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Estado de Minas ANT�NIO ROBERTO

Meus amigos e minha esposa

Como a amizade � algo sagrado, os crit�rios de escolha t�m de ser claros para todos n�s e nem todas as pessoas podem ser nossas amigas'


24/10/2021 04:00 - atualizado 24/10/2021 08:40

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“Sou casado, h� pouco tempo e minha mulher implica com os meus amigos, sempre os criticando. Gostaria que ela fosse amiga deles.
O que fazer?”


Roberth, de Manhua�u

Quando solteira, cada pessoa desenvolve as suas amizades. � na- tural que, ao se casar, cada parceiro queira aproximar e unir seus amigos ao outro parceiro. Acontece que s�o amigos, � semelhan�a das fam�lias do casal, que n�o foram escolhidos. A partir da�, o direito de que essa esco- lha seja exercida pelo casal, usando os crit�rios de cada um e decidindo quais deles os parceiros querem como amigos. 

N�o pode haver obrigatoriedade de que todos os amigos de um sejam amigos do outro. Dentro disso, cada parceiro continuar� com seus amigos e o casal ter� alguns amigos em comum. Os que forem comuns partilhar�o da vida do casal, ser�o recebidos pelos dois, ter�o programas em conjunto. Os amigos individuais  ser�o cultivados apenas por cada um dos parceiros. 
 
O marido n�o pode evidentemente obrigar a mulher a suportar o seu “melhor amigo” se esse n�o foi escolhido por ela, e vice-versa. A obrigatoriedade cria resist�ncia e disputa. A compreens�o dessa autonomia de cada um � dif�cil porque aprendemos que � prova de amor a pessoa gostar de quem n�s gostamos. Isso se aplica tamb�m, e cada vez mais, aos filhos e parentes de cada um. 

Hoje, com o aumento de recasamentos, existem os filhos do casal e existem os filhos de cada um. A vis�o idealizada de uma harmonia obrigat�ria entre todos os membros da fam�lia de cada parceiro tem levado muita desaven�a para a rela��o conjugal. “Se voc� me amasse, voc� gostaria de todos os meus parentes...”. Respeito e cordialidade todas as pessoas merecem, mas ser amigo � dife- rente. Como a amizade � algo sagrado, os crit�rios de escolha t�m de ser claros para todos n�s e nem todas as pessoas podem ser nossas amigas.

Como j� citei em outros artigos, tr�s crit�rios s�o fundamentais para escolher um amigo. Primeiro, ficar alegre com nossa alegria. Pessoas invejosas, cr�ticas, destrutivas n�o nos ajudar�o na nossa sanidade e dignidade. Segundo, aceitar o meu n�o. Amigos controladores, que querem me submeter sempre � sua vontade, n�o aceitando a minha autonomia atrapalhar�o meu equil�brio emocional. Terceiro, me ajudar a conviver com minhas fraquezas, em vez de estar o tempo todo me criticando.

Amigos que se arvoram em ser meus educadores, terapeutas e guias espirituais acabam, atrav�s da cr�tica, por minar minha autoestima, dificultando a minha aceita��o como pessoa humana, o que � essencial para eu ser feliz. O casal precisa de amigos. � essencial porque expande o mundo conjugal, � fonte de alegria e divertimento, contribuindo para um maior equil�brio emocional. A presen�a dos amigos n�o pode, por outro lado, ser t�o constante e invasiva que prive o casal da sua pr�pria intimidade. Conhe�o casais que s�o incapazes de estar sozinhos em umas f�rias, por exemplo. Tentam preen- cher o vazio da rela��o com a presen�a excessiva dos amigos. � sinal de inseguran�a.

Em outro extremo, por�m, o parceiro que tenta afastar todos os amigos do outro e do casal possivelmente est� sendo movido pelo ci�- me e pelo controle. � comum entre namorados a tentativa de afastar a pessoa amada dos seus amigos, sempre alegando, atrav�s das cr�ticas, que aquele amigo ou amiga n�o � uma pessoa boa, honesta etc.

Voc� n�o � obrigada a ser amiga dos amigos de seu marido ou namo- rado, mas voc� tem a obriga��o de respeitar a escolha feita por ele. Essa toler�ncia e abertura para com as pessoas sagradas para o outro � a ant�tese do autoritarismo de quem se julga no direito de determinar de quem o outro pode gostar.

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