaminada, enquanto os cuidados com transmiss�o pelo ar ficavam em segundo plano.

A epidemiologista Ad�lia Mar�al dos Santos, especialista na din�mica de transmiss�o de doen�as infecciosas e professora de Medicina da Universidade Municipal de S�o Caetano do Sul, diz que "uma coisa que dificultou muito a conten��o da doen�a no mundo inteiro foi a dificuldade de admitir a transmiss�o a�rea do v�rus".


(foto: BBC)
(foto: BBC)

Foi em julho de 2020 que a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) reconheceu que havia evid�ncias de que o coronav�rus podia se espalhar por min�sculas part�culas suspensas no ar e que a transmiss�o a�rea n�o podia ser descartada em ambientes lotados, fechados ou mal ventilados.

O CDC atualizou em outubro de 2020 suas diretrizes sobre os tipos de transmiss�o do coronav�rus e passou a incluir os aeross�is, considerando que a transmiss�o pode ocorrer pelo ar. Esse entendimento � importante, segundo os especialistas, exatamente para destacar a import�ncia de evitar locais com ventila��o ruim ou com muitas pessoas aglomeradas.

No Brasil, a p�gina do Minist�rio da Sa�de atualizada em abril de 2021 menciona, sem entrar em muitos detalhes, que o coronav�rus "� transmitido principalmente por tr�s modos: contato, got�culas ou por aerossol".

'Teatro da higiene'

A express�o teatro da higiene (usada primeiro em ingl�s: hygiene theater) virou o s�mbolo das situa��es em que medidas insuficientes ou ineficazes d�o uma falsa sensa��o de seguran�a em rela��o ao combate ao coronav�rus.

O termo foi usado em um artigo do jornalista Derek Thompson, na revista The Atlantic, em julho de 2020, no qual o autor argumenta que "o teatro de higiene pode retirar recursos limitados de objetivos mais importantes". A mat�ria descreve a��es como a simples limpeza de card�pios em restaurantes e a desinfec��o de assentos e paredes no metr� de Nova York.

Imagine um estabelecimento com funcion�rios fazendo a desinfec��o de superf�cies com alguma frequ�ncia, mas sem medida alguma para garantir uma boa ventila��o do local ou para exigir o uso de m�scaras apropriadas. Essa � a descri��o de uma situa��o que poderia dar a falsa sensa��o de seguran�a, segundo o engenheiro biom�dico Vitor Mori, membro do grupo de pesquisadores Observat�rio Covid-19 BR.

"O teatro da higiene � o ato de desinfetar tudo o tempo todo. Porque � algo mais concreto, visual... Vemos que algo est� sendo feito e isso nos d� uma falsa sensa��o de conforto e de seguran�a", diz Mori.


O termo 'teatro da higiene' virou o símbolo das situações em que medidas insuficientes ou ineficazes dão uma falsa sensação de segurança em relação ao combate ao coronavírus(foto: Getty Images)
O termo 'teatro da higiene' virou o s�mbolo das situa��es em que medidas insuficientes ou ineficazes d�o uma falsa sensa��o de seguran�a em rela��o ao combate ao coronav�rus (foto: Getty Images)

O que ele recomenda, no entanto (depois da dica n�mero um, que � "fique em casa o m�ximo que conseguir"), � que as pessoas prestem mais aten��o em medidas como: priorizar ambientes ao ar livre (ou com a maior ventila��o poss�vel), fazer distanciamento f�sico e usar boas m�scaras, bem ajustadas ao rosto.

Se por um lado Santos diz que pode haver menos preocupa��o com cartas, jornais e outras superf�cies, ela refor�a que a recomenda��o de lavar as m�os continua valendo, � claro — n�o s� devido � covid-19, mas para evitar outras infec��es.

"A higieniza��o das m�os e de produtos que ser�o tocados durante preparo e ingest�o de alimentos deve ser mantida. Isso o protege da covid e de diversas doen�as infecciosas. Mas n�o � suficiente para impedir a transmiss�o da covid", diz.

A m�dica aponta que o investimento em melhoria da ventila��o de estabelecimentos geralmente � alto e diz que "ningu�m quer falar sobre isso".

"Trabalhadores est�o convivendo em espa�os que nunca cuidaram da seguran�a respirat�ria. A adapta��o � cara — a n�o ser que tenhamos inova��es, o que � poss�vel — e poucas empresas ter�o condi��es (de fazer o investimento) ap�s o impacto da pr�pria pandemia", diz.


Pesquisadores apontam que as máscaras N95, PFF2 (foto) ou equivalente oferecem um grau maior de proteção e devem ser priorizadas em situações de maior risco(foto: Getty Images)
Pesquisadores apontam que as m�scaras N95, PFF2 (foto) ou equivalente oferecem um grau maior de prote��o e devem ser priorizadas em situa��es de maior risco (foto: Getty Images)

A OMS divulgou neste ano um documento com indica��o de estrat�gias para melhorar a ventila��o de ambientes internos e reduzir riscos de transmiss�o do coronav�rus. O arquivo (em ingl�s) traz recomenda��es t�cnicas relativas � ventila��o mec�nica e natural e aponta que algumas recomenda��es devem ser avaliadas em consulta com profissionais da �rea de aquecimento, ventila��o e ar condicionado (HVAC, na sigla em ingl�s).

Ao divulgar esse roteiro t�cnico, a OMS refor�ou que a chance de contrair covid-19 � maior em ambientes cheios e espa�os sem ventila��o adequada onde as pessoas passam longos per�odos de tempo pr�ximas umas das outras.

"Esses ambientes s�o onde o v�rus parece se espalhar por got�culas respirat�rias ou aeross�is de forma mais eficiente, por isso, tomar precau��es � ainda mais importante."


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O que � um lockdown?

Saiba como funciona essa medida extrema, as diferen�as entre quarentena, distanciamento social e lockdown, e porque as medidas de restri��o de circula��o de pessoas adotadas no Brasil n�o podem ser chamadas de lockdown.


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo brit�nico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). No pa�s ela � produzida pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmac�utica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a libera��o de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidi�ria da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do �nico no mercado que garante a prote��o em uma s� dose, o que pode acelerar a imuniza��o. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Minist�rio da Sa�de em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autoriza��o para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacina��o'?

Os chamados passaportes de vacina��o contra COVID-19 j� est�o em funcionamento em algumas regi�es do mundo e em estudo em v�rios pa�ses. Sistema de controel tem como objetivo garantir tr�nsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacina��o imp�em desafios �ticos e cient�ficos.


Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus.

 

 

Entenda as regras de prote��o contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.


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