
“Estou passando por um momento muito dif�cil na minha vida. Sei que estou acomodado em muitos aspectos e tenho medo de arriscar. Tenho uma oportunidade de ir para o exterior, mas algo me prende: a indecis�o. Ajude-me!”
Norberto, de Juiz de Fora
A vida em si mesma, pela sua pr�pria natureza, � arriscada. Viver, como dizia Guimar�es Rosa, � muito perigoso. A vida � como um navio, que paralisado no cais apresenta mais perigo que em alto-mar. Parado no porto, seu casco se enferruja e apodrece.
� da natureza do barco navegar. � da natureza do homem a a��o. O maior risco n�s j� corremos: termos nascido. Agora � nadar. A acomoda��o, o des�nimo, a pregui�a � medo do fracasso, da perda. Perdemos para n�o perdermos. Esse � o paradoxo dos que desistem sem tentarem.
� da natureza do barco navegar. � da natureza do homem a a��o. O maior risco n�s j� corremos: termos nascido. Agora � nadar. A acomoda��o, o des�nimo, a pregui�a � medo do fracasso, da perda. Perdemos para n�o perdermos. Esse � o paradoxo dos que desistem sem tentarem.
H� uma par�bola Zen que ilustra bem o caso do Norberto: Um grande Mestre e seu disc�pulo passeavam por uma regi�o distante quando avistaram um s�tio bem pobre.
Foram at� ele � procura de um pouco de �gua que aplacasse sua sede. Ao chegarem ao s�tio constataram a pobreza da fam�lia que morava ali. Um casal e quatro filhos, malvestidos, sujos e o casebre mal se mantinha em p�.
Ao se aproximar o Mestre perguntou ao Pai daquela fam�lia:
– Essa regi�o � extremamente pobre e vejo que voc�s passam necessidade. De que voc�s sobrevivem?
O senhor respondeu: – N�s temos uma vaquinha que nos d� v�rios litros de leite por dia. N�s vendemos parte do leite ou trocamos no povoado por comida e a outra parte produzimos coalhada. Nunca tivemos muita sorte. Poucas pessoas v�m aqui nos ajudar. H� anos que vivemos com nossa vaquinha. N�o sei o que ser� de n�s quando ela envelhecer. Estaremos tamb�m sem for�as.
O s�bio, ap�s beber a �gua que lhe fora dada, despediu-se da fam�lia e foi embora com seu disc�pulo. No meio do caminho voltou-se para o seu disc�pulo e lhe ordenou: – Disc�pulo, volte ao s�tio, pegue a vaquinha daquela fam�lia e jogue-a naquele precip�cio.
O disc�pulo mal podia acreditar no que estava ouvindo. Tentou questionar o Mestre sobre o fato de a vaquinha ser o �nico meio de sobreviv�ncia daquela fam�lia. O Mestre n�o respondeu e o disc�pulo cumpriu o desejo de Mestre. Apanhou a vaquinha sem deixar que eles percebessem e muito a contragosto, atirou-a pelo precip�cio abaixo e a viu morrer.
O disc�pulo mal podia acreditar no que estava ouvindo. Tentou questionar o Mestre sobre o fato de a vaquinha ser o �nico meio de sobreviv�ncia daquela fam�lia. O Mestre n�o respondeu e o disc�pulo cumpriu o desejo de Mestre. Apanhou a vaquinha sem deixar que eles percebessem e muito a contragosto, atirou-a pelo precip�cio abaixo e a viu morrer.
Durante muitos anos a culpa corroeu o cora��o daquele disc�pulo que tinha d�vidas se deveria ter obedecido a seu Mestre. Teria seu Mestre enlouquecido ou atr�s daquela apar�ncia bondosa e calma, havia uma pessoa cruel?
Um dia o disc�pulo abandonou o Mestre e para apaziguar seu remorso voltou aquele s�tio decidido a contar tudo aquela fam�lia, pedir-lhes perd�o e ajud�-los de alguma forma.
Um dia o disc�pulo abandonou o Mestre e para apaziguar seu remorso voltou aquele s�tio decidido a contar tudo aquela fam�lia, pedir-lhes perd�o e ajud�-los de alguma forma.
Quando se aproximou do local viu que tudo ali havia mudado. Avistou um s�tio muito bonito com �rvores floridas e com outras frut�feras. Limpo, cercado, com in�meras planta��es, um caminh�o na garagem e v�rias pessoas trabalhando.
De cara, ele entendeu: Aquela fam�lia humilde teve de vender o s�tio ap�s a morte da vaquinha para sobreviver, e Deus sabe como e onde eles deveriam estar. Ao se aproximar, ele foi recebido por um empregado a quem perguntou pela fam�lia que ali morava h� alguns anos.
De cara, ele entendeu: Aquela fam�lia humilde teve de vender o s�tio ap�s a morte da vaquinha para sobreviver, e Deus sabe como e onde eles deveriam estar. Ao se aproximar, ele foi recebido por um empregado a quem perguntou pela fam�lia que ali morava h� alguns anos.
O empregado respondeu: – Eles continuam morando aqui. Nunca sa�ram daqui. Espantado, ele entrou na casa que agora era ampla, bem cuidada e s�lida. Notou que a fam�lia era a mesma que ele conhecera com o mestre.
Ap�s fazer in�meros elogios, perguntou ao chefe da fam�lia: – Como o senhor conseguiu melhorar tanto a sua vida e da sua fam�lia, desenvolver tanto este s�tio?
Ap�s fazer in�meros elogios, perguntou ao chefe da fam�lia: – Como o senhor conseguiu melhorar tanto a sua vida e da sua fam�lia, desenvolver tanto este s�tio?
O senhor respondeu cheio de entusiasmo: N�s t�nhamos uma vaquinha e �ramos muito apegados a ela. Ela era nossa fonte de sustenta��o e era tamb�m a nossa fonte de acomoda��o. T�nhamos medo de perd�-la e nosso esfor�o era todo para mant�-la. Um dia n�s a encontramos morta no precip�cio. Depois de muito desespero e tristeza, tivemos que desenvolver in�meras outras coisas, nossas habilidades e nossa energia foram colocadas em outras formas de ganhar a vida que nem sab�amos existir.
Tivemos sucesso e nossa vida melhorou muito. O disc�pulo voltou ao Mestre e pediu perd�o por duvidar dele. Descobrir a pr�pria vaquinha e atir�-la no precip�cio � a condi��o fundamental para nossa felicidade � prosperidade.