Saiba identificar os sinais da crian�a autista ao sofrer bullying

Crian�as e adolescentes no espectro do autismo s�o algumas das principais v�timas do bullying, viol�ncia que pode vir tanto de forma f�sica quanto psicol�gica (atrav�s de palavras de amea�a e provoca��es). 

Segundo a terapeuta Bruna Manzolli, parceira da Genial Care, "isso � recorrente porque pessoas no espectro, ou neurodivergentes, apresentam comportamentos at�picos, ou seja, atitudes que n�o s�o esperadas de acordo com a sociedade t�pica, e por isso s�o julgadas".

Infelizmente, o bullying ainda � um comportamento agressivo que se faz presente, principalmente, no ambiente escolar, ou at� mesmo em pequenos grupos de amigos e atividades extracurriculares. 

Dados do IBGE mostram que mais de 40% dos estudantes adolescentes admitiram j� ter sofrido com a pr�tica de "bullying", de provoca��o e de intimida��o. Al�m disso, uma pesquisa canadense indicou que 77% das crian�as com autismo relataram ter sofrido bullying no ambiente escolar.

A Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimida��o sistem�tica, quando h� viol�ncia f�sica ou psicol�gica em atos de humilha��o ou discrimina��o. A classifica��o tamb�m inclui ataques f�sicos, insultos, amea�as, coment�rios e apelidos pejorativos, entre outros.

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O bullying pode causar danos graves � sa�de emocional e mental, resultando em baixa autoestima, ansiedade, depress�o, transtornos alimentares, ins�nia, entre outros problemas. 

"Infelizmente, muitas pessoas ainda t�m preconceito em rela��o ao autismo. Isso porque muitas vezes n�o compreendem ou n�o tem conhecimento acerca do TEA, e caem em pr�-conceitos que est�o enraizados h� anos. Crian�as e adolescentes diagnosticadas com transtornos do neurodesenvolvimento, como o autismo, vivenciam v�rios tipos de desafios na escola. Isso pode ser devido � dificuldade da comunica��o e tamb�m ao relacionamento com outras crian�as", ressalta Bruna Manzolli.

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Segundo a especialista, crian�as e adolescentes com outros tipos de transtornos do neurodesenvolvimento, como o Transtorno do D�ficit de Aten��o e Hiperatividade (TDAH), S�ndrome de Tourette e Defici�ncia Intelectual, tamb�m est�o mais propensas a serem v�timas do bullying; em comparativo com pessoas n�o neurodiversas.

� comum que algumas pessoas fiquem com medo de denunciar que est�o sofrendo bullying, ou que n�o consigam se comunicar a respeito da agress�o que est�o recebendo. Por este motivo, � muito importante observar poss�veis sinais. 

Alguns sinais de que algu�m pode estar sofrendo bullying incluem:

%u25CF Mudan�as no comportamento ou humor: por exemplo, quando de repente a pessoa que tende a entrar e sair da escola de forma tranquila come�a a demonstrar avers�o pelo ambiente, com choros e comportamentos n�o esperados para seu perfil, mudan�a na socializa��o com pessoas que se sente confort�vel, come�a a ter comportamentos evitativos, de fuga e se isola ou fica quieta, al�m do esperado.  isso pode ser um sinal de que algo est� errado. Tamb�m podem ocorrer mudan�as de humor, como irritabilidade, tristeza ou ansiedade;

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%u25CF Queda no desempenho escolar: o desempenho escolar cair repentinamente pode ser um sinal de que est� sofrendo bullying, pois sente muita distra��o ou incapacidade de se concentrar;

%u25CF Les�es f�sicas inexplic�veis: se algu�m apresentar ferimentos inexplic�veis, como hematomas, arranh�es ou cortes, isso pode ser um sinal de que ele est� sendo agredido;

%u25CF Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas: se algu�m de repente perder o interesse em atividades que antes adorava, pode ser um sinal de que ele est� se sentindo desmotivado ou triste;

%u25CF Altera��es no padr�o de sono ou alimenta��o: quando surgem problemas de sono ou apetite, isso reflete diretamente em comportamentos de ansiedade e depress�o, resultado de traumas gerados pelo bullying.

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"� importante dizer que esses sinais n�o garantem necessariamente que a crian�a ou adolescente com autismo esteja sofrendo bullying, mas podem indicar que algo n�o est� certo. Se os cuidadores suspeitarem de algo, � poss�vel buscar abertura para uma conversa e oferecer apoio. Por�m, para algumas pessoas com autismo que possuem dificuldades de socializa��o, nem sempre � poss�vel avan�ar para esse lado e outras estrat�gias precisam ser implementadas", pontua Bruna Manzolli.

Com o bullying geralmente acontece no ambiente escolar, � preciso cobrar um posicionamento da pr�pria unidade de ensino. Se mesmo com conversas e den�ncias a escola n�o est� tomando medidas adequadas para proteger a crian�a e o adolescente, voc� pode seguir os seguintes passos:

%u25CF Pe�a � escola que apresente um plano de a��o, com etapas espec�ficas e detalhadas das decis�es que a escola ir� tomar para resolver o problema e proteger a crian�a e o adolescente;

%u25CF Mantenha registros detalhados de todos os incidentes de bullying que voc� souber, incluindo a data, hora e local. Compartilhe essas informa��es com a escola para que eles possam entender a extens�o do problema;

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%u25CF Seja persistente: se voc� sentir que a escola n�o est� levando o problema a s�rio, continue a contatar a escola para que haja uma resolu��o. E-mails ou chamadas telef�nicas regulares s�o importantes para acompanhar o progresso e verificar se o plano de a��o est� sendo implementado;

%u25CF Se a escola n�o tomar medidas adequadas para resolver o problema, � poss�vel buscar ajuda externa, como um conselheiro escolar, um advogado ou uma organiza��o que lida com quest�es de bullying.