
“Tenho tido uma constante sensa��o de impot�ncia diante dos problemas. Sou casado, tenho duas filhas maravilhosas, mas me sinto pressionado pelo excesso de trabalho, por problemas financeiros, pelas cobran�as de todos os lados. Uma frustra��o diante da vida.”
F�bio, de Sete Lagoas
Durante nossa exist�ncia, fomos, somos e seremos surpreendidos com um mundo que acontece diferente do que n�s gostar�amos. A todo instante nos deparamos com dificuldades e desapontamos. E, em geral, n�o t�o pequenos.
Vez por outra, nos deparamos com a perda de algu�m que amamos, com o fracasso no vestibular, com alguma derrota profissional, com o desemprego, com uma trai��o, com alguma doen�a grave etc. Tudo isso nos causa irrita��o, tristeza e nos sentimos impotentes. � a sensa��o de frustra��o diante das perdas ou da amea�a de perder.
Se olharmos para a nossa vida e das outras pessoas, veremos que o fen�meno mais constante � exatamente a perda e a frustra��o decorrente dela. Desde a perda do �tero materno, dos seios da m�e, do conforto do lar ao ir para a escola, das decep��es amorosas na adolesc�ncia, dos problemas profissionais, financeiros ou de sa�de.
Se olharmos para a nossa vida e das outras pessoas, veremos que o fen�meno mais constante � exatamente a perda e a frustra��o decorrente dela. Desde a perda do �tero materno, dos seios da m�e, do conforto do lar ao ir para a escola, das decep��es amorosas na adolesc�ncia, dos problemas profissionais, financeiros ou de sa�de.
O problema portanto n�o � a frustra��o. � como nos colocamos diante dela. Algumas pessoas reagem melhor que outras �s frustra��es da vida. Enquanto umas toleram graves situa��es, apesar da tristeza, e partem para novas conquistas, outras, � menor dificuldade, se recolhem e ficam prostradas. H� algumas coisas em comum para as pessoas desse segundo tipo.
Primeiro, a facilidade para levar a s�rio as pr�prias fantasias. � a luta entre a realidade e os “deverias” torturadores da nossa cabe�a. Se eu era uma esposa t�o boa e dedicada, n�o “deveria” ter sido abandonada. Se eu estudei tanto, “n�o deveria” ter perdido o vestibular. Se eu... n�o deveria... Ocorre que o mundo nem sempre acontece de acordo com os nossos desejos.
Por isso, podemos desejar tudo o que quisermos, mas n�o podemos levar t�o a s�rio os nossos desejos. Aprender a ver e lidar com as situa��es reais e gastar menos energia em lamentar as coisas, enfatizando como deveriam ser.
Por isso, podemos desejar tudo o que quisermos, mas n�o podemos levar t�o a s�rio os nossos desejos. Aprender a ver e lidar com as situa��es reais e gastar menos energia em lamentar as coisas, enfatizando como deveriam ser.
Segundo, a sensa��o de injusti�a que acompanha as pessoas quando se frustram. Essa sensa��o de injusti�a � fruto de nossa vaidade, de nos levarmos a s�rio demais, de n�s nos atribuirmos uma import�ncia que na verdade n�o temos, diante da vida e do Universo.
Do alto de nossa onipot�ncia, estamos sempre achando que o mundo existe para nos satisfazer e que nunca podemos ser contrariados. A falta de limites na inf�ncia nos prepara para a dificuldade de adapta��o ao imprevisto, �s contrariedades, �s perdas.
Do alto de nossa onipot�ncia, estamos sempre achando que o mundo existe para nos satisfazer e que nunca podemos ser contrariados. A falta de limites na inf�ncia nos prepara para a dificuldade de adapta��o ao imprevisto, �s contrariedades, �s perdas.
Nos momentos de frustra��o � muito comum, al�m da raiva, �s vezes descontrolada, a pessoa se perguntar: “Por que comigo?” Se entendermos que a vida n�o privilegia ningu�m; se contemplarmos a semelhan�a humana na imperfei��o e nas perdas durante a vida, a verdadeira pergunta diante dos obst�culos seria mais humilde: “Por que n�o comigo?”
Em terceiro lugar, o sentimento de culpa, sempre presente na frustra��o. O que mais d�i nesse momento � o desconforto interno por nos sentirmos culpados pelo que ocorreu ou est� ocorrendo. Ningu�m tem dom�nio total sobre a realidade.
Muitos acontecimentos que ocorrem n�o dependem de nossa compet�ncia ou habilidade. Aceitar a nossa impot�ncia diante de determinados fatos � melhor que nos acusarmos por eles.
Muitos acontecimentos que ocorrem n�o dependem de nossa compet�ncia ou habilidade. Aceitar a nossa impot�ncia diante de determinados fatos � melhor que nos acusarmos por eles.
A terr�vel frase: “Querer � poder” � respons�vel por grandes sensa��es de fracasso. Da� a outra frase comum nesses momentos: “Se eu soubesse...” Se eu soubesse com anteced�ncia o que iria acontecer, eu seria...Deus.
Quando n�o alargarmos o nosso limiar de frustra��o e a enfrentamos de maneira construtiva ela pode se transformar em depress�o. Como fazer isso?
Quando n�o alargarmos o nosso limiar de frustra��o e a enfrentamos de maneira construtiva ela pode se transformar em depress�o. Como fazer isso?
Perdoar-se pela imperfei��o e a do mundo.
Saber que, em geral, as coisas e as pessoas s�o o que s�o e n�o o que “eu” gostaria que fossem.
N�o dramatizar excessivamente, exagerando os problemas. Tudo passa.
N�o se apegar � postura de v�tima, de injusti�ado, de pobre coitado.
N�o cultivar uma vis�o amarga da vida, s� vendo o lado negativo.
N�o levar nada muito a s�rio.
Nem a vida, nem voc�!



















