“A maioria dos relacionamentos amorosos � cheia de sofrimento. Meu casamento, por exemplo, de 12 anos, � cheio de brigas, mal-entendidos e amea�as. O que leva um casamento a ter sucesso?”
Joyce, de Belo Horizonte
Qual a rela��o b�sica, fundamental e natural da vida humana? A rela��o homem e mulher, pois sem ela nenhum de n�s existiria. A propaga��o da esp�cie depende dela. Qual a rela��o mais prazerosa entre as pessoas? A rela��o homem e mulher que possibilita, al�m do companheirismo e amizade, a viv�ncia sexual.
Essa rela��o era para ser cooperativa, harm�nica, gostosa e feliz, mas n�o � o que normalmente ocorre. Os casamentos, como assinala a leitora, em geral s�o permeados por competi��es, hostilidades, viol�ncias verbais e, �s vezes, f�sicas. E por qu�? Porque a maioria das coisas que aprendemos para um casamento n�o deu certo.
Essa rela��o era para ser cooperativa, harm�nica, gostosa e feliz, mas n�o � o que normalmente ocorre. Os casamentos, como assinala a leitora, em geral s�o permeados por competi��es, hostilidades, viol�ncias verbais e, �s vezes, f�sicas. E por qu�? Porque a maioria das coisas que aprendemos para um casamento n�o deu certo.
O casamento � uma institui��o social e, como tal, reflete valores e pr�ticas de uma sociedade adoecida: gan�ncia, jogos, inveja, competi��es, luta pelo poder, valoriza��o excessiva da imagem, possessividade, esperteza e assim por diante.
S� que o amor � o contr�rio de tudo isso: � coopera��o, brincadeira, admira��o, partilhamento do poder, valoriza��o do corpo, generosidade e sabedoria.
S� que o amor � o contr�rio de tudo isso: � coopera��o, brincadeira, admira��o, partilhamento do poder, valoriza��o do corpo, generosidade e sabedoria.
A maioria de n�s confunde amor com casamento. Pessoas incapazes de amar, ou que amam errado, podem casar mil vezes e jamais ser�o felizes em suas rela��es. � imposs�vel uma �rvore m� dar bons frutos.
Imaginaremos uma pintura famosa na parede de nossa casa, com certeza ela estar� com uma moldura em torno dela. O amor � a pintura das rela��es e o casamento � sua moldura social. O amor � o centro e o casamento � a periferia.
Gastamos muita energia em preservar e aperfei�oar o arcabou�o externo da rela��o: ter casa, ter carro, ter filhos, ter dinheiro, ter recep��es, ter uma boa imagem etc., e inventamos pouco na compet�ncia amorosa. � �bvio que a moldura � importante.
Valoriza a pintura e permite sua invers�o social, mas, ningu�m teria vontade de pendurar em sua sala de visitas uma moldura vazia ou com uma pintura muito malfeita.
Valoriza a pintura e permite sua invers�o social, mas, ningu�m teria vontade de pendurar em sua sala de visitas uma moldura vazia ou com uma pintura muito malfeita.
Quando os religiosos falam que o casamento � divino, � sagrado, eles est�o falando do casamento de cora��o para cora��o, da comunh�o dos corpos e das almas, do amor e n�o da institui��o social. E para que o verdadeiro casamento aconte�a � necess�rio repensar no amor que aprendemos.
Reaprender a amar � a �nica sa�da para a sanidade das rela��es �ntimas: casamento, rela��o pais e filhos e a rela��o de amizade. S�o in�meros os comportamentos que nos encaminham para a harmonia da conviv�ncia e s�o muitos tamb�m os que nos afastam desse caminho. Separar o joio do trigo � o desafio.
Reaprender a amar � a �nica sa�da para a sanidade das rela��es �ntimas: casamento, rela��o pais e filhos e a rela��o de amizade. S�o in�meros os comportamentos que nos encaminham para a harmonia da conviv�ncia e s�o muitos tamb�m os que nos afastam desse caminho. Separar o joio do trigo � o desafio.
O primeiro inimigo do casamento � a idealiza��o. Idealiza��o do pr�prio casamento e do parceiro. Querer que o outro seja da maneira que imagino que ele deve ser. A mente perfeccionista impossibilita a percep��o de quanto � bom conviver com algu�m, mas algu�m humano. Caracter�sticas boas e ruins acabam aflorando na intimidade.
Se n�o houver compreens�o e magnanimidade nos parceiros para acolher a luz e, sobretudo, a sombra do outro, o casamento se torna um palco de tortura.
Se n�o houver compreens�o e magnanimidade nos parceiros para acolher a luz e, sobretudo, a sombra do outro, o casamento se torna um palco de tortura.
O perfeccionista lamenta compulsivamente o que falta no casamento, em vez de usufruir at� a �ltima gota o bom que existe naquela rela��o. Consequ�ncia de querer um casamento perfeito ou, em outras palavras, um c�njuge perfeito � a cria��o de um outro grande inimigo: a cr�tica.
Nada mais destrutivo para a conviv�ncia do que estrutur�-la no julgamento negativo. Podemos olhar algu�m que escolhemos para partilhar nossa exist�ncia de duas formas. Encar�-lo, enfatizando suas qualidades, seus talentos, seu lado bom ou priorizar no olhar, sem defeitos, suas incompet�ncias e o seu lado ruim.
Nada mais destrutivo para a conviv�ncia do que estrutur�-la no julgamento negativo. Podemos olhar algu�m que escolhemos para partilhar nossa exist�ncia de duas formas. Encar�-lo, enfatizando suas qualidades, seus talentos, seu lado bom ou priorizar no olhar, sem defeitos, suas incompet�ncias e o seu lado ruim.
No primeiro caso, estamos desenvolvendo nossa capacidade de admira��o e isso cria uma cumplicidade que coloca ambos do mesmo lado. A rela��o se torna construtiva e facilita ao admirado a consci�ncia do seu pr�prio crescimento. Seria, mais ou menos, exercitar Santo Agostinho quando dizia: “Condene o pecado, mas ame o pecador”. No segundo caso, o da cr�tica, os parceiros est�o automaticamente em lados opostos.
Ao criticar algu�m eu o nomeio inimigo inferior e escravo. O criticado, em geral, assume uma postura defensiva e revida com a mesma moeda. Est� criado o descasamento, a dist�ncia, o esfriamento e o desamor. Casamento n�o � um tribunal, � um lugar para o exerc�cio conjunto da pr�pria humanidade, no mais alto das suas gl�rias e no mais baixo de suas mazelas.