(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas RELACIONAMENTO EM CONSTRU��O

Conflitos na rela��o amorosa

O �xito de um casamento ou mesmo de qualquer rela��o est� na capacidade de di�logo, de diverg�ncias, de ouvir, de estabelecer converg�ncias


23/08/2020 07:50 - atualizado 23/08/2020 07:53

(foto: Shutterstock)
(foto: Shutterstock)

“Somos casados h� oito anos e temos duas filhas. Quando brigamos, o que tem sido cada vez mais frequente, n�s nos insultamos, nos ofendemos, nos magoamos muito. Nossas filhas est�o aprendendo isso e praticando. O clima na casa fica horr�vel.” - Danilo e Celeste, de Belo Horizonte

Na constru��o de um relacionamento mais duradouro, como o casamento, a exist�ncia de conflitos � natural e necess�ria. Afinal de contas, marido e mulher vieram de mundos diferentes, s�o pessoas aut�nomas com formas diversas de perceber a realidade e de atuar nela.

Agora, encarregados de formular em espa�o comum de conviv�ncia, ter�o de confrontar as diferen�as, negociar objetivos, formas comuns de agir com rela��o a filhos, sexo, dinheiro, trabalho etc. 

O �xito de um casamento ou mesmo de qualquer rela��o est� na capacidade de di�logo, de diverg�ncias, de ouvir, de estabelecer converg�ncias. Nesse caminho, as brigas para encontrar solu��es s�o boas.

Na briga boa, o foco � a rela��o: a distribui��o do poder, as formas familiares de decis�o, a manuten��o do espa�o individual, o contrato para a conviv�ncia. Apesar das diferen�as, eles est�o do mesmo lado: construir a vida conjugal. 

Na briga ou conflito construtivo, h� coopera��o para resolver os problemas. Esse � o verdadeiro objetivo do sentimento da raiva: descobrir sa�da para os obst�culos.

Como a maioria das pessoas leva para o casamento os valores sociais de controle, mando, competi��o, inveja e ci�me, as brigas se tornam feias, destrutivas, violentas. Nesse caso, n�o h� luta para mudar a realidade, mas para se destru�rem.

O objetivo � ganhar do outro, � aniquilar o “companheiro”, � enfraquecer o outro, para dele ter submiss�o e obedi�ncia. Nesse esfor�o de supremacia, de primazia, de domina��o, costuma-se usar de tudo. Essa � a causa da viol�ncia dom�stica

Ainda s�o in�meros os casos da viol�ncia f�sica, principalmente contra as mulheres: espancamento, abusos sexuais, c�rceres privados, les�es corporais graves e at� homic�dios. Entre os casais, existe outro tipo de humilha��o n�o menos danosa que a f�sica: a viol�ncia verbal. Ela corr�i o relacionamento.

S�o palavras que desqualificam o outro: ironias, sil�ncios torturadores, cr�ticas repetitivas. Duelos de palavras que objetivam minar a autoestima, em tom alto ou baixo, com palavras de alto ou baixo cal�o, para paralisar o outro e solapar sua individualidade. 

Uma m�sica popular justifica: “A gente briga, diz tanta coisa que n�o quer dizer...” Quando a gente diz algo a uma pessoa � porque quer dizer. “Ah, mas eu estava com raiva”. N�o importa. A raiva, n�o � um sentimento externo que se apossa de n�s e, sobre o qual n�o temos controle.

Somos respons�veis pelo nosso �dio e podemos decidir o uso dele. Costumamos usar a raiva como pretexto para insultar o outro, violentar o outro com nossas palavras. Na vida conjugal, os parceiros deveriam combinar de nunca usar adjetivos durante as brigas

A desqualifica��o m�tua se faz, verbalmente, atrav�s deles: autorit�rio, alco�latra, burra, displicente, imprest�vel, louco, est�pido, m�, pregui�osa, medroso, covarde, insens�vel, exploradora etc.

A base de uma vida emocional sadia � a autoestima. A viol�ncia verbal tenta acabar com ela, tentando convencer o outro de que ele n�o presta, n�o serve, n�o vale. E �s vezes as palavras s�o gestos para desequilibrar o outro. 

Portas batidas com for�a, objetos jogados contra o ch�o ou a parede, carros arrancados, cantando pneus, roupas rasgadas, gritos. E no final, ap�s o exerc�cio verbal da for�a, um casal no po�o fundo da autoestima destru�da.

Rostos sem esperan�a, almas culpadas, sensa��o de perdidos. Ningu�m ganha. Todos perdem. E a�? O que fazer? Aprender o bom combate, a brigar adequadamente. Usar o conflito e as diferen�as a favor da rela��o. Mesmo que para isso tenha de pedir ajuda a especialistas das rela��es humanas. 

O verdadeiro amigo � aquele que conhece todos os pontos fracos do outro e cujos defeitos tamb�m s�o conhecidos pelo outro e ambos se ajudam a conviver melhor com esses negativos.

N�o � companheirismo quem alfineta constantemente as feridas do outro. Convivendo sob o mesmo teto, dormindo juntos, observando-se durante anos, os parceiros conjugais acabam tendo profundo acesso �s intimidades e fragilidades do outro.

A viol�ncia verbal � um abuso dessas intimidades. Ela desagrega o elo amoroso, atrav�s da humilha��o. Com o tempo a �nica sa�da � a separa��o. Ningu�m aguenta permanecer em um relacionamento onde se sente cada dia com menos valor.

Qualquer pessoa deseja, nas rela��es, folga para ser o que �. Produzir medo e culpa � atalho para o inferno familiar. No pr�ximo conflito v� bem devagar com o andar, pois o santo � de barro.

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)